Terça-feira, 15 de abril de
2014. A pouco menos de dois meses da Copa do Mundo e por volta das 7h00 da manhã, o “Impostômetro” da Associação Comercial de
São Paulo anunciava um índice nada animador: O
valor pago pelos brasileiros em impostos federais, estaduais e municipais nos
primeiros quatro meses do ano já somavam R$ 500 bilhões. E o quê isso
significa?
Que assim como no ano passado (e no ano
retrasado), o cidadão que acorda cedo para trabalhar pagou mais e altos
impostos. E o Brasil cresceu menos.
Por essas e tantas outras razões,
acredito que não seria necessário uma Copa do Mundo para o tal “legado” do dia
seguinte ao fim do torneio. É obrigação do poder público construir e reformar
estradas, aeroportos, escolas e hospitais. De investir em saúde, educação e
segurança. Não é preciso a realização de um mega-evento esportivo para se ter a
esperança de dias melhores em ítens básicos de infra-estrutura. Seja qual for o
partido que esteja no poder. Aliás, isso deveria ser o que menos importa.
Portanto, sr. Ronaldo Nazário de Lima, é
no mínimo oportunista sua “indignação” com o governo a menos de 15 dias da “melhor
Copa das Copas”, como sempre profetizou a presidente da República.
Ronaldo sempre esteve do lado de lá,
desde o começo. Desde quando o sr. Luiz Inácio Lula da Silva e sua turma entenderam
que fazer a Copa do Mundo seria bom para o país, deixando o ônus das
urnas para sua herdeira política e o ônus social para o povo. Ronaldo defendeu
a decisão, apoiou a CBF, a FIFA e o governo federal. E ainda avalizou qualquer decisão do
governo ao soltar a inesquecível pérola de que “não se faz uma Copa do Mundo construindo hospitais”.
Então por que não se faz hospitais da
mesma forma que se faz estádios "padrão FIFA"? Estádios caríssimos que
serão verdadeiros "elefantes brancos" no futuro? Se é tão simples assim, por que não se faz também escolas e hospitais em caráter de
emergência, sem licitação? A população não vai achar ruim, nem vai
protestar.
Entendo que, se não tivéssemos a Copa,
também não teríamos mais escolas e hospitais tal como agora. Mas então
por quê gastamos tanto dinheiro com a Copa? Parece que a população entendeu as “prioridades”
de seus governantes.
E por que, Ronaldo, declarar seu apoio
a esse ou aquele candidato?
Será que depois de tudo, alguém em sã consciência ainda
votaria num candidato em outubro só porque o “Fenômeno” votará nele?
Não adianta “pular do barco” às vésperas
do início do Mundial, “envergonhado” ou não.
Você faz parte dos erros e acertos
dessa Copa e cabe ao povo colocar na balança. E o povo parece estar pesando muito bem.
A Copa do Mundo deveria ser uma festa
do futebol no país do futebol. Mas jamais deveria ser a “chance” de o país
mudar apenas por causa disso. Já pagamos impostos demais para isso.
Você, Ronaldo, faz parte da Copa do
Mundo do Brasil de 2014. Infelizmente, não como o “Fenômeno” que foi com a bola
nos pés.
Aos governantes e a você, Ronaldo Fenômeno, um lembrete das ruas: O futebol é a coisa mais importante das coisas menos importantes. Até mesmo no país do futebol.