terça-feira, 30 de junho de 2015

QUANDO OS NÚMEROS NÃO MENTEM


Você não pode se apegar somente aos números”, disse um inquieto Rogério Ceni ainda dentro do gramado do Allianz Parque após o fim do clássico contra o Palmeiras, pela 9ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Mas se não é para se apegar apenas à goleada do Palmeiras por 4 x 0, sobre o que então se deve falar? Que o São Paulo ficou correndo atrás do adversário durante o 2º tempo? Que o time do Palmeiras só não fez mais gols porque não se preocupou com isso? Que o vice-líder do campeonato levou quatro gols e se perdeu em campo diante do então 15º colocado?

segunda-feira, 29 de junho de 2015

O BRASIL É HOJE O PARAGUAI COM GRIFE


"Seleção brasileira apanha de novo". "Novo vexame da seleção".
Essas foram algumas das diversas frases na imprensa e principalmente nas redes sociais logo após a eliminação da seleção brasileira nas quartas-de-final da Copa América, disputada no Chile.
Nada de vexame, nem vergonha. A seleção com Neymar é hoje equivalente à qualquer outra seleção da América do Sul. E sem Neymar equivale ao Peru. Simples assim. Nada mais normal hoje do que o Brasil perder por 1 x 0 para a Colômbia mesmo com Neymar em campo e ter enorme dificuldade para vencer a Venezuela sem Neymar, levando sufoco no final e com quatro zagueiros segurando o suado placar de 2 x 1.

sábado, 27 de junho de 2015

VALDÍVIA PERDEU O PALMEIRAS


O som dos teclados dos computadores domina o ambiente na sala em mais um dia de trabalho. De repente, ao olhar as últimas notícias na internet, um palmeirense dispara em voz alta num tom de alívio:
 Finalmente o Valdívia vai embora do Palmeiras!
 Ahhh... Mas ele joga bem - retruca o outro palmeirense, mais contido.
Jorge Valdívia é assim. Divide opiniões até entre os palmeirenses. Enquanto a maior torcida organizada do clube faz churrasco para comemorar sua nova ida para o futebol árabe, há torcedores que sentem a saída do "ídolo" já anunciada faz tempo pelo próprio jogador.
Um prenúncio de despedida que veio no "empenho" das últimas partidas, nas comemorações junto com a torcida nas últimas vitórias, nas entrevistas declarando o desejo de ficar e o amor à camisa. Ingredientes típicos de jogadores que precisam se esforçar às vésperas do fim do contrato, na tentativa quase desesperada de "voar" em campo para se (re)valorizar e, com isso, colocar os dirigentes contra a parede perante a torcida. As vezes o apelo funciona, as vezes não. Dessa vez não funcionou com o presidente Paulo Nobre, que se mostrou mais preocupado com as finanças do clube do que com o sentimento de torcedores imediatistas. O Palmeiras propôs a Valdívia um contrato de produtividade que diminui seu salário fixo, mas que ao mesmo tempo aumenta seus ganhos, dependendo de seu rendimento dentro de campo.
Por que o chileno rejeitou? Simples. Porque normalmente ele não está dentro de campo.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

SELEÇÃO BRASILEIRA: NEM SEMPRE NOS RISCOS MORAM AS OPORTUNIDADES


* por Priscila Ruiz

Se
mpre que há uma competição oficial da Seleção Brasileira reacende em mim a velha chama. Em 1998, aos 18 anos chorava em plena Place de l'Hôtel-de-Ville pelo vexame contra a França que eu testemunhava em um dos telões, em frente à Prefeitura de Paris. Em 2002 veio o alento e também a sensação de segurança que tudo caminhava bem. A partir daí, a tal da chama, na verdade, passou a se tratar de uma oportunidade que eu me dou para me reapaixonar pela Seleção. E meus caros, não está funcionando.
Sim, o nosso time avançou na Copa América, mas não estamos totalmente convencidos. Li no blog de um renomado jornalista esportivo, dentre tantos que devoro quase todos os dias, que vivemos a era do “sofrimento”. E é desolador constatar que estamos disseminando a cultura de conformismo com o estado de coma em que sobrevive o nosso futebol.Não há um dia sequer que aquele 7 x 1 não assombre o coração de loucos por futebol como nós. E a notícia da suspensão de Neymar, sem dúvida trouxe à tona novamente aqueles sentimentos vivenciados há um ano.

domingo, 21 de junho de 2015

SANTISTAS, CORINTIANOS E UMA ILUSÃO ATREVIDA?


Após oito rodadas do Campeonato Brasileiro, o que há em comum entre santistas e corintianos? Uma ilusão atrevida. Sim, a vitória do Santos de Marcelo Fernandes no clássico pode ser uma "ilusão atrevida" tal qual foi o início de temporada do Corinthians de Tite.
Um clássico bastante disputado na Vila Belmiro, pobre tecnicamente e com excesso de passes errados. Mas o resultado final foi justo pelo que fez o Santos no 1º tempo. Tocando a bola em velocidade, sufocando o Corinthians e criando (desperdiçando) as chances mais claras de gol. O atacante Ricardo Oliveira foi premiado com a artilharia do campeonato até aqui após marcar um belo e decisivo gol, quase sem ângulo, um chute forte e rasteiro em cima do goleiro corintiano Cássio que aceitou. No 2º tempo, o Corinthians até equilibrou a partida e acertou duas bolas na trave, mais por falhas da defesa santista que por méritos do ataque corintiano. Vágner Love, por exemplo, o novo camisa 9 que vai substituir o peruano Paolo Guerrero, sequer fez uma única finalização durante os 90 minutos.

sábado, 20 de junho de 2015

O FLAMENGO E O FUTEBOL PRECISAM DE SHEIK

O craque está sempre submetido à pressão. Especialmente quando é o principal jogador de um time vencedor e que ganhou títulos importantes. É o seu protagonismo que o faz cair ou não nas graças da torcida.
As vezes, a pressão o desconcentra e ele passa a dividir opiniões antes quase unânimes. É o craque do time, mas não tem vocação para super-herói. O autêntico boleiro que de ídolo passa a ser vilão porque prefere o prazer de jogar ao resultado final.
Emerson Sheik é um desses boleiros.
Quase aos 37 anos, vai voltar a jogar pelo Flamengo. Não haveria outra camisa neste momento no futebol brasileiro para ele vestir. Uma relação de amor e ódio que se desgastou, mas que tem tudo para esquentar de novo, porque o amor sempre prevalece. Sheik sabe que os microfones e holofotes estarão sempre a sua espera na beira do gramado após todas as partidas. Seja ele o herói da vitória ou o vilão da derrota. Ele será o porta-voz do elenco. Ao lado do peruano Paolo Guerrero, vai ajudar a blindar a diretoria e a comissão técnica liderada pela "interrogação" chamada Cristóvão Borges.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

NEYMAR, MARADONA E A COLÔMBIA


Não foi vergonha, nem vexame.
O atual time da Colômbia é melhor que o atual time do Brasil. E o placar de 1 x 0 para a Colômbia na Copa América reflete exatamente isso. Aliás, a atual seleção de Dunga é inferior à seleção de 2014 comandada por Felipão. Se a Colômbia deu tanto trabalho para aquele Brasil na Copa do Mundo, o que esperar com a realidade de hoje na Copa América?
Os principais jogadores da seleção colombiana jogam em grandes clubes da Europa. É o caso, por exemplo, de James Rodriguez, que joga no Real Madrid, ou de Falcão Garcia e Cuadrado, que atuam no Chelsea. Zapata é destaque no Milan e Jackson Martinez, artilheiro do Porto, também está de malas prontas para o clube rossonero. Na seleção brasileira, com exceção de Neymar, jogadores como Douglas Costa, Fred e Diego Tardelli jogam em times inexpressivos da Ucrânia e China. Firmino joga no Hoffenhein que, no máximo, é um clube mediano. E Everton Ribeiro, que brilhou no campeão Cruzeiro durante o Campeonato Brasileiro do ano passado, atua hoje num time qualquer da Arábia.

domingo, 14 de junho de 2015

O QUE IMPORTA É O 7 x 1?


O brasileiro, de um modo geral, tem uma tendência, uma capacidade e um complexo incrível de ser vira-lata. Espera sempre pelo pior em quase tudo o que faz e acredita que tudo o que é nosso não funciona ou vai dar errado. Jamais se prepara para o sucesso, prefere curtir os louros do vexame para que, no final, possa estufar o peito e dizer:
 Eu Não disse? Eu não falei?
E se existe um lugar onde o brasileiro deveria cantar com orgulho o hino nacional é no estádio de futebol, em dia de jogo da seleção brasileira. A seleção de futebol que historicamente sempre foi o caminho mais fácil para milhões de brasileiros, tão carentes e desprovidos de alegria, se sentirem "campeões".

segunda-feira, 8 de junho de 2015

O GOL ERA O SONHO DO MENINO


Todo menino que passa o dia todo correndo atrás de uma bola tem o sonho de um dia se tornar jogador de futebol. O sonho de jogar no time do coração ou num grande time da Europa. E por que não jogar uma Copa do Mundo? Uma final de Champions League num grande estádio europeu lotado sob os olhos de todo o planeta?
A glória. O apogeu. O Olimpo.
Neymar também tinha esse sonho.

domingo, 7 de junho de 2015

O TIME QUE REINA CAMPEÃO DE TUDO


Em algum momento o impossível pareceu possível, mas não foi. Obrigada, deuses do futebol por nos brindarem com um final de temporada na Europa que já deixa saudade em qualquer mortal louco pelo velho esporte bretão.
Romantizando um pouco, confesso que sou obsessiva com a Champions League, especialmente quando se trata do Barcelona, time que não é só uma mera escolha, mas está no DNA puramente catalão da família.
Olhando um pouco a trajetória, não dá para dizer que foi fácil. O Barça encarou os melhores times da Holanda, França, Inglaterra, Alemanha e Itália. Nos mata-matas superou as quatro principais capitais da Europa e provou a força de uma dinastia estabelecida desde 2006 ao se recuperar diante da pressão de eliminações muito dolorosas frente a Inter, Chelsea e Bayern em edições passadas.

A VILA NÃO FAZ MILAGRES


Sim, a Vila Belmiro é um alçapão. O adversário se intimida e é difícil superar o Santos jogando lá dentro. Porém, não é a Vila dos Milagres. Acima de tudo, é preciso jogar futebol.
Em uma semana, o Santos jogou três vezes pelo Campeonato Brasileiro. Somou dois pontos, em dois empates por 2 x 2 dentro da Vila depois de estar por duas vezes a frente no placar em cada partida. Cedeu os empates.
Contra a Ponte Preta, o melhor time paulista e a grande sensação do campeonato até aqui, o Santos novamente começou bem e determinado, da mesma forma que havia feito contra o Sport uma semana antes, e poderia ter garantido a vitória no 1º tempo. O time de Lucas Lima trocou muitos passes, finalizou bem mais, teve muito mais posse de bola e não deixou o time de Renato Cajá jogar. Porém, fez somente um gol. Mais um belo gol de Geuvânio, é verdade. Mas foi pouco. E, de novo, as chances desperdiçadas foram determinantes para mais um tropeço no 2º tempo.

quinta-feira, 4 de junho de 2015

ROGÉRIO CENI, O PROTAGONISTA DO SAN-SÃO


Um clássico com cinco gols está a altura de um São Paulo x Santos, que normalmente fazem grandes jogos. Mas, neste caso, não traduz o que aconteceu dentro de um Morumbi frio e quase vazio.
Não foi um jogo aberto. Tampouco com velocidade, muitos dribles e nó tático. Foi um jogo truncado no meio, cheio de faltas, pobre tecnicamente, onde os cinco gols nasceram de erros defensivos, sendo quatro gols de bola parada.
Mas com todos os ingredientes de um clássico que se preze: bate-boca com o árbitro, polêmica, reclamações e duas viradas. O São Paulo, sob os olhos de seu novo técnico Juan Carlos Osório que estava nas tribunas, mais motivado, mais bem armado taticamente e mais interessado na vitória desde que a bola rolou, apesar dos apagados Alexandre Pato e Luis Fabiano. O Santos, um time ausente no 1º tempo e razoável no 2º tempo, com méritos ao esforço isolado de Lucas Lima na tentativa de criar jogadas e à sorte de Ricardo Oliveira nos dois gols. O placar de 3 x 2 para os donos da casa foi um resultado justo para o time que mais buscou a vitória e para o Santos que mereceu perder.

segunda-feira, 1 de junho de 2015

O GUARANÍ E O PALMEIRAS EM ITAQUERA?


Numa semana agitada nos bastidores do futebol, onde a grande estrela foi o FBI, veio o primeiro clássico paulista do Campeonato Brasileiro. O Corinthians ainda favorito, mesmo com a ausência do "ex-ídolo" Paolo Guerrero, que foi motivo de protesto dos torcedores corintianos que exibiam cédulas de dinheiro com seu rosto estampado. Emerson Sheik também não entrou em campo, mas convenhamos, esse já não jogava faz tempo. O Palmeiras em baixa devido aos maus resultados recentes, uma derrota em casa para o esforçado Goiás e um empate sem gols diante do modesto ASA (aquele mesmo), pela Copa do Brasil, também dentro de casa.
Tite, mais seguro, apesar da turbulência nos bastidores. Oswaldo de Oliveira, com a batata assando dentro do forno.