Dois rubro-negros na final da Copa do Brasil
A trajetória
do rubro-negro paranaense foi marcada pelo planejamento. O time liderado pelo
veterano Paulo Baier e pelo artilheiro Ederson se abdicou de disputar o
campeonato estadual no começo do ano para garantir sua pré-temporada, visando
um melhor desempenho nos torneios mais expressivos, como o Campeonato
Brasileiro e a Copa do Brasil. Conseguiu. Comandada pelo técnico
Vagner Mancini, é mais uma daquelas equipes sem medalhões ou destaques individuais, mas que ganhou força e
confiança pelo bom conjunto e, justamente talvez, pela ausência de vaidades
pessoais no elenco. "Vacinado", o Atlético-PR desbancou times fortes
e copeiros pelo caminho, como Internacional e Grêmio, e chega confiante nas
finais do torneio que, pela terceira vez seguida, terá um time paranaense para
decidir o título. No Brasileirão, o Atlético-PR ocupa a vice-liderança, com
aproveitamento de 57%. A diferença para o Cruzeiro, virtual campeão brasileiro,
é grande, de 13 pontos. Porém, o time mineiro foi eliminado nas oitavas-de-final da
Copa do Brasil, enquanto que o clube do Paraná chegou às finais, o que
significa que disputou até aqui duas competições nacionais ao mesmo tempo,
desgastando sim o elenco e contribuindo para um perda de rendimento em algumas
rodadas do Brasileirão. De qualquer maneira, a classificação para a Copa
Libertadores de 2014 já está garantida.
Do outro lado, está o esforçado Flamengo, que possui um time menos qualificado do que seu rival também rubro-negro. Teve a seu favor
para conseguir chegar às finais da Copa do Brasil o fator imponderável dos
mata-matas. Por que se o Flamengo jogar seis vezes contra o Cruzeiro vai perder
quatro, empatar uma e vencer outra. No caso da Copa do Brasil, o time carioca
perdeu em Minas Gerais e venceu no Rio de Janeiro com gol salvador nos
acréscimos, eliminando o virtual e favorito campeão brasileiro nas
oitavas-de-final e, com isso, ganhando enorme confiança para seguir adiante e
chegar onde chegou. Enfrentou o Botafogo, que mais uma vez foi mais do mesmo,
goleando o time de Seedorf na 2ª partida das quartas-de-final. E depois passou até com certa
facilidade pelo atrevido time do Goiás, que sem poder contar com seu
"maestro" e goleador Walter, sucumbiu à tradição da camisa rubro-negra e à
pressão do Maracanã lotado. No placar agregado, o Flamengo despachou com
propriedade o Goiás por 4 x 2.
Porém, no
Brasileirão, o Flamengo está bem aquém de seu rival das finais da Copa do
Brasil. Enquanto o Atlético-PR está na 2ª posição, o time do artilheiro Hernane (maior goleador do novo Maracanã) ocupa apenas a 10ª colocação com aproveitamento mediano de 45,8%. Bem diferente
da campanha regular do adversário.
O
Atlético-PR, conquistando ou não a Copa do Brasil, já está na Libertadores do
ano que vem. O Flamengo precisa do título para também conseguir uma vaga no torneio sulamericano, já que no Brasileirão ainda corre até certo risco de rebaixamento. Em padrão de jogo e eficiência, os cariocas perdem para os paranaenses. Mas têm a seu
favor a tradição da camisa e a pressão de sua torcida dentro de um Maracanã
lotado. O Flamengo representa a "emoção" dos mata-matas, enquanto o Atlético-PR reflete a "razão" dos pontos corridos.
Se perder, o
Atlético-PR fará o Estado do Paraná ficar sem o troféu da Copa do Brasil pela
terceira vez consecutiva. Se ganhar, vai coroar sua temporada e mostrará que,
com bom planejamento e visão de excelência, se obtém ótimos e merecidos
resultados.
Meu palpite?
Vence a tradição, o peso da camisa e a força da torcida no Maracanã, e o Flamengo será o campeão. Porque o mata-mata definitivamente não é uma ciência exata. Os pontos corridos sim.
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