" - Já deu, a seleção argentina acabou para mim. Perdi mais uma vez nos pênaltis, mas já foi (...) Dói muito não ter sido campeão com a Argentina e vou embora sem ter conseguido."
(Lionel Messi, 29 anos, meia do Barcelona e da seleção argentina, abatido após decisão da Copa América Centenário).
A caminhada de um jogador de futebol do meio de campo até a marca do pênalti é como se fosse a de um boi indo em direção ao corte.
Naqueles segundos que mais parecem uma eternidade, certamente um filme se passa por sua cabeça. Seja ele limitado como um zagueiro brucutu ou o craque ídolo de toda uma geração.
Naquele caminho repleto de certezas e dúvidas, de afirmações e inseguranças, imagens se carregam por todos os lados. Ele pensa em sua carreira, em sua família, em seus amigos, em sua vida. Lembra-se do quanto foi difícil para ele estar ali, naquele momento, naquela trajetória solitária e silenciosa sob os olhares do mundo inteiro.
A carga emocional é imensa. O fardo é pesado. E quanto maior o peso da camisa que veste, maior o tamanho da responsabilidade em suas costas.
Depois de um empate sem gols no tempo normal e na prorrogação, foi exatamente ali, na marca da cal dentro da grande área, a 11 metros do gol, que Chile x Argentina decidiram a edição centenária da Copa América disputada nos Estados Unidos em 2016.