Pena? Frustração? Revolta? Vergonha?
Como definir algum tipo de sentimento?
Até mesmo o
torcedor vira-lata, que sempre acha o brasileiro inferior ao estrangeiro, não entendeu bem o que aconteceu.
Inexplicável. Indescritível. Inimaginável. Eu diria até mesmo
surreal.
Vontade de chorar. E vontade de rir logo em seguida. De fazer piada, já que não há sentimento. Nem do torcedor e nem dos jogadores. Não teve mais Copa após o apito inicial do árbitro mexicano Marco Antonio Rodríguez. Não teve mais nada.
Vontade de chorar. E vontade de rir logo em seguida. De fazer piada, já que não há sentimento. Nem do torcedor e nem dos jogadores. Não teve mais Copa após o apito inicial do árbitro mexicano Marco Antonio Rodríguez. Não teve mais nada.
De uma maneira geral, nenhuma seleção foi brilhante nessa Copa. Não havia uma
equipe tão acima das outras. O Mundial disputado no Brasil não teve um time a ser batido.
Por outro lado, nenhuma outra seleção se abdicou tanto de jogar como fez o Brasil contra a Alemanha, no momento mais
importante, quando só faltava
fazer a curva e entrar na reta final para a bandeirada.
Agora finalmente existe um time a
ser batido, mesmo que só tenha mais
um jogo. No caso, "o jogo". E também há um time batido e abatido de forma implacável, sem pena nem piedade. Mas futebol é isso. Uma vez que fazer gols é a melhor forma de respeito ao adversário.
Como eu disse desde o começo do torneio (http://almanakfc.blogspot.com.br/2014/06/e-se-neymar-fosse-argentino.html), com Neymar as chances de o Brasil ser campeão eram de
70%. Sem o craque, as chances se reduziriam para algo em torno de 20%. Me
enganei. Depois do Mineirazzo, ficou claro que as chances sem Neymar
simplesmente não existiam. Aliás, o Brasil não fez questão de
existir. Sabe-se lá por quê.
Como eu também disse, a
Alemanha possui hoje uma equipe altamente competitiva, bem organizada em campo
e com certa qualidade técnica,
exatamente como sempre foi. Mas longe de exibir um futebol sublime durante a Copa, pelo contrário, teve
enorme dificuldade para empatar com Gana ainda na etapa de grupos e só passou pela Argélia na prorrogação, já pelas
oitavas-de-final. Por isso mesmo, nem eles, os próprios alemães, conseguem explicar a real dimensão do que aconteceu no massacre por 7 x 1 sobre os brasileiros
em plena semi-final. E jogando no Brasil. Talvez uma catarse coletiva movida por alguma espécie de transe, ao melhor estilo “bumba-meu-boi”. Mas qualquer um sabe, principalmente
eles, que poderia ser pior. Sim, porque os frios alemães decidiram parar de jogar no 2º tempo. Passaram a régua antes do 8º gol.
Mas afinal era ou não era uma
partida semi-final de Copa do Mundo? Parecia mais um jogo de rua, de campinho,
no pátio da escola na hora do
intervalo, um típico “vira 5 acaba 10” com requintes de crueldade e momentos de comédia pastelão. Ou aquele chute ao gol do meia Oscar, do lado esquerdo quase na pequena área, que fez a bola atravessar de um lado
para o outro e sair pela lateral não foi
motivo de dar risada? (e olha que a partida já estava 6 x
0 para a Alemanha).
Por mais que tentassem dessa vez, nem Thiago Silva nem Julio
César conseguiriam chorar. Seriam ainda mais
vaiados e mais vergonhoso para uma nação que, mesmo sem o seu principal jogador, resolveu acreditar que era possível.
Uma coisa é certa: não dá para ficar
triste. Não dá para
sentir nada.
De bom fica somente a absolvição do
ex-goleiro Barbosa, vítima cruel
e quase eterna do Maracanazzo de 1950. Barbosa sofreu o restante de sua vida
como o único
brasileiro culpado por causa de um lance daquela fatídica final de Copa contra o Uruguai que decretou sua pena perpétua, uma suposta falha na derrota por 2
x 1 diante de quase 200 mil espectadores no Maracanã.
O que se tornou essa partida perante a vexatória goleada por 7 x 1 para a Alemanha na
tragédia do Mineirazzo?
Barbosa, descanse em paz. Finalmente.
2 comentários:
A justiça tarda, mas não falha.
Pena Barbosa não estar vivo para sentir-se mais aliviado.
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