Na parte de cima sobram agora as outras três vagas para a Copa Libertadores.
Caso o Cruzeiro seja campeão também da Copa do Brasil (o que é possível, claro), sobrariam mais quatro vagas para poucos postulantes. O Inter está quase assegurando uma das vagas, mesmo sendo um time que perdeu tantos jogos considerados fáceis. Mas quem não perdeu jogos imperdíveis neste torneio, com exceção do Cruzeiro?
Afinal, equipes da parte debaixo da tabela, como Chapecoense, Criciúma, Figueirense, Bahia, por exemplo, roubaram pontos importantes dos que estão na parte de cima. A velha história de não enxergar e tropeçar nas "pedras pequenas" pelo caminho. Menos o time azul de Minas Gerais, sempre atento, que não vacila contra os mais fracos, sem vocação para "Robin Hood".
Neste caminho meio que sinuoso se destaca o São Paulo, talvez o time mais "insinuante" do campeonato. Sobra qualidade técnica do meio para frente, mas não há um esquema ou um roteiro ensaiado que faça o quarteto jogar de forma natural. O time de Muricy Ramalho basicamente funciona dependendo do que produzir o talento individual de Kaká. Quando a bola chega na frente, é o dono do quarteto que geralmente decide o que vai acontecer. Se ele não estiver bem, não acontece nada e o time tropeça dentro de casa diante de adversários inferiores. Já imaginou se o técnico Marcelo Oliveira tivesse um Kaká em seu elenco?
O Tite saiu por causa da tal "empatite". Mas o Corinthians segue a sua saga. Seus placares quase sempre são os mesmos. Em casa, 1 x 1 ou 1 x 0 para o time do Mano. Fora de casa, 1 x 1 ou 1 x 0 para o time adversário, seja ele qual for. As vezes acontece algo fora do normal, como um 5 x 2 ou 3 x 0 para o Corinthians, mas a culpa é do acaso que sempre anda distraído pelos lados de Itaquera.
E o Grêmio e o Fluminense? O time carioca vai ao Morumbi e vence fácil o São Paulo por 3 x 1. Depois, na rodada seguinte, empata com o modesto Bahia em casa. O Grêmio é o time copeiro que tenta ganhar um título há tempos, o tal "imortal" que nesta temporada foi eliminado pelo Santos dentro de seu estádio na Copa do Brasil e que agora perdeu mais um jogo "decisivo" para um desfalcado São Paulo, também em sua arena, o que pode comprometer bastante suas pretensões no que restou: o Brasileiro.
Tão previsível quanto o Atlético-MG, vem o time mais estável do torneio: o Santos. Ganha em casa e perde fora. Com Robinho, o time melhorou, se impõe mais em campo, está avançando na Copa do Brasil e, no Brasileiro, conseguiu ficar mais próximo do G4 que da zona do rebaixamento. Respirando aliviado no torneio nacional por pontos corridos, é hora do time apostar todas as suas fichas no outro torneio nacional, a Copa do Brasil. Nos mata-matas tudo pode acontecer. Basta lembrar do campeão de 2013, o Flamengo. O Santos tem menos time que o Cruzeiro, é claro. Porém, tem mais time que o Flamengo. Por que não?
Um Flamengo que, ao perder dentro do Maracanã para o próprio Santos, voltou a flertar com a perigosa região da confusão, que envolve todos os times da segunda página da tabela.
Uma região que no rodapé possui três vagas restantes para a Série B de 2015. Uma delas já está praticamente garantida pelo Botafogo, sem rumo, sem identidade. O Palmeiras, outro que tenta resgatar a sua alma e ressuscitar, vez ou outra tira a cabeça para fora da água, mas pode ser tragado a qualquer rodada pela correnteza.
Esperto mesmo é o Cruzeiro, mais uma vez com a mão na taça. Restando somente um quarto do campeonato, está neste momento com três rodadas a menos que os demais para levantar o troféu pela segunda vez consecutiva. E, de novo, através de uma campanha sólida, vencedora, bem acima da média.
Uns dizem que o Cruzeiro "tem sorte". Eu prefiro pensar que é pura competência.
E os pontos corridos se tornam cada vez mais chatos e modorrentos exatamente por causa dessa irritante competência do Cruzeiro. Quase a perder de vista.
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