O tiro saiu pela culatra.
A tentativa do São Paulo de tentar intimidar a Ponte Preta não teve o
desfecho que a turma do Juvenal esperava. Afinal, por quê não jogar no estádio
Moisés Lucarelli se o São Paulo perdeu a vaga para as finais dentro do "suntuoso"
estádio do Morumbi? Todos os jogos com mando da Ponte Preta sempre foram
realizados em seu estádio, em Campinas, seja no Campeonato Paulista ou no
Campeonato Brasileiro. E de repente o São Paulo resolve apelar à Conmebol para
que fosse alterado o local da partida para "cumprimento" do
regulamento. O mesmo São Paulo já havia feito isso há 8 anos, quando o Atlético-PR
teve que jogar a final da Copa Libertadores de 2005 em Porto Alegre , no
estádio Beira Rio, a mais de 700
Km de distância da Arena da Baixada, em Curitiba. E o estádio do Atlético-PR já era na época um dos mais modernos do Brasil.
Mas dessa
vez estavam preocupados com a Ponte Preta? Que já está rebaixada para a 2ª
Divisão do Campeonato Brasileiro?
A Ponte tentou jogar em seu estádio, mas a força política do adversário
a impediu e o 2º jogo das semifinais foi para Mogi Mirim (que, diga-se de
passagem, num estádio inferior ao "Majestoso", em Campinas). E os
Deuses do Futebol resolveram interferir. Resultado? Literalmente tudo foi por
água abaixo já no primeiro jogo das semifinais, já que os mais de 50 mil
são-paulinos estavam sob um dilúvio no Morumbi. E essa mesma chuva lavou a alma
dos pontepretanos, pela primeira vez disputando um torneio sulamericano em 113
anos de existência.
Mostrando uma superioridade absurda, a Ponte Preta venceu o
"Soberano" por 3 x 1 com direito a olé. Os torcedores do time de
Campinas, em bem menor número, simplesmente silenciaram o Morumbi molhado e
lotado. Antes, o time do técnico Jorginho, muito mal das pernas no Brasileirão,
já havia conseguido um feito histórico ao despachar com propriedade o temido
Velez Sarsfield, empatando em Campinas e vencendo em Buenos Aires por 2 x
0, algo então considerado quase impossível.
No 2º jogo diante do enfraquecido São Paulo em Mogi Mirim , a Ponte
Preta jogou, dessa vez, com o regulamento debaixo do braço, o mesmo regulamento
que lhe impediu de jogar em sua cidade. Empatou em 1 x 1 e está nas finais
contra outro time argentino, também cascudo, o Lanús.
O São Paulo tinha tudo a seu favor. Mais time, mais treinador, mais
tradição, mais torcida, mais chances, experiência em torneios
internacionais, disputaria um mata-mata contra uma equipe rebaixada no Campeonato
Brasileiro e que sequer jogaria a partida de volta em sua casa. Só faltou uma
coisa, a principal delas: em nenhum momento mostrou mais futebol ou pelo menos
mais disposição dentro de campo.
O São Paulo sempre será o favorito contra a Ponte Preta, jogando em
Campinas, em São Paulo
ou em Quissamã. Mas
precisa ter, no mínimo, vontade de vencer. E começou a ser eliminado quando fez
a Ponte sair de Campinas para jogar em outra cidade.
E se o time de Muricy voltasse a jogar novamente hoje contra o time de Jorginho, perderia. De novo.
Eis a pergunta: A Ponte Preta pode ser campeã da Copa Sulamericana e ser o único
representante paulista na Copa Libertadores de 2014? Sim. Por quê? Porque a
Ponte da Sulamericana não é a Ponte do Brasileirão. O Velez Sarsfield e o São
Paulo que o digam.
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