Leandro
Damião custou R$ 42 milhões aos cofres da Vila Belmiro. Não vale, claro.
Mas
e Robinho?
Quanto
vale, para o santista, o futebol de Robinho?
Quanto
valem as oito pedaladas sobre o lateral corintiano Rogério na final do
Campeonato Brasileiro de 2002?
Os
dribles, as firulas, a irreverência, a molecagem naquele campeonato histórico que
tirou o Santos de um jejum de 18 anos, exatamente a idade de Robinho à época. E as finais decisivas justamente contra “eles”, o que torna a conquista ainda mais “saborosa”.
Quanto
vale o gol de letra em cima de Rogério Ceni, logo em sua reestréia pelo Santos
em 2010?
O
Golaço por cobertura sobre o goleiro Victor, do Grêmio, pelas semi-finais da
Copa do Brasil do mesmo ano?
Quanto
vale ensinar o argentino Carlitos Tevez a “sambar”, durante uma comemoração
depois de um 3 x 0 sobre o Corinthians?
Quanto vale um jogador que nunca perdeu para o Corinthians?
Quanto vale o "ataque dos 100 gols" ao lado de Neymar e Ganso?
O
futebol de Robinho vale bem mais que 213 jogos, 94 gols, dois Campeonatos Brasileiros, um
Campeonato Paulista e uma Copa do Brasil, o que já não é pouco.
Robinho
é cria da casa, menino da Vila.
Dono
de um futebol moleque, quase irresponsável, o menino que um dia decidiu pular o
alambrado e levar para dentro de campo o que fazia sempre sorrindo e alegre nas praias da Baixada.
Na
Idade das Trevas, foi uma das luzes que devolveu a magia ao Santos e o orgulho
aos santistas. E entrou para a galeria dos ídolos eternos, aqueles de verdade, que estão acima do bem e do mal.
Para
o santista, nenhum outro jogador vai pedalar como Robinho. E
pouco importa para o torcedor o seu salário ou as suas supostas exigências para
voltar para sua casa. Para o torcedor, o que importa de fato é aquilo que
Robinho representa e o que faz com a bola nos pés no lendário time todo de branco, sinônimo de futebol-arte e de muitos gols. O que Robinho fez ou deixou
de fazer na Europa, se foi ou não uma decepção nos clubes que passou, se
foi titular ou reserva, se tem um alto salário livre de impostos, tudo isso não tem a menor relevância. O importante para o
santista é o Santos, e o que Robinho fez ou fará pelo Santos.
Aos
dirigentes e empresários o que sempre será deles. Ao Santos, o que sempre lhe pertenceu: o futebol bem
jogado, alegre, ousado.
O
encanto, os dribles, os gols, a ginga e as pedaladas valem bem mais do que
cifras.
O
futebol não é matemática, números ou uma ciência exata. Não é razão. O futebol é emoção.
E não tem preço que
pague a paixão, cega ou não, do torcedor.
Menos talvez para aquele torcedor que nunca teve um Robinho em seu time.
2 comentários:
O Robinho é bom para o Santos assim como Kaka é para o São Paulo, é bom pra nós, torcedores que amam cegamente seu time.
Tem coisas que não têm preço. Só o torcedor pode compreender. Futebol é paixão.
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