quarta-feira, 11 de novembro de 2015

O BOTAFOGO VOLTOU. NA BOLA, SEM SUSTOS.


É claro que o torcedor botafoguense não queria disputar, de novo, a Segunda Divisão.
É claro que, no início da atual temporada, até o mais otimista de seus torcedores achou que o acesso seria mais complicado. Afinal, existem dois tipos de palpite ou previsão no futebol: O que se acha e o que se quer.
É claro que uma novela de 38 capítulos contém expectativa, drama e suspense.
E é claro que esse não é o time dos sonhos do torcedor do Botafogo.
Mas é o time que se mostrou suficiente para retornar à elite do futebol nacional. E, para quem compreende a importância de um time como o Botafogo na Série A, é somente isso o que importa. O time do Botafogo talvez em nenhum momento foi brilhante, mas fez o suficiente para liderar 27 das 35 rodadas até aqui.
A angústia de mais um rebaixamento terminou finalmente com o "estamos de volta" estampado no rosto de cada torcedor botafoguense. É preciso comemorar o retorno, não um eventual título da Série B. Esse troféu é para times que pertencem à Serie B, não para times que estão na Série B. Mais importante que o título, é preciso comemorar o acesso que era obrigação sim, mas que aconteceu na bola, dentro de campo. Sem advogados e tribunais.
Nas oito primeiras rodadas do torneio, o Botafogo venceu sete partidas e empatou uma. Era o prenúncio de que a novela quase não teria sustos e terminaria com final feliz. Mesmo com Renê Simões, que está há quase quatro décadas no futebol e ninguém sabe dizer qual título ele conquistou. No meio do caminho, entre uma e outra "fagulha" no elenco, o Botafogo entendeu ser melhor não dar chance ao azar mesmo navegando num mar tranquilo. E tratou de contratar o técnico Ricardo Gomes que, embora estivesse afastado do futebol desde 2011 devido a um acidente vascular cerebral, aceitou o desafio. Deu certo.
Se não havia a genialidade de Nilton Santos, Garrincha, Didi, Heleno ou Manga, havia a euforia e a empolgação da turma de William Arão, Navarro, Renan Fonseca, Neílton e Jefferson que garantiram ao Botafogo o maior número de vitórias (20), o menor número de derrotas (7), o melhor ataque (58 gols) e a melhor defesa (26 gols tomados) em todo o campeonato. Mais: o time de General Severiano ultrapassou a marca de 100 gols em 2015. Com a vitória no Mato Grosso sobre o Luverdense por 1 x 0, a equipe chegou aos 105 gols na temporada.
O Botafogo, enfim, retornou à Primeira Divisão distante 2.500 Km do Rio de Janeiro. Voltou para os braços de sua torcida com o acesso garantido. É hora de comemorar, porém com moderação. Afinal, a Série A de 2016 está logo ali. E é lógico que bastante coisa precisa mudar e melhorar. É preciso se planejar para que não seja somente um "até breve" à divisão anterior.
Para o clube fechar o ano em grande estilo, falta agora a atriz botafoguense Maitê Proença cumprir sua promessa feita no começo do ano de que ficaria nua em caso de retorno do clube carioca à elite. Nunca tanta gente torceu pelo acesso junto com os botafoguenses.

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