Gostou da seleção brasileira convocada pelo Felipão?
Ou você acha que o Miranda é melhor que o Henrique? Que o
Rafinha é melhor que o Maxwell? Que o Lucas deveria ser chamado? Será que faltou
alguém “acima da média"?
Pois é. No Brasil há milhões de treinadores de futebol.
Porém, essa é a seleção do Felipão. E não a sua, a minha ou de qualquer outro “treinador”.
Não são necessariamente os "seus" melhores que darão o resultado que o Felipão espera durante uma Copa do Mundo. Serão os escolhidos por ele, que está no comando. Os
eleitos. E, obviamente, quem tem a sua confiança, quem está fechado com ele. Não
existem vagas numa seleção importante dentro de uma Copa do Mundo. Existem cargos de
confiança. Do goleiro ao massagista.
Essa sempre foi a premissa da chamada “Família Scolari”.
Não importa se o goleiro titular está sem jogar ou disputa a
3ª divisão do futebol canadense. Ele é o cara de confiança do treinador. E por
diversas razões. Foi mal na última Copa? Um dos responsáveis pelo fracasso?
Pois é aí que reside a possibilidade de se redimir, de dar “a volta por cima”,
a capacidade de superação do ser humano e nem tanto do atleta. Ele precisa se
doar mais para mostrar aos milhões de torcedores que passou por cima de tudo e que é sim um
vencedor. Agarrar a chance e se superar torna-se uma questão pessoal. O
treinador pode contar com esse algo a mais.
De repente, aquele volante não é o
melhor na posição, mas é o cara que motiva, que briga com os demais durante o
jogo, que berra, mas que todos respeitam e obedecem. Tem o meia que não é
considerado o melhor, mas que é o cara extrovertido que brinca com todo mundo, que
diverte, que levanta o astral, mesmo em situações ruins. Tem o atacante que é
questionado por tanta gente, mas que “puxa o samba” dentro do ônibus, o outro
que forma opinião, que todos gostam de ouvir, o mais quieto, mas que sabe
orientar. Uma equipe vencedora precisa de todo tipo de gente, não
necessariamente uma constelação de estrelas.
Cabe ao comandante passar esse sentimento de confiança a todos
os jogadores, questionados ou craques. Fazê-los sentirem-se peças fundamentais
para o seu time. Os jogadores, assim como todas as pessoas, só se sentem a vontade
para cobrar e aceitar as cobranças quando existe uma relação de confiança, e
quando todos estão comprometidos entre si.
Será que aquele jogador que não
foi convocado “injustamente” tem o mesmo espírito de grupo do que foi convocado?
Um time vencedor não é formado pelos melhores, mas pelos
jogadores certos. Fama e glamour não ganham títulos. Para estar sempre no topo é
preciso ser melhor do que já é. Nesse caso, será que a zona de conforto de alguns jogadores
permite isso?
Existem várias formas de se liderar um time. Porém, é essencial que os liderados não duvidem da intenção de seu líder. Isso é
estar fechado com ele. Isso é ser, de fato, uma equipe.
É preciso usar o talento individual em
função da conquista de um bem comum. Acima de um grande jogador, ser um homem
generoso que lhe faça tocar a bola para um companheiro melhor posicionado em
vez de tentar chutar e fazer o “seu” gol. Se esforçar mais na marcação para
fazer a retaguarda daquele lateral que sabe jogar e que por isso vai para frente com
frequência. Dar o carrinho que aquele atacante não dá. Ter consciência coletiva.
Uma equipe vencedora é feita, antes de mais nada, por jogadores que confiam e
acreditam uns nos outros e naquilo que estão sendo orientados a fazer. É feita por
talentos que se complementam.
Uma família. No caso, a do Scolari.
2 comentários:
Perfeito! O Felipão não trouxe e não é de fazer surpresas. E eu acho que a maioria dos jogadores são ótimos. Acredito e admiro o trabalho do Felipão... Desejo sorte para a nossa seleção. Beijo especial!
A lista já está fechada desde o ano passado. E o time é forte sim, e competitivo. Hoje é favorito pra ser campeão. Só não pode confundir favoritismo com obrigação de vencer. Obrigado. Um beijo especial.
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