quarta-feira, 14 de setembro de 2011

RANCOR E RESSENTIMENTO

Rogério Ceni deu declaração polêmica no programa "Bem, Amigos!", do Sportv, afirmando que 50% das faltas recebidas pelo atacante santista Neymar é simulação.
Rogério é um ótimo profissional, educado, dedicado e não precisava fazer esse tipo de comentário infeliz. Até concordo que, no máximo, 20% das faltas em Neymar possam ser consideradas como "faltas cavadas", mas dizer que metade das faltas marcadas sobre o craque santista é simulação foi de uma enorme infelicidade.
Existe uma diferença entre simular e cavar faltas. Cavar é oferecer o corpo para receber a falta, de forma proposital, durante a disputa de uma lance. É procurar e receber a falta, de preferência próxima da área, quando as condições estão desfavoráveis para a finalização do atacante durante a disputa com o zagueiro. Simular é induzir o árbitro a assinalar uma falta inexistente, ou seja, é ludibriar ou iludir, onde o defensor sequer encosta no atacante. Dizem que até Pelé as vezes fazia uso desse artifício, chegava a puxar a própria camisa dentro da área e se atirar no gramado, induzindo o árbitro a marcar pênalti inexistente.
Na verdade, pouco importa se Neymar ou qualquer outro atacante simula ou cava suas faltas. Quem está dentro de campo para assinalar ou não são os árbitros, com apoio de seus assistentes. Esse é um recurso que o boleiro tem para utilizar a seu favor, é malícia, e com certeza faz parte do jogo de futebol. Cabe ao juiz (e somente a ele) marcar faltas e coibir ou não a violência de zagueiros brucutus, que existem aos montes espalhados pelos clubes.
No jogo Atlético-GO 2 x 1 Santos, em Goiás, pelo 1º turno do Brasileirão, Neymar fez jogada individual e foi derrubado claramente dentro da área, quando a partida ainda estava empatada em 0 x 0. Pênalti legítimo. Mas além de não marcar o pênalti, o juiz ainda advertiu o jogador santista com cartão amarelo por "simulação". Será que o Rogério se lembra disso? Creio que não.
A grande razão dessa declaração de Ceni deve ser rancor e ressentimento com o menino-craque da Vila pelos 2 gols de pênalti com paradinha marcados sobre ele durante o Paulistão 2010, o mais famoso no jogo da Arena Barueri, quando o Santos venceu o São Paulo por 2 x 1, no mesmo dia da reestréia de Robinho com a camisa santista. Além de levar o famoso gol de paradinha do Neymar, o goleiro são-paulino também levou um gol de letra feito pelo Robinho.
Rogério tentou se defender dizendo, depois daquele jogo, que a "paradinha do Neymar tinha sido um paradão". Ora, justamente ele que por diversas vezes usou o recurso do "paradão" nas suas cobranças de pênalti?
Rogério Ceni sabe que Neymar é atualmente um dos melhores jogadores do planeta. E essa mágoa um dia passa.

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