Do mais simples ao mais sofisticado, do modesto ao requintado, do pouco ao muito, o futebol movimenta uma cadeia imensurável de negócios e oportunidades.
Do cara que vende cachorro-quente na porta do estádio à companhia aérea que vende passagens de avião para profissionais, times e torcedores. Do outro que aluga suas vans para transporte de torcedores em dias de jogo às empresas que licenciam marcas e produtos. Do aposentado que ganha uma graninha extra ao fazer estacionamento de sua garagem às emissoras de rádio que fazem cobertura em período integral nos dias de clássico. Das pessoas que vigiam os carros nas ruas às lojas de esportes. Daquele tiozinho do espetinho aos anunciantes da mídia. Do cara que vende camisas e bandeiras nas redondezas do estádio aos jornalistas, cronistas e blogueiros importantes. Do sorveteiro que fica andando apressado de um lado para o outro ganhando uma grana a mais nos dias de jogo aos sites especializados de internet. Do senhor que vende água e refrigerante à empresa que cuida do gramado. Das escolinhas de futebol às agências que cuidam da imagem dos jogadores. Da senhora que vende salgados aos fornecedores de material esportivo. Do pessoal que vende cerveja aos narradores, comentaristas e repórteres. Da moça que vende doce e pipoca aos grandes patrocinadores. Do cara do pastel aos agentes, dirigentes e empresários. Do artesão que confecciona e vende artigos de todos os times à audiência dos canais de televisão. Enfim...
*Dados de 2012 |
Esse grande jogador que é tão questionado pelo salário exorbitante que recebe "apenas para jogar bola" é o que influencia direta e indiretamente tudo o que faz girar essa gigantesca engrenagem que move o futebol, aqui ou na China. Será que os empresários europeus que contratam jogadores por cifras mirabolantes estão fazendo "caridade" ou visando aumentar seus lucros com possíveis novas transferências decorrentes da capacidade e da exposição desses craques nos melhores campeonatos do mundo? Diante de toda a grana que se movimenta em torno do que ele faz, do seu futebol e do que ele representa diante de tudo isso, será que o salário do tal jogador é tão "desrespeitoso" assim?
O Real Madrid de Cristiano Ronaldo vende, em média, 1 milhão e 500 mil camisas oficiais por ano. Dá para imaginar o faturamento anual do clube espanhol somente com a venda de camisas? Sem citar todos os outros produtos licenciados vendidos em larga escala não apenas na Europa, mas em todos os lugares do planeta. E se o astro português deixar o Real? Será que o clube manterá inalterada a mesma receita com a venda de suas camisas e produtos?
Até mesmo aquele jogador que atua num time inexpressivo do interior, na quarta divisão estadual e que recebe cerca de um salário mínimo mensal (a esmagadora maioria). Pois ele ainda consegue "sobreviver" de futebol graças ao interesse gerado por aquela estrela daquele grande clube da primeira divisão que recebe mil vezes mais. A regra é clara. Se existe o forte interesse, se existe um elevado consumo de futebol, é evidente que a oferta e os valores ligados ao "negócio" também sejam grandes e rentáveis. E o craque, que faz esse interesse e esse consumo ser cada vez maior, é o protagonista do espetáculo. E como todo protagonista, sempre será mais valorizado e melhor remunerado. Dependerá totalmente do nível de riqueza gerado por ele para o "negócio" chamado futebol.
Cada um com seu cada um. Com aquilo que merece ter ou fazer. A tal da boa e velha relação custo-benefício. Em qualquer lugar ou segmento da sociedade. E, claro, também no mundo do futebol que é entretenimento, diversão e, evidentemente, um negócio que se torna cada vez mais lucrativo. E para muita gente, em todas as classes, em todos os lugares. Não somente para aquele cara que ganha "só para jogar bola".
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