Foi com essa frase que o torcedor Nicolás Sanchez definiu o fim do jejum de 19 anos sem Libertadores de seu time, o River Plate. A chuva que caía forte sobre o Obelisco, tradicional local de comemoração dos torcedores argentinos em Buenos Aires, era como se "lavasse a alma" de fanáticos e apaixonados súditos que, depois de tanto tempo e tanta crueldade, voltaram enfim a soltar o grito de campeão do torneio de futebol mais importante das Américas.
Horas antes, mais de 60 mil pessoas se aglomeravam no Monumental de Nuñez para exorcizar de vez o fantasma que sobrevoou La Bombonera nas oitavas-de-final. A hilária provocação dos xeneizes na partida que não terminou diante do arquirival Boca Juniors, era também a lembrança amarga para os Millonarios do rebaixamento para a Segunda Divisão, há pouco mais de quatro anos.Mas nada de flores pelo caminho. Boa parte da torcida desconfiou. Afinal, o time foi o pior classificado da etapa de grupos com 7 pontos, metade da pontuação de seu adversário nas finais, o Tigres, do México. Como se não bastasse, logo de cara nas oitavas o River Plate enfrentou o Boca Juniors, que no começo de 2015 o havia goleado por 5 x 0 num torneio amistoso de preparação para a temporada. Mas quiseram os Deuses do Futebol que um spray de pimenta acabasse com o sonho dos xeneizes e levasse o River para enfrentar nas quartas-de-final nada menos que o Cruzeiro, bicampeão brasileiro. A derrota por 1 x 0 para o time mineiro em pleno Monumental parecia outro balde de água fria na cabeça dos Millonarios. E os Deuses do Futebol voltaram a aparecer quando, diante de um apático e pouco inspirado Cruzeiro no jogo de volta dentro de um Mineirão lotado, o River conseguiu o mais improvável resultado dessa edição de Libertadores: reverter o placar com propriedade, um 3 x 0 inquestionável. Junto com a classificação para as semifinais, veio a confiança que faltava para time e torcida. Dessa vez diante da maior zebra do torneio, o Guaraní, do Paraguai, mais de 10 mil torcedores estiveram no Defensores Del Chaco para dar força e jogar com o River. Funcionou. E os Millonarios finalmente alcançaram as finais de uma Copa Libertadores depois de 19 anos.
Contra o Tigres, aquele mesmo que na fase de grupos fizera o dobro de pontos, a lógica não falhou e a camisa pesou. Se em nenhum momento da competição o time do técnico Marcelo Gallardo foi um primor de técnica e tática, o River jogou a final com intensidade, sem bola perdida e marcação forte. Ocupou os espaços deixados pelos mexicanos com toque de bola rápido, preciso, sempre para frente. Foi uma equipe letal nos contra-ataques e através deles vieram os gols de Lucas Alario, Carlos Sánchez e Funes Mori. 3 x 0 e a volta olímpica no Monumental, como já havia acontecido em 1986 e 1996. Tri-campeão da Copa Libertadores da América, juntando-se a Olímpia-PAR, Nacional-URU, Santos e São Paulo.
Muita gente viajou de longe para ocupar um lugar na festa do Monumental de Nuñez. Porém, somente na hora de passar pela catraca descobriu que muitos ingressos vendidos pela internet eram falsos. Mas qualquer esforço valia a pena, até mesmo comemorar do lado de fora. A chuva torrencial que molhava a madrugada portenha também "lavava a alma" de cada torcedor e, misturada com as lágrimas da conquista, não só expulsava definitivamente o fantasma sustentado por um drone xeneize, como trazia de volta o estrelato que nos últimos 19 anos morou praticamente apenas em La Bombonera.
Muita gente viajou de longe para ocupar um lugar na festa do Monumental de Nuñez. Porém, somente na hora de passar pela catraca descobriu que muitos ingressos vendidos pela internet eram falsos. Mas qualquer esforço valia a pena, até mesmo comemorar do lado de fora. A chuva torrencial que molhava a madrugada portenha também "lavava a alma" de cada torcedor e, misturada com as lágrimas da conquista, não só expulsava definitivamente o fantasma sustentado por um drone xeneize, como trazia de volta o estrelato que nos últimos 19 anos morou praticamente apenas em La Bombonera.
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