terça-feira, 13 de dezembro de 2016

A SEGUNDA-FEIRA DEPOIS DO FIM

*por Adriano Oliveira


Em plena manhã nublada de segunda-feira, a melhor ressaca de todos os tempos da última semana na vida de um gremista. Ao sentar-se na mesa para tomar seu café, ele confere pela centésima vez as últimas notícias sobre futebol na tela de seu celular. Sorri. E finalmente cai às gargalhadas quando olha lá pra baixo, no rodapé da tabela de classificação do Campeonato Brasileiro.
O que ele vê?

O arqui-rival Internacional, rebaixado para disputar a segunda divisão em 2017. Irônico, suspira:
- Nunca o vermelho das últimas quatro posições da tabela combinou tanto com um rebaixado.
Sim, mais uma vez a Série B vai receber de braços abertos um grande clube do futebol brasileiro, que tanto se esforçou para estar entre o 21º e o 40º de uma edição do campeonato nacional. O Inter de tanta gente, de tanta tradição e expressão, que depois de uma interminável série de tropeços dentro de campo e lambanças de seus dirigentes fora dele, terá o amargo desafio de retornar à elite.

Porque o Inter se rebaixou dentro e fora de campo. Daqui em diante, o time gaúcho não terá somente a antipatia dos gremistas, mas de muitos outros torcedores espalhados pelo Brasil, devido às recentes "estratégias" e declarações infelizes de quem manda no clube. A Série A permanece agora com apenas quatro times em seu quadro de fidelidade: Cruzeiro, Flamengo, São Paulo e Santos, os únicos do país que não sabem o que é disputar a segunda divisão. No entanto, com dirigentes irresponsáveis e mal preparados, quem arrisca-se a dizer até quando?

domingo, 4 de dezembro de 2016

O PALMEIRAS DE CUCA, QUE CANTA E VIBRA. DE VERDADE.

*por Adriano Oliveira

" - É agora que entra o meu trabalho, vou poder treinar e montar a equipe mais ou menos com a minha feição. Vamos buscar o Brasileiro, vamos brigar, vamos ser campeões."
(Cuca, técnico do Palmeiras, em entrevista após eliminação de seu time da Copa Libertadores da América e do Campeonato Paulista)


Cuca chegou ao Palmeiras para ser campeão. De verdade.
Porque o palmeirense comemorou o título do Campeonato Brasileiro de maneira diferente.
Não foi a mesma sensação de exatamente um ano atrás, com Marcelo Oliveira, que também foi campeão nacional pelo clube. Com Cuca, foi diferente. Afinal, o técnico campeão da Copa do Brasil de 2015 não deixou nenhum legado a não ser um estoque de "chuveirinhos", que nem o mais otimista dos torcedores acreditou que daria certo para sempre. Mas conquistar o longo e concorrido Campeonato Brasileiro, sem drama e sem sofrimento, faz esquecer o que ficou para trás.
Depois das eliminações no Campeonato Paulista e precocemente na Copa Libertadores da América, Cuca prometeu o título brasileiro aos palmeirenses. E cumpriu.
O torcedor sabe que o campeão deste ano não foi brilhante. Que não encantou. Talvez por não ter o elenco igual ao do Atlético-MG, considerado o "favorito" para ganhar tudo em 2016. Mas Cuca conseguiu fazer o time jogar. Se não tinha em mãos um elenco primoroso em qualidade técnica, restou a ele formar um bom conjunto e treinar uma equipe bem organizada taticamente, que logo ganhou entrosamento e cresceu de produção. De um grupo assustado e desacreditado após a eliminação ainda na fase de grupos da Copa Libertadores, o Palmeiras passou a ser um time determinado e confiante. Cuca fez o time "funcionar".