segunda-feira, 27 de abril de 2015

O MOMENTO DE EUFORIA


O palmeirense vive um momento de euforia. Depois de sete anos, seu time volta a disputar uma final de Campeonato Paulista. É só um torneio estadual, é verdade. Aquele torneio onde curiosamente nos mesmos últimos sete anos, 19 clubes disputaram entre si o direito de enfrentar o Santos nas finais. Ou aquele torneio onde o time campeão não fez mais que sua obrigação e onde abre-se para aquele que perdeu uma enorme possibilidade de crise. Mas neste momento não importa o tamanho do troféu ou a grandeza discutível do campeonato. É futebol. E é mais um clássico. Ao contrário do que muita gente imaginava, o "melhor futebol do Brasil" ao lado do "melhor elenco do Brasil" vão ter que assistir pela televisão os "patinhos feios" decidirem o campeonato.

sábado, 25 de abril de 2015

HORTO DOS MILAGRES


Um time vibrante, que joga em função do gol a todo momento, com o algo a mais necessário para não apenas mudar a lógica, como torná-la impensável até para o mais otimista de seus torcedores. O atleticano é hoje no Brasil o torcedor que mais tem o direito de "acreditar". Porque Cuca não sabia e Levir Culpi também não sabe ao certo a fórmula, mas quase impossível não ter a certeza de que o resultado virá. Com emoção e, as vezes, até com ares de crueldade.
O time joga de maneira solidária, todos os jogadores participam das jogadas, em forma de cascata pressionando e envolvendo o adversário em seu campo de defesa. Um futebol rápido, intenso, quase irresponsável. Marca registrada dos times que jogam e deixam jogar. Times que ligam o "foda-se" na hora de decidir e jogam como se não houvesse mais nenhuma outra partida depois do apito final do árbitro.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

FELIZ 2015, SÃO PAULO!


Feliz Ano Novo, São Paulo!
Finalmente começou 2015 para o são-paulino. No clássico que valeu o semestre, que fiquem de lado análises táticas e avaliações técnicas. O ingrediente que temperou a permanência do time do Morumbi na Copa Libertadores foi a atitude. Algo que o torcedor ainda não havia enxergado na equipe após três meses de bola rolando na temporada.
Fora de campo, os discursos dos jogadores sempre eloquentes, do tipo "vamos dar a vida pela vitória" ou "vamos jogar pelo Muricy". Dentro de campo, um time frio, quase virtual, que joga por obrigação, que sente alívio quando o árbitro apita o fim do jogo. Foram cinco clássicos no ano: quatro derrotas, um empate, oito gols sofridos e apenas um gol -impedido- assinalado. Um time sem reação, sem vontade de vencer, que jogou os clássicos da mesma maneira que enfrentou Capivariano e Penapolense.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

SAN-SÃO: VENCEU, DE NOVO, QUEM JOGA COM ALEGRIA


O corintiano achou que seria fácil. Não foi. E o corintiano sofreu diante do Palmeiras.
O santista, de novo, não sofreu diante do São Paulo. O time sobrou em campo, como foi em 2010, 2011 e 2012. Na Vila Belmiro ou no Morumbi. E como foi também no primeiro duelo entre ambos, na primeira fase do campeonato. Dessa vez, sem as defesas milagrosas de Rogério Ceni que mantiveram o placar de 0 x 0 naquele jogo. O Santos novamente brilhou contra um São Paulo sonolento, apático, sem identidade e sem alma. Fatores que pesaram bem mais do que o "cansaço", como tentou minimizar o treinador interino Milton Cruz.
Talvez também tenha sido fácil para o Santos por jogar diante de um adversário que disputou cinco clássicos no ano e não venceu nenhum. E que levou oito gols dos rivais e marcou somente um. Um São Paulo desorganizado taticamente, sem criatividade, que até ficou com a bola no 2º tempo, mas que novamente não sabia o que fazer com ela. Um São Paulo que não ofereceu riscos ao Santos, mesmo depois do gol impedido de Luis Fabiano.

O INVICTO E O FINALISTA


O Corinthians achou que seria fácil. Invicto, jogando dentro de sua casa mais uma vez lotada, diante de um Palmeiras franco-atirador, desfalcado, quase "inofensivo". Isso ficou claro quando, mesmo sem Guerrero e num jogo decisivo, o técnico Tite decidiu poupar Elias e Renato Augusto. Azar dos corintianos, alegria dos palmeirenses. Seja campeão ou não, a primeira eliminação do Corinthians dentro do Itaquerão não será esquecida tão cedo pelos palestrinos. Tampouco os gols de Victor Ramos e Rafael Marques, mais as duas defesas de Fernando Prass. Um 2 x 2 vibrante no tempo normal e o 6 x 5 tenso nas penalidades. Do jeito que tinha de ser.

terça-feira, 14 de abril de 2015

OS CLÁSSICOS PAULISTAS E O ADEUS AO VIETNÃ


Vivi a época áurea dos torneios estaduais, quando ser campeão paulista, por exemplo, era tão ou mais importante do que ser campeão brasileiro. Sim, apesar da cara de "mamão murcho" de muita gente da atual geração Playstation quando lê algo do gênero, a Copa Libertadores tinha até menos prestígio que o Campeonato Paulista. Mas isso passou. E passou faz tempo. Hoje essas competições, desorganizadas e que atendem aos interesses de quem nunca chutou uma bola na vida, são verdadeiramente uma piada de mau gosto. Do tipo que o ingresso de uma partida entre um time grande com escalação mista contra um modesto time do interior, em plena quarta-feira às 22h00, com transporte ruim e falta de segurança, custa três vezes mais caro que uma peça de teatro de alto nível ou assistir a estréia de um filme de primeira linha dentro de uma confortável sala de cinema 3D.

terça-feira, 7 de abril de 2015

A CIÊNCIA EXATA DE MURICY RAMALHO

Nunca morri de amores pelo trabalho de Muricy Ramalho. Longe disso.
Um treinador que não gosta de jogar para frente. Seus times quase sempre jogam por aquela bola salvadora dentro da área que chega na cabeça de algum jogador através de um cruzamento. A ordem tática normalmente é jogar para não levar gols. E para que correr riscos utilizando jovens jogadores quando se pode dividir a responsabilidade com medalhões consagrados? Para Muricy, futebol é quase uma ciência exata. E não é.
Com exceção do Palmeiras (por que será?), Muricy foi campeão por todos os times em que passou. É verdade. Mas todos os títulos conquistados foram com grandes equipes, quase sempre já montadas. Foi assim logo depois dos títulos de 2005 do São Paulo, em 2010 pelo Fluminense e no Santos de 2011. Times de qualidade, já formados, com grandes talentos individuais, encaixados em campo.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

OUSADIA INDIGESTA NA JAULA DOS LEÕES


Um passeio a tarde no domingo de Páscoa. Essa parecia ser a receita do corintiano, bastante animado para enfrentar o Santos em seu estádio pela penúltima rodada do Campeonato Paulista, no clássico mais antigo do futebol paulista.
O time de Tite voando, passando por cima de todo mundo e agora fazendo muitos gols, ao contrário de antes, quando empatava ou vencia por um insuportável placar de meio a zero. Hoje o time de Itaquera é vibrante, envolve seus adversários trocando passes em velocidade, ainda mais disciplinado taticamente. O conjunto, que já era o forte da Titebilidade, evoluiu para algo mais parecido com o tal do futebol moderno. O único time ainda invicto em 2015.

sábado, 4 de abril de 2015

IMAGEM DA SEMANA


Em entrevista coletiva, o técnico Vanderlei Luxemburgo se amordaçou em protesto contra a punição imposta a ele pelo Tribunal de Justiça Desportiva-RJ devido à críticas feitas à FERJ, a federação estadual de futebol que organiza e administra o Campeonato Carioca. O treinador do Flamengo contestou publicamente o regulamento do torneio em relação ao tópico que só permite a escalação de até cinco jogadores juniores por partida. Tal declaração lhe rendeu dois jogos de suspensão. Revoltado, Luxemburgo novamente disparou contra a FERJ ao dizer que estava "violentado e agredido como cidadão". O técnico citou até mesmo a luta contra a ditadura militar ao afirmar que "a democracia foi conquistada através de lutas do povo brasileiro, essas lutas quebraram a ditadura e nos deram o direito de se expressar sem repressão. Não podemos voltar a viver em uma ditadura."
No fim da coletiva, Luxemburgo se amordaçou e disse que só voltaria a falar quando tivesse assegurado seu direito de liberdade de expressão.
Quem ficará no comando da equipe no clássico entre Flamengo x Fluminense, no Maracanã, será o auxiliar-técnico e ex-jogador Deivid.

sexta-feira, 3 de abril de 2015

GANSO É OU NÃO É CRAQUE?


Paulo Henrique Ganso é um bom jogador. Daqueles que, do meio do nada ou do além, consegue achar um espaço, um passe preciso, um lançamento, uma enfiada de bola na medida que resulte em gol. Possui técnica que lhe permite fazer isso pelo menos duas vezes por partida. Mas tal qualidade lhe confere o status de jogador diferenciado ou craque?
Diria que Ganso não é um Alex, por exemplo. Talvez seja um Ricardinho, mesmo assim com vantagem para o ex-jogador que também vestiu as camisas de São Paulo e Santos. E que, coincidentemente, também brilhou bem mais com a camisa do Santos.

FRASE, Wagner Ribeiro

" - A cobrança por título é enorme, então o clube prefere contratar jogador feito, como o Dudu. Só que igual ao Dudu está cheio na base. Alguns até melhores. Não entendo como podem ter pago R$ 10,5 milhões por 50% dos direitos econômicos dele."
(Wagner Ribeiro, empresário de jogadores mais famoso do Brasil, sobre a dificuldade do Palmeiras em revelar jogadores e a contratação do atacante Dudu pelo clube).

quinta-feira, 2 de abril de 2015

O CORINTIANO E O SÃO-PAULINO JÁ SABIAM?


Era mais uma daquelas noites de Copa Libertadores onde todos pareciam já saber o que aconteceria. O Corinthians mostrando sua superioridade e seu ótimo momento diante de um time mais fraco que os da segunda divisão do Campeonato Paulista. E o São Paulo, com seu "elenco mais forte do país", jogando pressionado contra um adversário limitado tecnicamente, porém bastante esforçado e nada bobo, como todo time argentino que se preze. O time do Parque São Jorge fez exatamente o que se esperava dele frente ao combalido Danúbio: goleou por 4 x 0 ou "bateu em bêbado", como queiram. O time do Morumbi, não. O São Paulo ainda não fez o que se espera de uma camisa com tanta "química" com a Copa Libertadores. Mesmo sendo uma equipe bastante superior, mais uma vez sucumbiu à pressão e deixou escapar pelo menos o empate, que o manteria em condição bem mais confortável no chamado "grupo da morte" do atual torneio sul-americano. Mas por que parece que todo mundo já sabia?