Mas as coisas mudaram. Devido às más campanhas no Campeonato Argentino nos últimos anos, que chegaram a fazer o time beirar a zona de rebaixamento (o arquirival River Plate foi rebaixado em 2011), o Boca Juniors até deixou de disputar a Copa Libertadores em 2010 e 2011. Retornou à elite do futebol sulamericano em 2012 e, mesmo não tendo feito uma campanha convincente, à altura de suas tradições, o clube chegou às finais. E com isso a prova de que nem a temida La Bombonera também já não assusta tanto. Na partida de ida, o Boca não jogou bem e apenas empatou com o Corinthians por 1 x 1, não conseguindo impor seu ritmo forte e a tradicional pressão que sempre foi imposta aos times visitantes. Na final, os argentinos foram derrotados por 2 x 0 pelos corintianos no Pacaembu. Pela primeira vez, nem catimba e nem brigas. E o Boca Juniors perdeu sua identidade e aceitou suas deficiências. Não assusta mais. Nesta edição de 2013 da Copa Libertadores, a mesma coisa. Uma campanha sem brilho na etapa de grupos e uma vitória magra por 1 x 0 novamente diante do Corinthians nas oitavas-de-final. E a desclassificação iminente. No Campeonato Argentino, o Boca ocupa o 18º lugar e não vence uma partida há 11 rodadas.
O São Paulo foi campeão de tudo nos anos 90 com o saudoso técnico Telê Santana. E há quem diga que o interesse do torcedor brasileiro pela Copa Libertadores só cresceu e está como é atualmente por causa desses títulos são-paulinos. O clube participou da Libertadores em praticamente todas as edições da década de 2000, o que lhe conferiu identificação com a competição. Porém, depois de ser novamente campeão da Libertadores e campeão mundial em 2005, não mais conseguiu nenhuma façanha no torneio. Pior. Após o último título brasileiro de 2008, o time não conquistou mais nada, apenas o consolo da Copa Sulamericana de 2012 sobre o fraco e inexpressivo Tigre-ARG, numa final que só teve 45 minutos por problemas de segurança no estádio do Morumbi. Pelo nível do torneio, pode-se dizer que o São Paulo foi campeão da 2ª divisão da Copa Libertadores da América. Sempre tido como o time brasileiro mais "experiente" da Libertadores e visto como clube modelo de administração, o São Paulo só acumulou revezes depois que dispensou o técnico Muricy Ramalho. E tem sido difícil retornar aos eixos. Desde 2011, já contratou e demitiu vários treinadores, o que não acontecia no passado. Também não tem revelado craques e os que se destacam são vendidos ao exterior rapidamente, como foi o caso de Lucas, transferido ao PSG-França no fim do ano passado. Na Libertadores deste ano, que o São Paulo voltou a participar depois de 2 anos fora do torneio, o time do atual técnico Ney Franco foi vergonhosamente eliminado nas oitavas-de-final pelo Atlético-MG, com derrota pelo placar agregado de 6 x 2 (pode ser que quando você estiver lendo esse texto, Ney Franco já seja o mais novo técnico demitido do São Paulo). Três dias antes, também foi eliminado pelo rival Corinthians nas semifinais do Campeonato Paulista. E lembrando que nos 3 Paulistas anteriores, o São Paulo foi eliminado 3 vezes seguidas pelo Santos, também nas semifinais e dentro do Morumbi.
E o quê fazer? Para tentar retomar o passado de glórias, o Boca Juniors recontratou o técnico "mister Libertadores" Carlos Bianchi e renovou contrato com seu atual ídolo Juan Riquelme, depois de uma longa novela. Infelizmente, o São Paulo não pode mais ter de volta o genial técnico Telê Santana, que vive no céu há 7 anos. Mas o fato é que Boca Juniors e São Paulo, há tempos, já não são mais os mesmos.
Nota: Santos e São Paulo são os clubes brasileiros com mais títulos da Copa Libertadores da América. Ambos foram três vezes campeões do torneio sulamericano.
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