Porque Muricy Ramalho parece fingir treinar o time que parece fingir que está sendo treinado. Porque Paulo Henrique Ganso continua sendo titular mesmo andando em campo, enquanto seu colega Luis Fabiano sequer entra em campo nos jogos mais importantes. Porque Rafael Tolói falha de forma bisonha em lance que nem jogador de várzea faria igual. Porque Alexandre Pato diz que "jogará pelo treinador" quando deveria jogar somente por ele mesmo. Porque os jogadores não sabem ao certo o que fazer com a bola do meio para a frente. Porque esperam por um cruzamento salvador ou por um lance de bola parada para Rogério Ceni decidir e "lavar a alma" do torcedor.
Porque o Corinthians não joga o "futebol dos sonhos", mas é eficiente. Porque tem obrigação de vencer e bem equipes inferiores. E vence. Porque o time alvinegro se impõe em seu estádio e faz isso sem esforço. Porque há padrão de jogo, goste-se ou não dele, dentro e fora de casa. Porque os comandados de Tite se movimentam, marcam forte, correm para o ataque e voltam rápido para a defesa. Porque trocam passes curtos em velocidade, diminuem espaços, além de não arriscarem tanto e por isso mesmo errarem menos. Porque o time do Corinthians não deixa o adversário jogar. Porque é disciplinado taticamente e sabe o que fazer em campo com e sem a bola.
Porque contra o Danúbio, o Corinthians fez exatamente o que se esperava: vitória por 4 x 0, previsível, sem sustos.
Porque contra o San Lorenzo, o São Paulo novamente deixou a desejar: derrota por 1 x 0, previsível, um time sem confiança que a 10 minutos do fim tomou um gol de um tal de Cauteruccio, com direito a chapéu, provocando ares de drama para as duas últimas rodadas.
E parece que todos, o corintiano e o são-paulino também, já sabiam.
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