Pior: Será que existiria vida sem ele?
Há 40 anos, a bola veio para o meio de campo durante um jogo contra a Ponte Preta e ele a segurou com as mãos. Ajoelhou no centro do gramado e, com os braços em forma de cruz, o Rei do Futebol reverenciou seus súditos aos quatro lados do campo, logo sendo reverenciado pelos companheiros e adversários. Era o fim.
Sua descida para o vestiário parecia deixar seu torcedor não apenas órfão, mas com a certeza de que aquele jogador era simplesmente insubstituível. Jamais haveria outro.
A vida realmente ficou mais difícil. Afinal, era complicado dissipar a sensação de que toda aquela magia existiria para sempre, de que os domingos e quartas se tornariam "normais" sem aquele time genial desfilando de branco pelos gramados do mundo inteiro.
Mas ali, naquele mesmo local, o futebol renasce de tempos em tempos, encontra forças dentro de si mesmo e devolve o brilho à imaculada camisa branca. Dos meninos da máquina de jogar bola com Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe ao futebol discoteca de Pita, João Paulo e Juari. Passando pelo futebol moleque e irreverente da turma de Robinho e Diego. E pela ousadia e alegria do Cirque Du Soleil liderado por Neymar e Ganso.