domingo, 30 de novembro de 2014

O FUTEBOL QUE ESCORREGA E CAI


O pênalti batido pelo são-paulino Allan Kardec contra o Atlético Nacional-COL é o retrato atual do futebol paulista. Pressionado, confuso, tenso, quase uma nau a deriva.
Se a campanha dos paulistas em 2013 foi fraca, em 2014 foi vazia. Ao contrário do ano anterior, quando o Corinthians ainda conquistou o Paulista e a Recopa Sul-Americana, nenhum dos quatro grandes foi campeão na temporada de 2014. Algo que não acontecia desde 1925, quando o São Bento foi campeão paulista, o Palmeiras ainda era Palestra Itália e o São Paulo sequer existia. Pior: Em 2014, nenhum time paulista disputou a Copa Libertadores da América, o que também não acontecia há quinze anos.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

O "ALGO A MAIS" DO CAMPEÃO ATLÉTICO-MG


Tudo caminhava bem para o Cruzeiro desde a temporada passada. Estava até sem graça. Apesar da eliminação na Libertadores, neste ano vieram dois títulos: o estadual e o bi-campeonato brasileiro. Um time forte, entrosado, bem treinado, que jogava acima da média e contava com o tropeço quase constante de seus adversários diretos.
Mais sem graça ainda ficou quando a Copa do Brasil se tornou o sonho possível da tríplice coroa, que já havia sido conquistada pelo próprio Cruzeiro há onze anos. Um time grande daqui, um time mais ou menos dali, e deu a lógica: o Cruzeiro chegou às finais.
Até que, num estalo, alguma coisa aconteceu. Surgiu pela frente o que seria a tormenta revirando as águas calmas por onde navegava o time celeste: o arqui-rival Atlético-MG. Pior: embalado por duas viradas épicas. Um time avassalador, com o algo a mais necessário para não apenas mudar a lógica, como torná-la impensável até para o mais otimista dos atleticanos. Afinal, eliminar Corinthians e Flamengo, dois times de massa, nas mesmas circunstâncias, revertendo um placar adverso de 2 x 0 no jogo de ida com duas goleadas por 4 x 1 no jogo de volta? Não, não é apenas mérito, tampouco sorte.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

FRASE, Felipão

" - Já estão escolhidas as equipes que estarão na Libertadores (...) Não é interessante para o futebol brasileiro ter dois clubes do Rio Grande do Sul na Libertadores e dois de Minas. É bom que tenha um de Minas Gerais, dois de São Paulo, e quem sabe um do Rio Grande do Sul. Quem sabe... São coisas que ficamos olhando... Mas quem decide somos nós dentro de campo. Teríamos que passar por cima de tudo. Caso contrário ficamos no caminho."
(Luiz Felipe Scolari, técnico do Grêmio, em entrevista após a derrota para o Corinthians por 1 x 0, ironizando sobre os times a serem classificados para a Copa Libertadores da América de 2015).

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

A SUPREMACIA DO CRUZEIRO, BI-CAMPEÃO BRASILEIRO

O Cruzeiro comprovou o óbvio: é o clube mais planejado e organizado do Brasil há pelo menos duas temporadas. Em 2014, campeão mineiro, bi-campeão brasileiro e com possibilidade da tríplice coroa, se for também campeão da Copa do Brasil, revivendo uma façanha já alcançada por ele mesmo em 2003.
Nem sempre brilhante em campo, mas eficiente e seguro. Esse foi o time que mais pontuou, mais venceu, teve o melhor ataque com o melhor saldo de gols entre os 20 clubes participantes. Quando perdeu foi para times de quase o mesmo nível, mas acumulava gordura atropelando as equipes inferiores, enquanto seus adversários diretos tropeçavam.
Ainda deu chance para o azar em alguns momentos, como nos empates diante de Botafogo e Palmeiras. Prova disso é que o título brasileiro de 2014 veio “apenas” com duas rodadas de antecedência, ao contrário do ano passado, conquistado a quatro rodadas do fim.

sábado, 22 de novembro de 2014

O ÊXTASE E A AGONIA DO PALMEIRAS


Cair quando se está em pé geralmente é doloroso. Mas cair quando se está deitando é bem menos sofrido. É uma queda previsível, bem menos traumática, amortecida.
Essa é a conclusão depois de ouvir alguns palmeirenses após a última derrota do time para o Sport por 2 x 0, justamente na inauguração oficial do Allianz Parque, cujas cortinas se abriram para um espetáculo bem aquém de sua beleza e modernidade (culpa dos dirigentes, que poderiam fazer um jogo festivo depois, fora do olho do furacão que é a zona de descenso do Campeonato Brasileiro).
" - O Palmeiras será rebaixado?", foi a pergunta feita. Dos quatro palmeirenses, apenas um respondeu que "não". Os outros três disseram que "sim", mesmo com o time ainda fora da zona da degola e com nove pontos a serem disputados até o fim do torneio.

domingo, 9 de novembro de 2014

A PONTE PRETA VOLTOU. MAS FALTA O "ALGO A MAIS".


Diferentemente de boa parte das coisas da vida, o futebol é uma opção. É você quem escolhe o time que deseja torcer. Por exemplo, seria ótimo se ao nascer todos tivessem a opção de escolher ser pobre ou rico. Mas a vida é de verdade. E o futebol é uma das raras coisas na vida que nos permite essa escolha.
Sendo assim, por quê cargas d’água alguém escolhe torcer para um time pequeno, do interior, que pouca gente conhece a história, que será eternamente a “zebra”, já que você pretende amá-lo para o resto de sua vida, faça chuva ou faça sol, na alegria ou na tristeza? De certa forma, por que alguém pode escolher "sofrer"?
Mas existem as tais "coisas da coisa", aquelas que não têm explicação. E o futebol faz parte desse universo.
Longe de sofrer, torcer para a Ponte Preta é um caso de amor. E quase uma obrigação.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

O SANTOS, O FLAMENGO E A LÓGICA


O Cruzeiro é um time muito bom, bem acima da média. Tem seus momentos de "piloto automático", dá alguma chance ao azar, mas continua sendo o time que mostra o melhor futebol do país desde a temporada de 2013. Bem treinado, coeso, consciente, aquele time que acredita que pode fazer um gol a qualquer momento, quando bem entender. E faz. Porque espera o momento certo, tem paciência e um toque de bola preciso, envolvente. Seus talentos individuais sabem se organizar taticamente, o tempo todo.
O Atlético-MG é talvez o time do futebol mais empolgante da atualidade, mesmo que isso não tenha tanta explicação. Enquanto seu rival azul é um time regular e eficiente, o time alvinegro de Levir Culpi é irreverente, audacioso, quase irresponsável quando precisa vencer. E faz isso a qualquer custo, mostrando capacidade de superação. Afinal, não é normal duas viradas épicas seguidas, como fez o Atlético-MG. Eliminar Corinthians e Flamengo, dois times de massa, nas mesmas circunstâncias, revertendo um placar adverso de 2 x 0 no jogo de ida com duas goleadas por 4 x 1 no jogo de volta? Não, não é normal. É incrível, traduz a verdadeira essência do futebol: jogar bonito, para frente, com ousadia, alegria. Futebol de verdade. E não apenas "jogar para o gasto, para classificar, para pontuar" (mas ok, futebol feio também dá resultados e ganha títulos. Temos muitos exemplos assim. E tem quem goste).

terça-feira, 4 de novembro de 2014

DICAS PARA UMA BOA CAMINHADA - NO CAMPEONATO


Você caminha com segurança?
Certamente, a maioria de nós não costuma pensar nisso.
Afinal, percorremos tantas vezes o mesmo caminho que acabamos não dando a devida importância para ele.
Contudo, isso não pode (ou pelo menos não deveria) acontecer.
A distração ou até mesmo o fato de subestimar os perigos são os fatores que mais causam acidentes de percurso.
Muitos times do Campeonato Brasileiro não fogem à regra e se descuidam na longa caminhada que vai de maio a dezembro. Portanto, seguem algumas dicas para o seu time:

sábado, 1 de novembro de 2014

100 ANOS DO TIME QUE NÃO ACABA


O primeiro time Campeão Paulista do Interior em 1919, o que pouca gente sabe.
O time que revelou Zito, que depois se consagrou no Santos ao lado de Pelé. Aliás, apesar de nascer em Roseira, o craque "taubateano" foi simplesmente o jogador mais respeitado pelo Rei do Futebol dentro de campo. Fez até gol em final de Copa do Mundo.
O time que parou Zito, Pelé e Pepe em 1958. Pois quem foi ao antigo Campo do Bosque para ver Pelé, acabou vendo Zé Américo. E mais que isso, viu algo incomum naquela época: uma derrota do Santos, a então máquina de fazer gols.
O time que foi Campeão Paulista da Segunda Divisão de 1979. E, quis o destino, justamente sobre eles, 2 x 1 diante do arqui-rival São José. Com direito a final no Parque Antarctica, arbitragem de José de Assis Aragão e televisão. E eu, pivete, estava lá com meu velho.