Torcedora lusa em protesto antes do julgamento no STJD |
Como diz o bordão de um conhecido
comentarista de TV e ex-árbitro, "a regra é clara".
Dessa vez, o Superior Tribunal de
Justiça Desportiva fez valer sua função de julgar e cumpriu a regra exatamente
como manda o regulamento. À risca.
A pergunta que fica é a seguinte: - Se
Portuguesa e Fluminense estivessem em posições inversas, a regra seria
rigorosamente cumprida como foi?
Esse é o futebol brasileiro. Quando a
coisa é feita da forma correta, gera toda uma repercussão negativa, como se estivesse sendo feita de forma errada.
E quem é o vilão da história? A
Portuguesa de Desportos. O time do Canindé escalou um jogador suspenso que atuou por cerca de 15 minutos em
campo, num jogo da última rodada, que não valia absolutamente nada. E mesmo que não tivesse entrado em campo, ainda assim estaria errado.
Diz o regulamento que o atleta em suspensão sequer pode ser relacionado para a
partida. Se constar seu nome na súmula de arbitragem, o clube será punido com a
perda dos pontos conquistados mais três. No caso, os 4 pontos perdidos que
rebaixaram a Portuguesa para a Série B de 2014 no lugar do Fluminense.
A decisão do STJD aconteceu numa
sexta-feira a tarde e a sentença somente foi publicada no primeiro dia útil
seguinte, ou seja, na segunda-feira. O jogo em que o meia Héverton foi escalado aconteceu
no domingo, portanto, um dia antes. Porém, a publicação existe apenas como
ferramenta auxiliar da decisão tomada pelo tribunal e não é o que determina o
cumprimento da sentença, como muita gente pensa. A decisão foi tomada na
sexta-feira com a presença do advogado da Portuguesa, que legalmente
representava o clube na ocasião do julgamento. Dessa forma, houve um erro de
comunicação entre a Portuguesa e seu advogado, que culminou com a
escalação irregular do jogador Héverton e, consequentemente, com a perda dos
pontos e o rebaixamento para a 2ª Divisão. O fato é que a Portuguesa estava sim
ciente da decisão do tribunal que não permitia a escalação do atleta, uma vez que o
advogado a representava no momento do julgamento e da informação da sentença. Não
há o que se questionar. Houve um erro de administração dentro do clube paulista
e nem o STJD nem o Fluminense tem algo a ver com isso. Logicamente que tal erro "veio a calhar" para o Fluminense, que novamente foi rebaixado dentro de campo, mas de novo "se reabilitou" fora dele.
À parte desse julgamento, onde estava
a Federação Paulista do Futebol, para defender um clube filiado? Onde estava o Bom
Senso FC, para cobrar do STJD o "bom senso" que faltou em 2010, quando o próprio
Fluminense escalou o meia Tartá de forma irregular e que sequer o caso foi a
julgamento? Se fosse condenado com a perda de 4 pontos, como foi a Portuguesa
agora em 2013, o clube carioca perderia o título brasileiro para o Cruzeiro,
que terminou em 2º lugar com apenas 2 pontos a menos.
Onde estavam os 4 clubes grandes do
Estado de São Paulo? Palmeiras, Corinthians, São Paulo e Santos não se
pronunciaram a favor de um outro clube paulista para tentar evitar seu
rebaixamento no tapetão. Por quê? Por causa do grau de importância de um time
para o outro dentro do “clube de amigos” que existe nos bastidores do futebol?
Conseguir a permanência na Série A com
garra dentro de campo e depois ser rebaixada para a Série B no tapetão, é um
duro castigo para os torcedores da Lusa. Mas um castigo por um erro grosseiro
de sua própria administração. Algo inaceitável nos dias de hoje, onde a tecnologia
permite comunicação instantânea.
Não houve “virada de mesa”. A regra do
jogo, de fato, foi cumprida. A Portuguesa errou feio e isso impediu o
Fluminense de finalmente pagar a Série B. Ainda não foi dessa vez.
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