segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

FRASES - GABRIEL x ROGÉRIO CENI

" - Sobre o pênalti eu não vi o bandeirinha levantando, mas é que o Rogério manda no jogo sempre."
(Gabriel, atacante do Santos, sobre a polêmica anulação do pênalti marcado pelo árbitro a favor do Santos no clássico contra o São Paulo, que terminou empatado em 0 x 0).
" - Eu não influenciei o juiz. Eu só fui acompanhar o relato do auxiliar para o árbitro, o que é normal (...) Você tem que estar cobrando a todo momento, você tem que estar auxiliando para que a decisão seja a correta. E se ele disser que eu mando no jogo, está ótimo. É bom porque aí ele aprende como se joga."
(Rogério Ceni, goleiro e capitão do São Paulo, rebatendo a declaração do atacante santista Gabriel).

NA FINAL DO BRASILEIRO DE 95, O ÁRBITRO NÃO VOLTOU ATRÁS.


Dia 17 de dezembro de 1995. Lá estava eu juntamente com mais de 45 mil pessoas no velho Pacaembu, assistindo a final do Campeonato Brasileiro entre o Santos de Giovanni e o Botafogo de Túlio. Aos 34 minutos do 2º tempo, o placar mostrava empate em 1 x 1, o que dava o título nacional ao time carioca, já que na 1ª partida, disputada no Maracanã, o Botafogo havia vencido por 2 x 1. Uma  vitória simples daria o título aos santistas, pois tinham a vantagem do empate em número de pontos por terem feito melhor campanha. O Pacaembu pulsava, uma vez que uma vitória simples era mais do que possível para um time que fez uma partida épica nas semifinais diante do Fluminense de Renato Gaúcho, conseguindo a façanha de reverter um placar adverso de 4 x 1 no Rio, vencendo depois por 3 gols de diferença (5 x 2) no mesmo Pacaembu. Sim, o Santos tinha mais time e muito mais confiança do que o Botafogo.
Falta para o Santos do lado esquerdo do ataque. Após a cobrança, a bola cruzada na área e o atacante Camanducaia cabeceia firme, estufa as redes do goleiro Wágner e sai correndo comemorando em direção à torcida que pula e vibra. Era o gol do título. Só que não. O árbitro Marcio Resende de Freitas resolve anular o lance com a marcação de um impedimento inexistente. Na lateral do campo, o assistente permanece com o braço intacto e junto ao corpo, não sinalizando o tal impedimento que somente seu colega viu. Os jogadores santistas, indignados e inconformados com a anulação do gol decisivo, pressionam o árbitro e mostram o assistente, que nada assinalou. Categoricamente, Marcio Resende afirma: “ – Eu dei o impedimento. O gol está anulado.” O jogo termina empatado e o Santos, prejudicado pela decisão do juiz, perde o título brasileiro depois de uma campanha de total superação.
Quase 20 anos depois, o Santos de Leandro Damião enfrenta o São Paulo de Luis Fabiano, no estádio do Morumbi, pela 10ª rodada do Campeonato Paulista de 2014. O clássico, apesar de bastante disputado, caminha para o fim num empate sem gols. Aos 45 minutos do 2º tempo, o atacante santista Rildo é lançado em profundidade e, já dentro da área, é derrubado pelo zagueiro são-paulino Paulo Miranda. Sem titubear e imediatamente o árbitro Marcelo Aparecido aponta a marca da cal sinalizando pênalti. Jogadores santistas comemoram o que poderia ser o gol da vitória no clássico. De repente, jogadores são-paulinos correm em direção ao assistente que levantou a bandeira. O árbitro também vai em sua direção e, influenciado mais pela forte pressão de Rogério Ceni, anula o pênalti e confirma impedimento no lance marcado pelo assistente. O jogo termina 0 x 0.
Rildo realmente estava em posição de impedimento quando recebeu a bola resvalada pela cabeça de Leandro Damião. O assistente marcou corretamente a infração. E o juiz também marcou corretamente o pênalti. É bem verdade que, mais uma vez, Rogério Ceni praticamente "apitou" a favor de seu time, influenciando na decisão do juiz de anular o pênalti marcado. Ele está errado? Claro que não, isso também faz parte do jogo.
Agora perguntas simples: Qual o critério utilizado pela arbitragem? A decisão do árbitro é de fato soberana? O árbitro deve consultar seus assistentes antes de validar qualquer decisão dentro de campo ou depende de cada apitador? A consulta depende da importância de cada jogo?
Marcio Resende de Freitas (o que não voltou atrás) encerrou a carreira em 2005, como um dos árbitros brasileiros mais bem colocados no ranking da FIFA, tendo apitado na Copa do Mundo da França de 1998, além de Jogos Olímpicos.
Marcelo Aparecido Ribeiro de Sousa (o que voltou atrás) é árbitro há 14 anos e está no quadro da CBF há 8 anos.

sábado, 22 de fevereiro de 2014

SÓ OS CLÁSSICOS SALVAM OS TORNEIOS ESTADUAIS


Todo mundo sabe que os torneios estaduais não empolgam mais como antes. Baixo nível técnico, ingressos caros, horários ruins, fórmulas modorrentas. Até porque o regulamento favorece sempre os grandes, basta um mínimo de competência, já que o peso da camisa praticamente joga sozinho contra os modestos times do interior. É claro que acontece de um time pequeno surpreender um grande no meio do caminho, mas não serve como parâmetro. Os estaduais são "laboratórios" de pré-temporada, onde treinamentos são substituídos por jogos, digamos, "oficiais". Há o risco de lesões? Sim. Mas esse risco também existe em qualquer rachão.
Outra façanha dos estaduais: distanciar o torcedor de seu time. Flamengo 2 x 0 Madureira, por exemplo, jogaram diante de 2.487 pessoas dentro de um Maracanã assustadoramente vazio. Ou seja, poucos felizardos viram de perto o gol contra de Leozão a favor do time reserva do Flamengo.
Por outro lado, os Estaduais acabam se tornando um negócio complicado para os times grandes. Se for campeão, não fez mais do que a obrigação num "torneio que não vale nada". Se for mal, entra em crise.
Então do quê se pode realmente tirar proveito de um campeonato estadual?
Dos clássicos. Eles são as únicas atrações. Nos clássicos se reacendem a tradição e a rivalidade. Nos clássicos a motivação é outra, a pegada é outra, a atmosfera é outra. E é num clássico que todos podem avaliar como está a condição de uma equipe. Se o time está realmente preparado ou não para o que de fato interessa na temporada.
Estamos diante de mais um SanSão, no Morumbi. Com Luis Fabiano de um lado e Leandro Damião do outro, o clássico paulista seria promessa de muitos gols, certo? Neste momento, não. Seria se ambos não despertassem tanto a desconfiança de seus torcedores. E é justamente essa motivação que um Damião, um Luis Fabiano, um Danilo, um Guerrero, um Ganso, um Valdivia precisam. Jogar bem, fazer gols e decidir um clássico. Imagina se Paulo Henrique Ganso desencanta e faz uma grande partida contra seu ex-clube, o Santos? A impaciência dos são-paulinos fica para trás e o meia volta a cair nas graças da torcida, com apelos efusivos de "Olha o Ganso aí, Felipão!" Certamente, jogadores e comissão técnica terão bem mais tranquilidade para trabalhar depois de vencerem um rival numa tarde de domingo ou numa noite de quarta-feira. Da mesma forma que, do contrário, serão ainda mais cobrados. Vitória em clássico injeta mais confiança. Mas um revés injeta mais interrogações e mais pressão.
Como dizia o folclórico e saudoso Vicente Matheus, o mais corintiano de todos os presidentes do Corinthians, "clássico é clássico e vice-versa".

sábado, 15 de fevereiro de 2014

O REAL MADRID VENCERIA UMA LIBERTADORES?

3.200 metros de altitude. 3.445 quilômetros de distância. 14 horas de viagem. Expedição? Até poderia ser.
Fora esses percalços, o Cruzeiro não imaginava o que ainda teria que enfrentar pela frente:  Dificuldade enorme para conseguir um hotel para hospedagem do elenco. A van com os jogadores, a caminho e depois já dentro do estádio, foi revistada pela polícia local. O estádio, além da falta de estrutura para abrigar jogos internacionais, não tinha água. E o gramado era muito ruim. O pior: durante a partida, o volante Tinga foi alvo de insultos racistas. A cada vez que pegava na bola, a torcida imitava sons de macacos.
Dentro de campo, o Cruzeiro perdeu por 2 x 1, de virada. Até que o time mineiro não fez uma má partida, mas perdeu o fôlego no 2º tempo por causa da altitude. Fora de campo, o futebol perdeu de goleada, pelo vergonhoso tratamento dado aos brasileiros. E uma derrota irreparável, não por causa da altitude, mas principalmente pela covarde atitude de torcedores peruanos. Porque respeito deveria ser premissa básica para qualquer ser humano, em qualquer lugar do planeta.
Agora imaginem esse cenário em outro campeonato. Bem mais glamouroso, bem mais requintado, bem mais badalado e, por isso mesmo,  bem mais endinheirado:  A Liga dos Campeões da Europa.
Alguém consegue imaginar um jogo entre dois clubes da “realeza”, cada qual com suas "realidades"? Como seria um Real Garcilaso x Real Madrid?
Na Europa, pela refinada Liga dos Campeões, o Real Madrid, como visitante,  seria recebido com flores no aeroporto e festa na chegada ao melhor hotel da cidade. Teriam uma noite tranquila de sono, com direito a entrevista coletiva no salão nobre do hotel e autógrafos para os convidados do patrocinador. No caminho para o estádio, os espanhóis seriam ovacionados pelo trajeto, escoltados pela polícia apenas para abrir passagem e evitar possíveis congestionamentos que pudessem prejudicar o fluxo normal do trânsito. Dentro da Arena, banheira de hidromassagem para os atletas relaxarem os músculos e sauna. Dentro de campo, nenhum tipo de divisão entre o excelente gramado e a plateia de espectadores, cada um devidamente sentado em seu lugar de acordo com o número do ingresso, vendido com antecedência e recebido em casa pelo serviço de entrega.
Essa é a grande diferença entre a Copa Libertadores da América e a Liga dos Campeões da Europa. Ambos os torneios de clubes mais importantes do mundo. Só que com particularidades bem distintas. Um é hostil, catimbado. O outro é sofisticado, nobre.
Alguém em sã consciência consegue imaginar o galáctico Real Madrid sendo revistado pela polícia antes de chegar ao estádio? Ou seus craques saindo de uniforme do campo de jogo direto para o ônibus para tomar banho no hotel , já que no vestiário não havia água? Passa pela cabeça de alguém que Cristiano Ronaldo, Benzema, Bale e companhia não tiveram uma boa noite de sono porque os torcedores locais passaram a madrugada inteira estourando rojões em frente ao hotel? E sem nenhum esquema de segurança? Ou que o gramado do estádio estava entupido de areia para disfarçar os buracos? Que três ou quatro policiais tenham que proteger com escudos os jogadores madrilenhos a cada cobrança de escanteio, mesmo sob um enorme alambrado na lateral do campo? Que tenha necessidade de túneis infláveis para levar os jogadores do vestiário até o gramado, de modo que não sejam atingidos por objetos jogados por torcedores? Que o departamento médico do time espanhol tenha que levar balões de oxigênio para ajudar seus craques a respirar durante a partida, por causa da altitude extrema?
Por essas e outras razões que considero a Copa Libertadores da América o torneio de clubes mais difícil e competitivo que existe. E duvido que algum clube “mauricinho” da Europa teria chances de conquistá-la em terras tupiniquins, como em Huancayo, no Peru, por exemplo.
Libertadores não é apenas um torneio de futebol continental. É bem mais que isso.
Entre os “Reais” Garcilaso e Madrid existe uma realidade bastante antagônica. Só não existe o sangue azul, apesar da “realeza” de um e do outro. O sangue  é o mesmo, vermelho para todos. Afinal, somos todos iguais, independentemente da cor da pele. Nesse ponto, infelizmente, temos exemplos de europeus e sul-americanos que ainda promovem estúpidas manifestações racistas em estádios de futebol. Mesmo em meados do século 21.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

FRASE, POR TÚLIO

" - Vou tentar fazer mais gols e quem sabe ultrapassar a marca de 1.002 do Romário. Se eu tiver fôlego e se o técnico estiver gostando da minha performance, quem sabe prorrogar mais um pouquinho, já que minha paixão é futebol e fazer gols. Ainda mais agora sendo Túlio Maravilha Mil (...) Foi o pênalti mais tranquilo que bati. Com 26 anos de carreira, já perdi 20 pênaltis, mas ali tinha certeza que ia dar certo. Eu caprichei, beijei a bola, chutei e agradeci a Deus."
(Túlio, atacante do Araxá-MG, sobre seu milésimo gol aos 44 anos).

ENFIM, O MILÉSIMO GOL DELE, TÚLIO MARAVILHA.



Não vi o milésimo gol do Rei do Futebol, em 1969, mas vi o milésimo gol dele, Túlio Maravilha. Segundo suas próprias estatísticas, é claro. Consagrado pelo Botafogo nos anos 90, Túlio viveu uma incessante busca por aquilo que pode ser classificado como sua obssessão na carreira: o sonhado gol de número 1000. Aos 44 anos, o feito foi finalmente atingido no "histórico" 8 de fevereiro de 2014, não com a camisa do Botafogo, como ele desejava, mas pelo Araxá, na partida contra o Mamoré, pela 2ª divisão do Campeonato Mineiro. Também não foi de bicicleta, como ele queria. Mas fruto de uma lambança do árbitro, que marcou um pênalti escandalosamente inexistente aos 27 minutos do 2º tempo. Faz parte. Talvez queriam os Deuses do Futebol que o milésimo gol de Túlio tivesse pelo menos alguma semelhança com o milésimo gol de Pelé. Túlio bateu o pênalti, enganou o goleiro e estufou as redes pela milésima vez. Como ele tanto quis. E como somente ele contou um por um. Futebol é isso. Fanfarrão ou não, Túlio Maravilha é um personagem e tanto desse esporte.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

PATO POR JADSON. BOM NEGÓCIO PARA QUEM?


A inesperada troca entre Jadson e Alexandre Pato foi um bom negócio para São Paulo e Corinthians? Hoje sim. Afinal, Muricy ganhou mais um atacante e Mano Menezes conseguiu o meia que pediu, já que o desmotivado Douglas foi para o Vasco. Mas se voltarmos no tempo um pouco mais de um ano, a transação representa uma péssima relação custo-benefício para o Corinthians. O clube pagou R$ 40 milhões para repatriar uma interrogação chamada Alexandre Pato, que permanecia mais tempo na sala de fisioterapia do Milan do que dentro de campo. Apostou num projeto de marketing do jogador-galã que, para ter êxito, teria que jogar. Pois bem, a comissão técnica recuperou-o fisicamente. Mas Pato não jogou. Esteve sempre disponível, mas não jogou. Mal tecnicamente. Desinteressado profissionalmente. Um ano depois de sua apresentação com pompa e circunstância, Pato chegou ao fim da linha e agora vai reforçar o São Paulo, um dos maiores rivais do Corinthians, e o "bando de loucos" do Parque São Jorge ainda se comprometeu a pagar metade de seus salários até o fim do empréstimo, em dezembro de 2015. Tudo isso pode ser classificado como "bom negócio"? Claro que não. Os investidores que trouxeram Alexandre Pato da Itália para o Brasil devem estar decepcionados, bem mais do que os próprios corintianos. Até mesmo a passagem de Adriano pelo Corinthians foi mais favorável do que a de Pato. Por exemplo, muita gente se lembra do gol de Adriano contra o Atlético-MG que praticamente assegurou o título brasileiro de 2011 para o Corinthians. E alguém se lembra de um gol de Pato, marcante ou não? Quase ninguém. No entanto, todos se lembram do polêmico e displicente pênalti perdido contra o Grêmio, que eliminou o Corinthians da fase final da Copa do Brasil de 2013.
Pato esteve sempre disponível, mas seu futebol esteve sempre ausente. A torcida passou então a exigir, no mínimo, a tradicional disposição, raça, carrinhos, marcação. Em vão. Afinal, esse não é o estilo de jogo de Alexandre Pato. Nunca foi.
Além disso, e o dinheiro-extra do marketing, fruto da forte exposição de Pato na mídia? Não veio como se esperava. Pior: principalmente por causa do tal pênalti perdido contra o Grêmio, Alexandre Pato se tornou o símbolo da decadência de um time que teve um 2012 carimbado de títulos expressivos. Ao lado de Emerson Sheik, foi talvez o jogador mais perseguido e cobrado por boa parte dos corintianos na temporada passada.
Com a saída de Paulinho para o futebol europeu, o Corinthians ficou carente de um jogador que chamasse a responsabilidade para si, como fazia o volante-artilheiro "salvador". Desde então, o futebol da equipe foi ficando cada vez mais previsível e os resultados desapareceram. A escassez de vitórias e o excesso de empates fez Tite, o treinador mais vitorioso do clube, sucumbir ao cargo e entregá-lo novamente a Mano Menezes, que assumiu em 2014. Desmotivado e bastante pressionado por todos os lados (até mesmo pelos próprios companheiros de equipe), Pato "se entregou" e enfim foi negociado com o São Paulo de Juvenal Juvêncio e Muricy Ramalho. Aí sim passou a ser um bom negócio quando, sem nenhum clima favorável, praticamente teve que deixar o Corinthians.
Prejuízo? Isso é assunto para os dirigentes. Para os torcedores isso não importa. O que o torcedor quer na verdade são vitórias e, principalmente, comemorar títulos. Mesmo que o futebol seja feio, no caso do Corinthians da "era Tite".
Do outro lado, a mudança de ares pode fazer bem para Alexandre Pato no Morumbi. E se ele se mostrar mais focado e interessado, pode cair nas graças do técnico Muricy Ramalho e jogar um futebol que ainda é uma cara e enorme interrogação. Será um desafio de motivação, pois nem a possibilidade de disputar uma Copa do Mundo parece animar o atacante de R$ 40 milhões.
Jadson é bom jogador e chega ao Parque São Jorge sem pressão. Afinal, entra no lugar de uma "estrela" que o Corinthians apostou numa ressaca pós-títulos e que depois foi obrigado a se desfazer dela. Não chega com a missão de ser o craque do time, como se esperava de Pato (para os cofres do clube, uma boa notícia: pagar o salário integral de Jadson mais metade dos vencimentos de Pato será mais barato. Jadson recebia R$ 300 mil no São Paulo e Pato ganhava R$ 800 mil no Corinthians. Dessa forma, o Corinthians agora deve desembolsar R$ 700 mil mensais, ou seja, R$ 100 mil a menos que antes).
Diferentemente de Jadson, Pato continua pressionado. Pelos dirigentes corintianos (já que ele foi apenas emprestado), pelos seus investidores (que não querem perder dinheiro) e agora também pelos são-paulinos, que estão desconfiados e não se mostram tão confiantes com sua chegada. Menos mal assim, pelo menos não se cria a mesma expectativa que o são-paulino teve com outra ave, o Ganso.
O Corinthians pelo menos fez alguma coisa. Não tinha como ficar parado de braços cruzados aguardando a partida em que Pato resolvesse de fato brilhar. Decidiu agir. A diretoria precisava dar uma satisfação para si própria. E assim o fez.
Eis uma nova chance para Pato e Jadson. Só depende deles. Como se viu, ou as pessoas mudam ou serão mudadas. E ambos já devem ter percebido  que a paciência tem limite.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

CENI x VALDÍVIA RETRATA A VELHA E BOA RIVALIDADE

Rogério Ceni tenta "barrar" Valdívia durante a comemoração de seu gol

Há tempos o futebol vem se tornando uma coisa chata. Aliás, como quase tudo neste mundo. Sou contra todo e qualquer tipo de violência, claro, mas tem coisas que extrapolam os limites do bom senso. Não se pode mais fazer ou falar quase nada nos dias de hoje. Tenho certeza que, se estreasse hoje na televisão, o seriado mexicano "Chaves" certamente seria censurado por bullying.
Me lembro de dois casos inusitados a respeito que aconteceram há pouco tempo, no Campeonato Brasileiro de 2012. Dois jogadores levaram cartão amarelo por "comemorar" seus gols. E não foi porque tiraram a camisa. Não fizeram isso.
No jogo Coritiba 1 x 2 Santos, no estádio Couto Pereira, Neymar foi vítima de insultos e xingamentos por toda a partida, razão do recalque de torcedores adversários. As vaias eram constantes ao então atacante santista, que estava bastante apagado em campo. Só que, no 2º tempo, Neymar fez 2 gols, um deles driblando cinco jogadores antes de finalizar. Um golaço. E saiu comemorando em direção à torcida santista, porém retribuindo com gestos às provocações que recebeu das arquibancadas. Levou cartão amarelo. Ou seja, o jogador é xingado e vaiado a exaustão o jogo inteiro e não pode comemorar seus gols fazendo um simples gesto de "não ouvi" para a torcida que o pilhou. Foi punido por isso.
No mesmo Brasileiro, no clássico Palmeiras 0 x 2 Corinthians, no Pacaembu, o alvo foi o atacante Romarinho. Considerado o algoz do time verde, o atacante corintiano fez o 1º gol do jogo e foi comemorar diante da torcida palmeirense, beijando o escudo de sua camisa. Tal atitude provocou a ira de parte da torcida e de alguns jogadores do Palmeiras. Após uma breve confusão, Romarinho também foi "punido" com cartão amarelo.

A última dose de mesquinhez veio agora no clássico Palmeiras 2 x 0 São Paulo, pelo Campeonato Paulista deste ano, no mesmo Pacaembu. Todo mundo que acompanha futebol sabe que Rogério Ceni e Valdívia são desafetos praticamente declarados. Tudo começou no Paulista de 2008, quando ambos se estranharam após um gol do chileno que eliminou a equipe de Ceni da fase final do torneio. O gesto de "cala boca" direcionado ao ídolo e goleiro são-paulino rendeu ao meia palmeirense um "esfregão" no rosto. Já neste último confronto, Valdívia abriu o placar para seu time com um gol de cabeça. Saiu para comemorar em direção à sua torcida quando, de repente, inverteu de lado e fez questão de passar em frente ao goleiro do São Paulo com o punho em riste, feliz da vida, provocativo, irritante, com seu inigualável e enorme sorriso. Rogério, irritado, tentou acertar o chileno com o pé, porém sem êxito. De tabela acabou dando um "encontrão" em outro palmeirense, Alan Kardec, que corria logo atrás de Valdívia.
Pouco para rapidamente "esquentar" as redes sociais com discussões desnecessárias e pontos de vista equivocados, nada futebolisticamente corretos.
Valdívia se sentiu no direito de, mais uma vez, provocar seu desafeto e rival Rogério Ceni após o gol. Que se sentiu no direito de tentar "atrapalhar" essa comemoração com tom claro de provocação. Nada mais do que isso. E as farpas entre os dois vão acontecer cada vez que se encontrarem dentro de campo. Contudo, já tem gente querendo levar a julgamento a "tentativa de agressão" de Rogério em Valdívia. Pois é.
Quem joga ou já jogou futebol está cansado de saber que esse tipo de coisa acontece desde que o futebol existe. E que essa essência não vai mudar, mesmo com os "adoradores de fair-play" ou os "donos da moral e dos bons costumes" de plantão se manifestando indignados a cada cena normal como essa dentro das quatro linhas, ávidos por alimentar picuinhas ou despejar suas regras em qualquer oportunidade. Do jeito que as coisas andam, daqui a pouco vão querer proibir a torcida de gritar gol, de modo a não "provocar" a torcida adversária do outro lado.
Tenho saudade da época das declarações polêmicas, das piadas, das trocas de farpas entre jogadores e dirigentes, das frases de efeito, das provocações públicas, das coreografias depois dos gols, das dancinhas, de caçoar do rival, de se ter o direito de comemorar um gol, uma vitória, uma decisão e até um rebaixamento do time adversário. Tudo de forma saudável e civilizada, com alegria e deboche, como sempre foi e tem que ser.
Futebol é isso, é pura rivalidade, é tiração de sarro, é gozação. Se não puder mais ser assim, vira jogo de tênis e perde toda a graça.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

FRASE - MÁRIO GOBBI, PRESIDENTE DO CORINTHIANS

" - Estou me sentindo um lixo. Estou deprimido, magoado, arrasado. Uma gestão que deu títulos de Libertadores, de forma invicta, Mundial, Paulista e Recopa. Uma diretoria que tem um grupo que o Corinthians tem, que está começando um trabalho novo. Quem não enxerga é porque não quer ver (...) O povo tem amnésia, tentaram esganar o Paolo Guerrero."
(Mário Gobbi, presidente do Corinthians, sobre a invasão por cerca de 100 torcedores corintianos ao CT do clube para tentar agredir os jogadores após a goleada sofrida para o Santos por 5 x 1 pelo Campeonato Paulista).

DIEGO MARADONA OU LIONEL MESSI?



Diego Armando Maradona, do seleto grupo dos gênios do futebol. E ponto.

GOL 12 MIL DO TIME QUE MAIS FEZ GOLS NA HISTÓRIA DO FUTEBOL



Campeonato Paulista de 2014, 5ª rodada, Vila Belmiro, Santos 5 x 1 Botafogo-SP. O atacante Gabriel, 17 anos, entra para a história do Santos ao marcar o gol de número 12 mil do clube, o 4º gol santista na partida. Pouco antes, ele já havia balançado as redes fazendo também o 3º gol da equipe. O Santos é o time que mais fez gols na história do futebol mundial.

sábado, 1 de fevereiro de 2014

POR QUÊ FUTEBOL ÀS 22h00 DURANTE A SEMANA?


Há exatamente quatro anos, em meados de fevereiro de 2010, uma grande estação de rádio de São Paulo encabeçou uma campanha em nível nacional pela mudança no horário das partidas de futebol disputadas no meio de semana. O Ministério Público tratou de estudar a questão, que foi amplamente defendida por vários outros veículos de comunicação. É claro que essa era e ainda é uma briga (in)direta com a televisão, ou melhor, com a emissora de TV que detém os direitos de transmissão de quase todos os torneios de futebol realizados no Brasil, da Copa São Paulo de Futebol Júnior até a Copa do Mundo. Essa emissora de TV adapta os horários dos jogos à sua grade de programação, ou seja, determina o horário do futebol de modo que não atrapalhe sua audiência dos programas anteriores, especialmente a novela. E fica tudo por isso mesmo, conforme sua vontade.
No entanto, como era de se esperar, quatro anos depois, nada mudou. E nem vai mudar. A televisão realmente manda no futebol brasileiro, como bem disse o veterano meia Alex, em bombástica entrevista ao jornal "Lance!" no ano passado. Aliás, a televisão sempre tem os meios para "calar a sociedade", ainda tão alienada quanto em décadas passadas, mesmo com o forte advento da internet.
Em 2013, registrou-se o menor índice de audiência de TV dos últimos 10 anos nos torneios estaduais, além do público reduzido nos estádios em jogos de pouca expressão. Será que o horário das partidas também têm uma certa influência nisso? É claro que sim. E uma parcela considerável. O torcedor passou hoje a "filtrar" a tabela e assiste somente as partidas mais importantes de seu time. Ir ao estádio então só o público do interior, que não está acostumado a ver os times grandes e onde ir e vir é mais perto e um pouco mais fácil.
Sou completamente a favor da alteração do horário dos jogos, das 21h50 para as 20h00. Jogo de futebol na quarta-feira terminando à meia-noite é um absurdo e um desrespeito às pessoas que gostam e não enxergam o futebol simplesmente como um mero produto comercial. Mais absurdo ainda é saber que essa mesma emissora (que monopoliza a audiência no país) ignora essa situação e continua colocando o futebol na sua grade de programação de acordo com as suas necessidades de audiência.
Deveria haver maior interesse do poder público em repensar essa situação incômoda para a maioria da população que gosta, assiste e consome futebol. Aliás, por quê o tal do movimento "Bom Senso FC" também não coloca essa questão em sua pauta de reivindicações?
Jogo no meio de semana tem que começar, no máximo, às 20h30. Mas essa deve ser mais uma luta inglória, assim como tantas outras neste país. E olha que eu estou falando de futebol, que das coisas mais importantes é a menos importante na vida das pessoas.