Tite, mais seguro, apesar da turbulência nos bastidores. Oswaldo de Oliveira, com a batata assando dentro do forno.
Mas quando o jogo começou, o que se viu na verdade foi a continuação do clássico pelas semifinais do Campeonato Paulista. O Palmeiras superior e mais confiante, que só não goleou o Corinthians dentro de seus domínios porque não se preocupou com isso. O placar de 2 x 0 veio naturalmente e a diferença para o jogo do Campeonato Paulista, é que o time de verde dessa vez não se abdicou de jogar no 2º tempo. O goleiro Cássio, por exemplo, fez pelo menos três defesas importantes e evitou o pior.
Do lado do Corinthians, um time nervoso, ansioso, que sentiu o primeiro gol palmeirense. Um time que hoje altera para baixo sua forma de jogar diante de um revés, o que não acontecia no início da temporada. Será que aquele futebol vibrante, envolvente, de toque de bola preciso e quase matemático, ficou no vácuo do atraso do pagamento dos salários aos jogadores?
Vágner Love não jogou e no lugar de Guerrero entrou Romero, que a própria natureza encarrega-se de marcá-lo no ataque. O colombiano Stiven Mendoza é uma aposta, sabe jogar, é habilidoso e tem muita velocidade. Pena que não consegue administrar tudo isso ao mesmo tempo e fica mesmo só na correria.
E o Oswaldo de Oliveira, que estava na corda-bamba antes do clássico, tirou sua batata do forno temporariamente. Porque, no Brasil, ter padrão de jogo é vencer. Não importa a tática ou o nível do futebol apresentado, o mais importante é pontuar. E parece que o técnico do Palmeiras conseguiu, de repente, fazer o time jogar. Uma tarde de magia, já que até Valdívia resolveu jogar bem e não desaparecer como quase sempre.
Como desgraça pouca é bobagem, os quase 30 mil corintianos que foram ao Itaquerão ainda tiveram que relembrar a recente e melancólica eliminação da Copa Libertadores, engolindo a seco a imagem de uma camisa do Guaraní, do Paraguai, que sobrevoou o estádio através de um drone invasor indesejado, para delírio dos rivais. Uma justa homenagem para quem está nas semifinais do torneio sulamericano.
Futebol é isso. Essa é a essência. É alegria, é rivalidade, é gozação, tiração de sarro. Afinal, mais que o drone, piada é o futebol "bumba-meu-boi" que o Corinthians apresentou contra Guaraní e Palmeiras em Itaquera.
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