O competente técnico Doriva sabe que, irremediavelmente, essa mesma euforia também invade o ambiente de sua equipe. E isso é perfeitamente normal. Aliás, tem que ser assim. Sabe-se lá quando o presidente Juninho Paulista conseguirá novamente formar outra equipe tão competitiva para ter outra oportunidade como essa. Até porque Juninho sabe como a banda toca e o quanto tudo é mais difícil para os clubes do interior. E sabe também que o time se desmanchará depois do Paulista, com ou sem o troféu. É assim com todos os bons times do interior que se destacam. Foi assim com o bom São Caetano em 2007, com o ótimo Santo André em 2010, com o esforçado Guarani em 2012 e não será diferente com o Ituano.
A decisão do melhor ataque contra a melhor defesa. Uma espécie de David contra Golias e o menor com a vantagem do empate. Quem diria? Mas futebol é exatamente isso. O imponderável sempre pode acontecer.
Não morro de amores pelo técnico Oswaldo de Oliveira, muito pelo contrário. Mas pelo menos até aqui o treinador não atrapalhou o time com esquemas mirabolantes. A equipe se mostra a vontade dentro de campo, joga de forma leve, envolvente, irreverente, faz (muitos) gols e Oswaldo parece ter o time fechado com ele. Tem agora a missão de ser o destaque individual da partida derradeira que vai decidir a competição.
De um lado, Doriva já fez a sua parte, o Ituano chegou onde chegou e conseguiu levar a decisão para a 2ª partida das finais. Por outro lado, é praticamente impossível o time do Santos deixar de jogar por duas partidas seguidas. Por isso cabe a Oswaldo de Oliveira reacender os ânimos, esquentar o clima de sua equipe, controlar a ansiedade, motivar, retirar o peso das costas de alguns jogadores, usar as alternativas que o elenco lhe oferece em qualquer esquema tático.
O Ituano teve seus méritos ao vencer por 1 x 0? Sim. Porém, o demérito do Santos de cair em sua armadilha contribuiu bastante.
O Santos é o time que joga e deixa jogar, mas não é o time que deixa de jogar, como foi na primeira partida. A proposta do Ituano será clara desde o começo, tem o regulamento debaixo dos braços. Ao Santos, fazer mais do mesmo: gols. Mas não poderá se expor como de costume, jogando em alta velocidade. Terá que manter a posse de bola, jogar com inteligência e, principalmente, paciência. Essa será a lição que o tio Oswaldo terá que ensinar aos seus meninos na última aula do Campeonato. Difícil? Não. Futebol é raça, aplicação tática, determinação. Mas, acima de tudo, é talento. E o talento sempre prevalece.
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