*por Adriano Oliveira
O administrador esportivo, jornalista e apresentador José Calil começou sua carreira em 1984 quando ainda cursava o último ano de jornalismo na PUC, em São Paulo. Desde então, garantiu seu espaço na mídia trabalhando nos principais veículos de comunicação do país, embora admita que o rádio é sua paixão. "Sou e sempre serei um cara do rádio", diz.
Sempre ligado ao esporte, Calil também já trabalhou como gerente de futebol do Grêmio Barueri e foi secretário de esportes da cidade.
Polêmico, perspicaz e dono de um apurado raciocínio analítico, o atual âncora e comentarista da Rádio Transamérica vai sempre direto ao ponto e odeia o tal do politicamente correto que, segundo ele, "é um atraso para a sociedade". Entre admiradores e críticos, costuma dizer no microfone a mesma coisa que fala na poltrona de sua casa ou no boteco.
Seu orgulho como profissional é "ter deixado sempre boas lembranças e impressões em todos os lugares em que trabalhou". Seu craque é Neymar, prefere Maradona a Messi e avalia que "não havia outro caminho para a seleção brasileira senão Tite, que age na cabeça dos atletas". Entende também que "é muito mais difícil ser técnico no Brasil do que na Europa" e afirma que "o Audax merecia ter levantado a taça" do Campeonato Paulista de 2016.
Seu jogo inesquecível? A final da Copa do Mundo dos Estados Unidos, em 1994.
Na entrevista abaixo, saiba muito mais o que pensa esse jornalista com mais de trinta anos de carreira que se tornou um dos nomes mais conhecidos e respeitados da imprensa esportiva no Brasil.
- Como surgiu seu interesse e quando você começou a trabalhar com futebol?
Já nasci no futebol. Meu pai amava o esporte e me levava sempre para jogar e assistir. Quando estudei jornalismo na PUC-SP já pensava em trabalhar com futebol. Idem quando estudei gestão esportiva na Fundação Getúlio Vargas.
- Seu nome é um dos mais conhecidos da mídia esportiva. Qual o segredo da longevidade na carreira? Existem novos projetos para o futuro?
A longevidade na profissão se deve, fundamentalmente, à credibilidade mostrada ao longo dos anos. E também, modéstia à parte, à capacidade demostrada no dia a dia. Sobre o futuro, penso apenas em prosseguir na Transamérica. Sou muito bem tratado e tenho uma excelente visibilidade graças à nossa enorme audiência.
- Como formador de opinião, você acredita que o jornalista esportivo também deve se posicionar sobre política e outros assuntos de interesse da sociedade? Ou é melhor se preservar junto ao público?
Não vejo nenhum problema num jornalista esportivo falar sobre política ou economia. Desde que ele tenha o que dizer a respeito desses outros temas.
- A busca pela modernidade e por mais audiência consiste em misturar jornalismo esportivo com entretenimento. Você acredita que essa é uma fórmula irreversível ou apenas uma aposta de marketing que, no decorrer do tempo, pode não funcionar?
Em última análise esporte é entretenimento. Quando comecei a trabalhar com o Gavião tinha dúvidas se essa mistura de humor e futebol daria certo. Hoje tenho certeza que dá. Ele é um gênio. O grande diferencial do nosso trabalho.
- Quem é seu ídolo no futebol?
Não gosto muito dessa palavra "ídolo". Meu único ídolo é Jesus Cristo. Mas para não deixar você sem resposta, no futebol, fico com o Rei Pelé.