Pato esteve sempre disponível, mas seu futebol esteve sempre ausente. A torcida passou então a exigir, no mínimo, a tradicional disposição, raça, carrinhos, marcação. Em vão. Afinal, esse não é o estilo de jogo de Alexandre Pato. Nunca foi.
Além disso, e o dinheiro-extra do marketing, fruto da forte exposição de Pato na mídia? Não veio como se esperava. Pior: principalmente por causa do tal pênalti perdido contra o Grêmio, Alexandre Pato se tornou o símbolo da decadência de um time que teve um 2012 carimbado de títulos expressivos. Ao lado de Emerson Sheik, foi talvez o jogador mais perseguido e cobrado por boa parte dos corintianos na temporada passada.
Com a saída de Paulinho para o futebol europeu, o Corinthians ficou carente de um jogador que chamasse a responsabilidade para si, como fazia o volante-artilheiro "salvador". Desde então, o futebol da equipe foi ficando cada vez mais previsível e os resultados desapareceram. A escassez de vitórias e o excesso de empates fez Tite, o treinador mais vitorioso do clube, sucumbir ao cargo e entregá-lo novamente a Mano Menezes, que assumiu em 2014. Desmotivado e bastante pressionado por todos os lados (até mesmo pelos próprios companheiros de equipe), Pato "se entregou" e enfim foi negociado com o São Paulo de Juvenal Juvêncio e Muricy Ramalho. Aí sim passou a ser um bom negócio quando, sem nenhum clima favorável, praticamente teve que deixar o Corinthians.
Prejuízo? Isso é assunto para os dirigentes. Para os torcedores isso não importa. O que o torcedor quer na verdade são vitórias e, principalmente, comemorar títulos. Mesmo que o futebol seja feio, no caso do Corinthians da "era Tite".
Do outro lado, a mudança de ares pode fazer bem para Alexandre Pato no Morumbi. E se ele se mostrar mais focado e interessado, pode cair nas graças do técnico Muricy Ramalho e jogar um futebol que ainda é uma cara e enorme interrogação. Será um desafio de motivação, pois nem a possibilidade de disputar uma Copa do Mundo parece animar o atacante de R$ 40 milhões.
Jadson é bom jogador e chega ao Parque São Jorge sem pressão. Afinal, entra no lugar de uma "estrela" que o Corinthians apostou numa ressaca pós-títulos e que depois foi obrigado a se desfazer dela. Não chega com a missão de ser o craque do time, como se esperava de Pato (para os cofres do clube, uma boa notícia: pagar o salário integral de Jadson mais metade dos vencimentos de Pato será mais barato. Jadson recebia R$ 300 mil no São Paulo e Pato ganhava R$ 800 mil no Corinthians. Dessa forma, o Corinthians agora deve desembolsar R$ 700 mil mensais, ou seja, R$ 100 mil a menos que antes).
Diferentemente de Jadson, Pato continua pressionado. Pelos dirigentes corintianos (já que ele foi apenas emprestado), pelos seus investidores (que não querem perder dinheiro) e agora também pelos são-paulinos, que estão desconfiados e não se mostram tão confiantes com sua chegada. Menos mal assim, pelo menos não se cria a mesma expectativa que o são-paulino teve com outra ave, o Ganso.
O Corinthians pelo menos fez alguma coisa. Não tinha como ficar parado de braços cruzados aguardando a partida em que Pato resolvesse de fato brilhar. Decidiu agir. A diretoria precisava dar uma satisfação para si própria. E assim o fez.
Eis uma nova chance para Pato e Jadson. Só depende deles. Como se viu, ou as pessoas mudam ou serão mudadas. E ambos já devem ter percebido que a paciência tem limite.
2 comentários:
Boa!
Boa...?
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