Podemos dizer que a Costa Rica é o xodó dessa Copa?
Talvez. De qualquer forma, não pode ser classificada simplesmente como
zebra. O time de Campbell elevou o pequeno país da América Central ao centro das atenções do mundo. A
comemoração de seus torcedores e jogadores é o que dá sentido ao futebol. O imponderável.
E não é para menos. O tal do time de Campbell e
companhia venceu com méritos nada menos que Uruguai e Itália. Passou por cima de
seis títulos mundiais. Jogando bem, com marcação forte e contra-ataque
letal. Se vai conseguir algo a mais na Copa? O que isso importa? Só isso já é mais do que suficiente. No chamado "grupo da morte", o enriquecido futebol da Costa Rica sobreviveu com sobras diante de três campeões mundiais.
Os costa-riquenhos, a partir dessa Copa, fazem parte um pouco mais do mundo.
E quem será o personagem?
Espera-se bastante de Cristiano Ronaldo, de
Messi, de Neymar, de Balotelli, de Benzema, de Van Persie. E esperava-se também dos que não vieram, como é o caso de
Zlatan Ibrahimovic e Ribéry.
Mas a Copa no Brasil já possui um personagem singular.
Luisito Suárez. Uruguaio, 27 anos.
É dele a imagem de superação que se vê dentro e fora de
campo.
Por que não dizer que é a confirmação do que se viu na última Copa,
disputada na África em 2010? Ele foi o responsável direto pela classificação de
sua seleção para a semifinal contra a Holanda, quando literalmente “defendeu”
uma bola, em cima da linha, nos acréscimos da partida contra Gana. Trocou sua
expulsão por um pênalti. E passou de vilão a herói, quando o ganês Asamoah Gyan bateu e chutou na trave. A partida foi então para os pênaltis e a Celeste
finalmente chegou a uma semifinal de Copa do Mundo depois de 40 anos. Seria demais afirmar que foi graças a Luisito?
Na Copa de 2014, Suárez era uma interrogação. Em tratamento com uma lesão séria no joelho,
viu do banco de reservas o Uruguai ser derrotado (sem piedade) pela Costa Rica. A imagem no fim da partida era de um Suárez cabisbaixo, com as mãos na cabeça, inconformado com o placar adverso logo na estréia. Não tinha
outro jeito senão ir para o sacrifício e encarar a Inglaterra. Com garra e bastante disposição, Suárez mostrou faro de gol incomum e fez os 2 gols de sua seleção
na vitória por 2 x 1, despachando os ingleses do torneio ao melhor estilo “bye bye Brasil”.
Decisivo e aos prantos, Luisito deixou o campo ovacionado quando foi substituído para ser poupado.
Copa do Mundo também é isso. Drama. Raça. Superação. Surpresas.E, principalmente, pessoas.
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