segunda-feira, 30 de maio de 2016

O CHOQUE-REI DE UM TIME SÓ E AS DERROTAS MERECIDAS

*por Adriano Oliveira


Um Choque-Rei de um time só.
Essa talvez seja a melhor definição para o clássico entre São Paulo x Palmeiras, com torcida única no estádio do Morumbi, pela 4ª rodada do Campeonato Brasileiro.
O São Paulo se impôs em seu campo, atuou como o time que disputa a semifinal da Copa Libertadores da América e foi muito superior ao Palmeiras. O resultado foi justo e o placar só não foi mais elástico devido à pelo menos duas grandes defesas de Fernando Prass, que foi o destaque do time comandado por Cuca.
O gol que selou a vitória são-paulina por 1 x 0 aconteceu logo aos 11 minutos, com Paulo Henrique Ganso. A partir daí, o time de Patón Bauza controlou o jogo a seu favor até o minuto final. E não foi por falta de disposição da equipe palmeirense. Foi o toque de bola rápido e preciso que a cada investida dos laterais deixava Fernando Prass nervoso com sua defesa que não conseguia encaixar a marcação e oferecia duas avenidas aos contra-ataques são-paulinos, uma em cada lado do campo. Foram sete chances claras de gol criadas pelo São Paulo e apenas duas tentativas reais do Palmeiras. E se o palmeirense reclamar que no lance que originou o gol houve falta de Wesley em Dudu, no 2º tempo o árbitro deixou de assinalar um pênalti claro no atacante Rogério.
O São Paulo deitou e rolou na etapa final do confronto. Deitou até demais. Kelvin deu chapéu memorável em Zé Roberto, depois driblou, dançou e até se empolgou. Ganso voltou a incorporar o treinador de seis anos atrás e trocou sua própria substituição pela de Thiago Mendes que, segundo o camisa 10, "queria sair". Bauza o atendeu. Simples assim, quando o ambiente está favorável e as coisas vão bem. O time de Cuca até tentou assustar nos acréscimos, mas foi neutralizado pela própria falta de fôlego e inspiração.
O time do Morumbi voltou a vencer com propriedade, sem fazer o são-paulino sofrer como de costume em dias de clássico.

domingo, 29 de maio de 2016

OS FANTASMAS DE SIMEONE

*por Adriano Oliveira

Lisboa, 24 de maio de 2014.
Na capital portuguesa, a Espanha viu, pela primeira vez, dois de seus filhos disputarem o troféu mais desejado de toda a Europa. A "orelhuda", a "taça das taças".


O argentino Diego Simeone, técnico do então atrevido Atlético de Madrid, nunca esteve tão perto de um título que seria mais que merecido. Para ele e para o clube. Afinal, a campanha havia sido brilhante, quase mágica, com vitórias sofridas é verdade, mas que esbanjavam garra e determinação impressionantes. Dentro de campo, o Atlético era o retrato-falado de seu treinador: futebol europeu com a essência do sangue latino.

quarta-feira, 25 de maio de 2016

AS CORES DE MIRÓ, OS TRAÇOS DE GAUDÍ – BARCELONA, MAIS QUE UM CLUBE!

*por Priscila Ruiz

Olá amores, tudo bem com vocês?

Eu me apaixonei pelo futebol como mais tarde me apaixonaria por alguém: de repente, inexplicavelmente, sem aviso, sem pensar no sofrimento e nos transtornos que aquilo ia me trazer. Há alguns anos, lendo o livro "Fever Pitch" me deparei com essa frase, a qual obviamente fiz ajustes e faz cada vez mais sentido.
E é sobre essa paixão arrebatadora que discorrerei hoje. O Futbol Club Barcelona. Mais do que uma escolha ou gosto, torcer pelo Barça está presente no DNA da minha família genuinamente catalã e que orgulhosamente também faz parte da história desse clube.
Dizer que a cidade de Barcelona é um museu ao céu aberto nunca foi um exagero. Contudo, a arte que se vê pelas ruas, nos parques, mercados e prédios foi além. A vibração das cores pulsantes das obras de arte e os traços geniais da arquitetura revivem também nas quatro linhas do Camp Nou.
Sempre se espera muito de um time desse, não só por seu retrospecto, mas por sua essência. E nessa temporada não foi diferente. Muito se falou se conseguiríamos repetir os feitos do sextete ou triplete, o que caiu por terra na derrota da Supercopa da Espanha para o Bilbao.
Mesmo assim, continuamos no centro das atenções dos que gostam e principalmente dos que não gostam. O Barça seguia irresistível até que, após o intervalo da data FIFA, no início de abril, o time sucumbiu. Os motivos claros da queda de produção? Não sei.
O sextete não veio, assim como o triplete. Contudo, a temporada não deixa de ser histórica e sim, não deixou de roubar os meus melhores sorrisos. Para poucas coisas nessa vida tenho um meio termo. Pode até ser um contraponto, mas sou o tipo de torcedora pragmática que consegue manter a chama do romantismo acesa.
Se colocar na ponta do lápis, os títulos do Barcelona ganham um sabor ainda mais especial. Perdemos Xavi e Pedro. Convivemos com as lesões de Bravo, Sergi Roberto, Iniesta, Neymar, Rafinha e Messi.
O título do campeonato espanhol foi ganho duas vezes. Na primeira, quando praticamente estabeleceu a vantagem que lhe rendeu folga e o “quase título”. E depois, nas últimas três rodadas, quando ganhou em seu cangote, os sussurros ávidos de Real e Atlético de Madrid.
E o grande destaque, de forma incontestável foi Luis Suárez para calar essa que vos escreve. Pois, eu não botei fé que o uruguaio vindo do Liverpool pudesse se encaixar no estilo de jogo blaugrano.

quinta-feira, 19 de maio de 2016

NO HORTO, O "CARA DA TORCIDA" NÃO ESTÁ MORTO

*por Adriano Oliveira


Diego Lugano tomou a decisão de retornar ao São Paulo na noite de 11 de dezembro de 2015.
Aclamado por mais de 60 mil vozes no Morumbi, na festa de despedida de Rogério Ceni, o veterano uruguaio de 35 anos sentiu na pele que tinha de voltar pela torcida, por ele próprio e por sua carreira. Não era o "reforço do presidente" de doze anos atrás, porém era mais que isso. Era o "cara da torcida". Pouco mais de cinco meses depois, Lugano entendeu que fez a escolha certa ao sentir novamente na pele o quanto era importante a volta do respeito e do prestígio aos inflamados corações são-paulinos. Na noite de 18 de maio de 2016, dentro do acanhado porém pulsante estádio Independência, o uruguaio olhava fixamente para a grande área. A bola foi alçada, veio o empurra-empurra frenético e apenas uma cabeça subiu mais alto que todas. O arremate, forte e certeiro como um chute, culminou com a bola dentro do gol do atleticano Victor. Lugano pula, corre, vibra e sorri abraçado a Patón Bauza. Era a cena que o são-paulino tanto imaginou em dezembro de 2015. Um gol decisivo de "Díos" na Copa Libertadores. Mas Lugano estava comemorando fora do campo, como reserva de Maicon, zagueiro brigador como ele, que chegou sem a mesma pompa do ídolo uruguaio, mas que a cada semana se firma como o novo "cara da torcida".

segunda-feira, 9 de maio de 2016

CAMPEÃO E VICE JOGANDO FUTEBOL

*por Adriano Oliveira


Santos x Audax fizeram uma grande decisão.
Futebol bem jogado, bola de pé em pé, sem chutões, sem chuveirinhos. Futebol inventado, criativo. Cheio de passes, muitos passes. Passes certos. Com velocidade, triangulações e bastante movimentação. Acima de tudo, um futebol limpo.
No fim, o Alçapão da Vila Belmiro mais uma vez cumpriu seu papel: o Santos venceu por 1 x 0 e é campeão paulista pela sétima vez nos últimos dez anos.
Na decisão, o time da casa foi humilde e soube sofrer diante do Audax. Fez 40 desarmes e roubou nove vezes a bola. Jogou no contra-ataque, sob forte pressão dentro da Vila, em contraste com sua vocação ofensiva. Dorival Júnior sabia que essa era, talvez, a maneira mais inteligente de vencer a partida e conquistar o 22º título estadual do clube.

terça-feira, 3 de maio de 2016

VICIADA EM JOGOS DO MUNDO INTEIRO, ELA AMA O FUTEBOL MAIS DO QUE A RIVALIDADE

*por Adriano Oliveira

Michelle Mentzingen tem 28 anos, é carioca da gema, mas detesta praia e prefere o frio da montanha. Advogada por profissão e escritora por emoção, se desafoga escrevendo em blogs sobre a vida em geral. Não tem esporte que não assista e não queira aprender suas regras. Gosta de ler, de correr e de cozinhar nas horas vagas, além de degustar um bom vinho. Viciada em futebol, possui uma coleção de camisas de clubes do mundo inteiro, que vai do Liverpool ao Juventus da Mooca. Também confessa orgulhosamente "que adora passar qualquer minuto possível gastando as pilhas de seu controle remoto pulando de jogo em jogo, até os do Campeonato da Moldávia".
Leia abaixo um pouco mais do que pensa essa "sportsjunkie" apaixonada pelo futebol bem jogado, "que jamais deixa de lutar por aquilo que acredita, não importa o que seja".



- Quando e como surgiu essa paixão pelo futebol?
Lembro de sempre ouvir meu pai conversando sobre futebol. Uma lembrança nítida que tenho é de uma senhora, vizinha, dando ao meu irmão uma toalha do América-RJ, time que ele torcia quando criança. Eu tinha uns 4 anos de idade e coisas que envolviam futebol sempre me chamaram a atenção.

Acredito que tenha sido na Copa de 94 e na final do Carioca de 95, com o gol de barriga do Renato Gaúcho, que me apaixonei de vez e passei a acompanhar mais na medida que entendia mais.

- Você é apaixonada pelo futebol, acima de qualquer rivalidade. Quais são os seus times do coração?
De fato sou mesmo! Time de berço é o Fluminense. Como sou “sportsjunkie”, acabei seguindo um time em cada campeonato que passei a acompanhar. São eles: Bayern de Munique, Juventus, Liverpool e Real Madrid. Acompanho o São Paulo desde que o Fluminense caiu para a Série C, por afinidade (tricolor).


- E para quais times a Michelle não torce jamais?
Chelsea, Everton, Barcelona e Lazio.