segunda-feira, 31 de março de 2014

QUEM VAI CONTINUAR RINDO À TOA MESMO SEM VALER NADA?

Um torneio estadual de quase três meses de duração formado por 20 clubes, com 4 grupos de 5 times cada. Os quatro times considerados grandes são cabeças-de-chave. Do total de 20 clubes, após 15 rodadas os 8 melhores se classificam para a fase final. Ou seja, são os quatro grandes mais quatro “coadjuvantes” na etapa decisiva do torneio, certo? Não. A prática complicou a teoria. Somente três grandes passaram para a próxima fase. O Corinthians conseguiu a proeza de sequer ficar entre os 8 melhores da 1ª fase e com isso ficou fora também da etapa onde começava a valer alguma coisa num campeonato preparado para os grandes.
Nas quartas-de-final, sem o “todo-poderoso”, os três grandes fariam seus jogos dentro de casa contra os times do interior. Se antes tudo estava preparado para que tivéssemos dois clássicos nas semi-finais, agora estava tudo devidamente previsto para acontecer pelo menos um clássico, certo? Não. Olha a prática aí brincando de novo com a teoria dos que fazem o regulamento. Dessa vez foi o São Paulo que conseguiu o feito de ser eliminado em pleno Morumbi diante do Penapolense. E não adianta o são-paulino querer imitar o desabafo do corintiano exclamando aos quatro cantos que “o Paulistinha não vale nada”. Verdade, até concordo que não vale tanto na temporada. Mas independentemente do torneio, o São Paulo não pode ser eliminado pelo Penapolense dentro do Morumbi e diante de sua torcida. E se fosse uma partida válida pela fase inicial da Copa do Brasil? Seria mais ou menos feio por causa do nível do torneio? Claro que não. A grandeza do São Paulo não permite tal façanha.
Agora temos as semi-finais sem nenhum clássico. Pelo menos nessa condição os organizadores podem até dizer que “o Paulista é um torneio competitivo, onde os pequenos têm vez.” Será mesmo? Ou é mais pelo demérito dos tais grandes?
O Campeonato Paulista passa a valer alguma coisa pela crise que provoca sobre quem perde ou é eliminado, especialmente por times inexpressivos do interior, onde as folhas de pagamento de todo o elenco geralmente são menores que o salário mensal daquele jogador famoso de um time grande.
Se o Corinthians pretendia reformular a equipe e a maneira de jogar, será que encontrou a fórmula? Ou não quis utilizar o Estadual para isso? Preferiu uma “pré-temporada” forçada por uma eliminação precoce devido a uma campanha medíocre? Onde estão agora os holofotes da mídia nos jogos que valem alguma coisa?
E o São Paulo? Até quando o técnico Muricy Ramalho vai continuar implorando por reforços ao invés de definir um padrão de jogo para, no mínimo, esse time atual vencer o modesto Penapolense dentro do Morumbi?
O Palmeiras mostrou, com a eliminação para o Ituano no Pacaembu lotado, que não possui elenco. Tem um time médio com peças-chave que são fundamentais, mas sem reposição à altura. Sem Alan Kardec, Valdivia e o goleiro Fernando Prass, é uma equipe bastante limitada. E dessa forma será quase uma luta inglória conquistar algum título no ano do centenário.
E assim, muito a contragosto dos organizadores do torneio, não houve na fase final e nem haverá um clássico decidindo o Campeonato Paulista.
Quem vai continuar rindo à toa mesmo sem valer nada?


quinta-feira, 27 de março de 2014

CRIATIVIDADE PARA LOTAR OS ESTÁDIOS NO "PAULISTINHA"

O presidente da Federação Paulista de Futebol, Marco Polo Del Nero, disse estar "decepcionado" com o público da 1ª fase do Campeonato Paulista. Segundo levantamento feito pelo site do "Estadão", o rombo com bilheteria na edição deste ano até o fim da 1ª fase chegou a quase R$ 700 mil. Nada menos que 54 de um total de 150 partidas tiveram custos maiores do que as receitas. Funciona assim: Para se realizar uma partida da Série A do modorrento Campeonato Paulista, de fórmula e regulamento duvidosos, os clubes (grandes e pequenos, sem distinção) têm de arcar com exames antidoping, ambulância, confecção de ingressos, policiamento, seguro-torcedor, fiscalização, iluminação, delegado, observador (?), arrecadador, 25% de INSS, fundo de manutenção, etc, entre outras despesas de organização. Em mais de um terço dos jogos de todo o campeonato, o total de dinheiro arrecadado nas bilheterias foi inferior ao custo de todas as despesas citadas. O rombo final chegou a exatos R$ 688.360,12. A média de público da 1ª fase foi de 4.964 espectadores por partida.
O Audax, presidido pelo ex-jogador Vampeta e o time mais comentado do torneio com seu futebol "ousado e inovador" (mas que sequer se classificou entre os 8 melhores da 1ª fase), foi o dono da pior média: 1.016 torcedores por partida. A Ponte Preta, tradicional clube do interior paulista e que chegou às quartas-de-final, foi mandante em oito rodadas, mas teve prejuízo em seis, acumulando um saldo negativo de mais de R$ 90 mil. Daí o sr. Del Nero diz que é necessário mais "criatividade" dos clubes para levar o torcedor aos estádios. Pois bem. Por quê então a Federação não faz a sua parte baixando as suas taxas? Ou melhor ainda. Por quê a Federação não leva ainda mais diversão e entretenimento aos torcedores contratando shows de artistas famosos para cantar nos estádios depois dos jogos? Pelo mesmo preço dos ingressos atuais, é claro. Além de levar mais público ao seu campeonato, a FPF ainda realiza o sonho de tanta gente de ver seus ídolos de perto, com direito a uma peleja antes. Olha só. Por até R$ 100 mil, podem contratar Belo, Gian e Giovanni, Latino, Molejo, Buchecha e muitos outros. Na faixa entre R$ 100 mil e R$ 300 mil, há atrações como Skank, Zezé di Camargo e Luciano, Chitãozinho e Xororó, Jota Quest, Bruno e Marrone ou Victor e Léo. Acima dos R$ 300 mil, os nomes da moda: Gustavo Lima, Luan Santana, Thiaguinho, Fernando e Sorocaba ou Michel Teló.
Certeza de estádios cheios. E a Federação, além de agir socialmente ao promover mais entretenimento aos torcedores, faz valer sua parcela de contribuição aos clubes ao alavancar as receitas com os jogos sem graça do Campeonato Paulista, que seriam as preliminares dos shows.
Outra dica? Repatriar jogadores e colocá-los para jogar nos times do interior do Estado durante o Campeonato Paulista. Imagina o Daniel Alves jogando no Rio Claro, o Marcelo no Penapolense, Hulk no São Bernardo, Diego Costa no Mogi Mirim, Robinho no Comercial, Lucas no Oeste, Kaká no Linense, Thiago Silva no XV de Piracicaba, David Luiz no Atlético Sorocaba, Neymar no Botafogo, Bernard no Bragantino ou Vagner Love no Ituano? Seriam contratos temporários de curta duração, de no máximo 45 dias, que não devem ser tão caros assim. Nada que a Federação Paulista não possa pagar.
É só usar a criatividade.

Fontes: site "Estadão Esportes" http://migre.me/ivco2 e site "F5 Folha"  http://migre.me/ix0ro

segunda-feira, 24 de março de 2014

FRASE, POR VALDIVIA

" - Você está de palhaçada. Você acha que o Palmeiras tem de ser testado? No segundo tempo jogamos como temos que jogar. Foi o Palmeiras. Agora, tem que parar com essa palhaçada que tem que testar, tem que parar com essa palhaçada."
(Jorge Valdivia, meia do Palmeiras, após a derrota para o Santos por 2 x 1 na Vila Belmiro, ao ser questionado na saída do campo por um repórter se o clássico havia sido um "bom teste" para o seu time prosseguir na fase final do Campeonato Paulista).

PITACOS DA FASE DECISIVA DO "PAULISTINHA"

• O Santos é o melhor time do Campeonato Paulista. Com sobras, méritos, fatos e dados. Goleou o Corinthians, venceu o Palmeiras e empatou com o São Paulo. Fez 36 pontos na 1ª fase, um a mais que o Palmeiras, e é dono de um futebol ofensivo que marcou 39 gols em 15 jogos. O Palmeiras, por exemplo, o 2º melhor colocado no geral, fez 12 gols a menos. Absoluto com 100% de aproveitamento na Vila Belmiro, é o favorito para conquistar o 4º título paulista nos últimos seis anos.
• A Ponte Preta é uma enorme interrogação. Dependendo de sua postura na Vila Belmiro, pode surpreender, já que a molecada do Santos joga e deixa jogar, as vezes até peca pelo excesso de vaidade. Então o time de Campinas tem que sair para o jogo? Sim, é o único jeito, embora dessa forma tenha o risco de ser eliminada com uma goleada.
• O São Paulo passa de forma tranquila pela Penapolense, no estádio do Morumbi. É o jogo mais fácil e previsível de todos. Deve fazer uma das semi-finais contra o Santos. De novo, como já ocorreu em 2010, 2011 e 2012. Sendo eliminado em todas, diga-se de passagem. É, dos grandes, o que está há mais tempo sem vencer um estadual. Sua última conquista foi em 2005. Mas tudo bem, estadual não vale nada mesmo, né?
• Botafogo-SP e Ituano fazem o jogo onde realmente "tudo pode acontecer", como diz o técnico Muricy Ramalho (mas só nesse jogo). Ligeiro favoritismo para o Botafogo por jogar em Ribeirão Preto. E por estar ainda mais incentivado pela sua torcida devido ao rebaixamento do rival Comercial. Por outro lado, o Ituano venceu o São Paulo em pleno Morumbi. Venceu ou não venceu? Mas isso nem importa tanto.
• O Bragantino costuma "engrossar" contra os times grandes, especialmente em jogos decisivos. E não tem nada a perder, já que pode empatar e levar a decisão da vaga para os pênaltis. Será um jogo duro para o Palmeiras mesmo no Pacaembu, que não pode ter em campo a lentidão que geralmente tem. Mas o time do técnico Gilson Kleina deve passar.
• Como eu digo. Ser campeão do "Paulistinha" não significa grande coisa, pois dizem que "o torneio não vale nada". Mas quem perde ou é eliminado entra em crise. Ou, no mínimo, começa a ser bastante questionado.
• O corintiano ama o Campeonato Paulista. É o time recordista em títulos, com 27 troféus na galeria. Por isso grande parte dos corintianos estão frustrados com a eliminação precoce na 1ª fase, e acabam usando a desculpa dos tais "27 títulos" para tirar o foco, esconder o descontentamento e tentar aliviar a dor de uma campanha medíocre que sequer colocou o time entre os 8 melhores de um torneio feito para os quatro grandes do Estado chegarem, pelo menos, à etapa decisiva. Ficar um mês sem jogar é um baita prejuízo à imagem do clube, entre outros.
• Caberia à Federação Paulista de Futebol divulgar a tabela com as datas e horários dos jogos das quartas-de-final, porém o canal Sportv (que detém os direitos de transmissão) fez isso assim que se encerraram os jogos no domingo.

sexta-feira, 21 de março de 2014

FRASE, POR MIRANDINHA

" - Essa história me incomoda. Foi o Vampeta que falou isso. O Vampeta só sabe jogar bola, beber demais e falar da vida alheia. Deveria calar a boca... Vai beber, fica embriagado para conversar com ele mesmo."
(Mirandinha, ex-atacante do Corinthians e atual treinador, em entrevista à Rádio ESPN, sobre a célebre frase "Seu eu corro não penso, se eu penso não corro" e que, segundo o próprio, teria sido atribuída a ele por seu desafeto Vampeta, ex-volante do Corinthians e da seleção brasileira).

AYRTON SENNA. ETERNO. INESQUECÍVEL.



Aqui, eu tinha 21 anos. Metade do tempo de vida que tenho hoje. E pude ver tudo isso, ao vivo, em mais uma das muitas vitoriosas manhãs de domingo de toda uma nação. Se não fosse a curva Tamburello, em Ímola, na Itália, hoje Senna faria 54 anos. Mas Senna é eterno. Inesquecível. Um mito. Genial. Talvez por conta disso se cobre de Barrichello e Massa algo que eles não podem oferecer. O maior legado de Ayrton Senna foi mostrar ao mundo inteiro que o Brasil pode mais e melhor.
Eu vi Ayrton Senna. E me sinto orgulhoso por isso. O mesmo orgulho que ele mesmo sentia ao levantar, a cada vitória (e foram tantas), a bandeira brasileira. Ao fazer esse gesto, Ayrton queria mostrar ao planeta que o Brasil não era apenas uma terra cheia de árvores e gente dizendo adeus.
Ayrton Senna é um ícone que o Brasil jamais terá outro igual. Mitos são para sempre.

quarta-feira, 19 de março de 2014

FRASE, POR EDUARDO HUNGARO

" - Nós tivemos capacidade de sofrimento, que é importante nesta competição. O segundo tempo do adversário foi melhor, mas o nosso primeiro foi melhor e fizemos o gol, vencemos. Essa capacidade é fundamental (...) Quero valorizar nossa vitória, valorizar o comportamento e o desempenho dos nossos jogadores. Libertadores é assim, disputado até o fim."
(Eduardo Hungaro, técnico do Botafogo, sobre a vitória de seu time por 1 x 0 diante do Independiente Del Valle-EQU, no estádio do Maracanã, pela etapa de grupos da Copa Libertadores da América).

terça-feira, 18 de março de 2014

FRASES: ROMARINHO E MANO MENEZES x MURICY RAMALHO

" - Cada um sabe com que consciência coloca a cabeça no travesseiro."
(Mano Menezes, técnico do Corinthians, sobre a eliminação de seu time e a derrota do São Paulo por 1 x 0 para o Ituano pelo Campeonato Paulista).

" - Infelizmente, nós sabíamos que isso iria acontecer, que eles iriam entregar. Todo mundo sabe. Ainda mais de um a zero. Isso aí todo mundo sabe que foi armado. A gente lamenta muito, mas fazer o quê? Eu tenho certeza que foi isso que aconteceu, que eles entregaram."
(Romarinho, atacante do Corinthians, sobre a eliminação de seu time e a derrota do São Paulo para o Ituano por 1 x 0).

" - E eu durmo bem pra caramba, viu? Nunca estive metido em nada e não aceito esse tipo de insinuação (...) O Corinthians não foi desclassificado ontem. Foi desclassificado em outros jogos. Se ganham da gente no Pacaembu, outro dia, estava brigando pela vaga ainda. Se ganha do Penapolense, estava brigando pela vaga. O que não pode é pôr em dúvida as pessoas. Não pode soltar assim, no ar, que se entregou o jogo, que alguma coisa aconteceu."
(Muricy Ramalho, técnico do São Paulo, rebatendo as declarações de que seu time supostamente entregou o jogo para o Ituano de modo a desclassificar o rival Corinthians).

QUAL A DIFERENÇA SE O SÃO PAULO ENTREGOU OU NÃO?


Era mais uma tarde chuvosa de domingo na capital paulista, março de 2004. 20 mil corintianos foram ao Pacaembu para viver uma situação inusitada: vencer a Portuguesa Santista e garantir a permanência do time na primeira divisão do Campeonato Paulista. Mas havia um outro jogo, não muito longe dali, que também tinha importância vital para os corintianos. Em São Caetano do Sul, Juventus e São Paulo duelavam entre si e um triunfo do time da Mooca faria o Corinthians jogar a segunda divisão em seu lugar na temporada de 2005. O maior adversário do Corinthians naquela tarde de chuva não era, a princípio, a Portuguesa Santista. Mas o São Paulo, que poderia "entregar" o jogo para o Juventus e com isso rebaixar o rival.
O que se viu no Pacaembu foi mais uma atuação pífia do Corinthians, então treinado por Oswaldo de Oliveira. Até o meia colombiano Rincón, esperança da torcida e reconhecido por seus passes refinados, deixava bastante a desejar e até tropeçava na bola. A 15 minutos do fim da partida, o desastre veio nos pés de um ex-são paulino: Reinaldo faz o gol da vitória da Portuguesa Santista por 1 x 0. Restava aos corintianos sintonizar a estação de rádio no jogo do São Paulo que, para piorar os ânimos, atuava com time misto, uma vez que já estava classificado para a fase final do torneio. A torcida são-paulina pedia desesperadamente para seus jogadores "entregarem" o jogo para o Juventus, já que com a derrota no Pacaembu, o Corinthians estaria matematicamente rebaixado. Mas o atacante Grafite, com dois gols de cabeça, assegurou a permanência dos corintianos na série A1 e rebaixou o Juventus para a série A2, num dos raros episódios que só o futebol nos proporciona de uma torcida ficar enfurecida com seu próprio time por ele ter vencido um jogo por 2 x 1.
Dez anos se passaram e novamente ambos os times viveram uma situação bem parecida em outra tarde chuvosa de domingo na capital paulista. Apenas mudaram os cenários. O Corinthians jogando no interior do Estado e o São Paulo no Morumbi. Vale lembrar que o jogo no Morumbi para os donos da casa serviria apenas para cumprir tabela e zerar os cartões amarelos. A diferença era que, dessa vez, o Corinthians não corria risco de descenso, mas ainda sonhava com uma vaga para a fase final do Paulista. Contudo, exatamente como há uma década, os corintianos não fizeram sua parte dentro de campo e muitos torcedores, além de comentaristas e até jogadores, tentam por a culpa no São Paulo, que ao contrário de 2004, teria supostamente "entregado" o jogo para o Ituano ao perder por 1 x 0. O atacante Romarinho é um exemplo. Logo após o sonolento empate do Corinthians por 0 x 0 em Penápolis, ainda no gramado, disse em alto e bom som que "foi armado, o São Paulo entregou e todo mundo sabe".
Mas de onde vem essa lamentação toda dos que ainda não perceberam que o próprio Corinthians não fez a sua parte? E as seis partidas sem vitória nas oito primeiras rodadas, especialmente a goleada sofrida para o Santos por 5 x 1? Isso também foi "armado" ou foi a falta de vontade e incompetência de um time que se acha (ou se achava) com o "rei na barriga" por ter ganho um Mundial há quase 2 anos? O quê mudou com a saída do Tite e a chegada de Mano Menezes? Se mudou alguma coisa, foi para melhor ou para pior?
Onde está a gratidão desses corintianos aos são-paulinos por não terem sido rebaixados há exatos 10 anos?
Foi visível o desinteresse dos jogadores do São Paulo na derrota para o Ituano por 1 x 0. Esse resultado já seria pelo menos "anormal" em Itu, imagina em pleno Morumbi. Mas de quê adianta agora uma discussão inútil dessas, se o time de Muricy Ramalho entregou ou não entregou? Os maiores interessados não venceram o modesto Penapolense. Os comandados de Mano Menezes há tempos mostram em campo um futebol bem abaixo do esperado. A prova disso é o time do Parque São Jorge conseguir a proeza de sequer estar entre os 8 melhores de um campeonato de baixo nível técnico como o Paulista. Mais do que ter a certeza que um rival "amoleceu" em outra partida, Romarinho e companhia deveriam compreender que o torneio foi feito para que os quatro grandes chegassem à etapa decisiva.
O Corinthians tinha a obrigação de, no mínimo, passar da 1ª fase do torneio, assim como fizeram Palmeiras, Santos e São Paulo, com sobras. Colocar a culpa por uma eliminação precoce numa suposta "entregada" de um time rival é tampar com a peneira uma campanha medíocre. E Edinaldo Libânio, o Grafite, está hoje com 34 anos e veste a camisa do Al-Ahli, dos Emirados Árabes. Provavelmente muitos corintianos gostariam de tê-lo visto como centroavante diante do Ituano, no lugar de Luis Fabiano. E agradecê-lo, quem sabe, mais uma vez.

Leia Mais: site UOL Esporte "Aos 34 anos, Grafite descarta aposentadoria e diz que corintianos ainda o agradecem"   http://migre.me/io1XL

sábado, 15 de março de 2014

FRASE, POR IBRAHIMOVIC

" - Zlatan é apenas um ser humano. Da mesma forma que um grande tubarão branco é apenas um peixe."
(Zlatan Ibrahimovic, atacante da seleção sueca e do Paris Saint-Germanin-FRA, via Twitter).

sexta-feira, 14 de março de 2014

#OuseComoZlatan



O craque sueco Zlatan Ibrahimovic é a estrela de uma nova campanha publicitária da Nike.
Como modéstia não é o seu forte, o atacante da seleção sueca e do Paris Saint-Germain-FRA, propõe a criação de um novo verbo como sinônimo para feitos considerados impossíveis: "Zlatanear".
Sim, Ibra é fanfarrão, mas é craque e autor de belos gols. Em 2013 recebeu da FIFA o Prêmio Puskás de gol mais bonito do ano pela bicicleta da intermediária do campo na vitória da Suécia sobre a Inglaterra por 4 x 2 (na ocasião, ele ainda anotou os outros 3 gols de sua seleção). Um gol antológico que mostra como o sueco fará falta na Copa do Mundo do Brasil. Como diz um famoso cronista esportivo, "azar da Copa".
Gosto do jeito debochado de Zlatan. Futebol é isso. Portanto, é preciso "Zlatanear mais". #OuseComoZlatan

quarta-feira, 12 de março de 2014

FRASE, POR ALEJANDRO ROMERO

" - Gabi passou para Koke e gol. Diego! Gol! Diego Costa! Diego Costa! Diego Costa! Diego Costa! Diego Costa! Gol do Atlético de Madrid! Do espanhol, do espanhol Diego Costa! Marcou Diego Costa, incendeia o Calderón. Três de partida, festa vermelha e branca, mamma mia! Que começo, Diego! O espanhol! Te queremos, é claro que te queremos! Atlético 1, Milan 0."
(Alejandro Romero, narrador esportivo da rádio espanhola "Onda Cero", vibrando com o gol marcado pelo brasileiro naturalizado espanhol Diego Costa e deixando claro que o país quer contar com o atacante na Copa do Mundo de 2014).

O PÚBLICO SE DIVORCIOU DO FUTEBOL QUE NÃO VALE NADA

Os números dos estaduais de fato não empolgam. Não existe mais a competitividade e o charme de décadas passadas. O Paulistão, por exemplo, não existe mais. Faz tempo. Hoje temos o Paulistinha. Tão diminutivo quanto o que se tornou há anos e o que se vê dentro de campo e nas arquibancadas. E até mesmo diante da TV nas tardes noites de quarta-feira.
Mas vamos dar exemplos de outro torneio estadual também reconhecido por seu charme de outrora: o Carioca. E vamos falar do time considerado de maior torcida do Brasil, o Flamengo.
Pela 9ª rodada da Taça Guanabara, como é conhecido o 1º turno no Rio, o atual time campeão da Copa do Brasil (e que faz boa campanha na Copa Libertadores da América) jogou no péssimo gramado do estádio de Moça Bonita contra o Boavista. Mesmo sobre um campo que mais parecia um terrão daqueles de várzea, o Flamengo goleou por 5 x 2 diante de um público de 991 espectadores. Dias depois, o mesmo Flamengo protagonizou o pior público do estádio do Maracanã desde que foi reinaugurado para a Copa do Mundo: 2.487 pessoas pagaram para ver o time do técnico Jayme de Almeida contra o Madureira. Na quarta-feira de cinzas, outro vexame: Em Volta Redonda, apenas 375 pagantes viram o Flamengo vencer o Bonsucesso por 2 x 0. A renda foi de pouco mais de R$ 11 mil e o clube rubro-negro teve de arcar com um prejuízo de mais de R$ 63 mil devido aos custos da realização da partida, sem incluir despesas com transporte e hospedagem do elenco.
Em São Paulo, o público médio no Campeonato Paulista, de longe o mais competitivo do país, é de 4.884 pagantes por partida e a taxa média de ocupação nos estádios é de 22%. Baixa. O desinteresse do torcedor é tão notório que o Santos, time de melhor campanha até agora no torneio, possui público médio de 6.134 pessoas como mandante, atrás de São Bernardo e Botafogo-SP. O São Bernardo, inclusive, tem média de público de 9.082 pessoas por partida no ABC paulista, em 3º lugar no ranking e na frente do São Paulo, por exemplo, que tem média de 8.412 torcedores.
Para se ter uma idéia da enorme falta de interesse do torcedor pelo Paulistinha, apenas 32 pessoas pagaram ingresso para assistir Oeste 1 x 2 Ituano, pela 7ª rodada.
Aliás, a torcida de Itápolis está de parabéns no esforço para não comparecer ao estádio. Nada menos que os 5 piores públicos do campeonato pertencem ao Oeste. Se somar os públicos dessas 5 partidas chega-se a 1.313 espectadores, média de 262 pessoas por jogo.
Estudo feito pela "Pluri Consultoria" em 2013 mostra que somente 30 cidades no Brasil concentram 84% do público do futebol no país. E essas mesmas 30 cidades detém 90% da renda do futebol. Isso mostra o quanto o "país do futebol" está na prática distante de seus apaixonados torcedores, que se desligaram dos jogos inexpressivos.
É preciso repensar urgentemente o calendário de acordo com o que há de realmente mais atrativo e importante na temporada. O torcedor sabe distinguir o que de fato importa. Se for para se locomover utilizando um transporte público precário tarde da noite num dia de semana e pagar caro pelo ingresso, em estádios desconfortáveis e lidando com a falta de segurança, que seja pelo menos por jogos que teoricamente valham a pena.
Isso chama-se bom senso.

fonte: sites Terra Esportes http://migre.me/ihQ9M e Globo Esporte http://migre.me/ihQgh - http://migre.me/iirqn

FRASE, POR FRANZ BECKENBAUER

" - Se continuarmos jogando como agora, corremos o risco de sermos como o Barcelona: um dia ninguém vai querer mais nos assistir (...) Esses jogadores vão passar a bola até a linha do gol. Tenho outra perspectiva de futebol. Qual? Se tiver oportunidade de chutar a gol, especialmente frente a defesas muito fracas, faça isso."
(Franz Beckenbauer, ex-jogador e ídolo da seleção alemã, atual presidente de honra do Bayern de Munique-ALE, criticando o padrão de jogo do clube alemão sob o comando do técnico Pep Guardiola).

segunda-feira, 10 de março de 2014

FRASES - PATO x MÁRIO GOBBI

" - Grande vitória!!!!! #avantesoberano #VamosSaoPaulo"
(Alexandre Pato, atacante vinculado ao Corinthians que está emprestado ao São Paulo até dezembro de 2015, comemorando via Twitter a vitória do São Paulo sobre o Corinthians por 3 x 2, pela 13ª rodada do Campeonato Paulista).
" - Sem comentários. Cada um fala o que quer e sabe o que pensa. Pato não pode se esquecer que em janeiro de 2016 ele tem de se apresentar na Rua São Jorge, 777, quinto andar."
(Mário Gobbi, presidente do Corinthians, irritado com a declaração de Alexandre Pato via Twitter).

Nota: quando fez a postagem, Alexandre Pato ainda mostrava a camisa corintiana em seu perfil no Twitter.

domingo, 9 de março de 2014

LÁ, MARADONA É IDOLATRADO. E ZICO, ROMÁRIO, PELÉ... POR AQUI?


Há 8 meses o Gigante acordou de um sono profundo, deitado eternamente em berço esplêndido. A voz das ruas deu o tom e uma onda de protestos varreu o Brasil de norte a sul. Afinal, como pode um país onde as pessoas morrem por falta de hospitais ou que sequer tem ensino decente gastar mais de R$ 30 bilhões na preparação e construção de estádios para um torneio de futebol que vai durar um mês? Pior: um evento que, ao contrário do que os donos do poder sempre disseram, não deixará nenhum legado para a população? Pois é.
Mas ainda assim, apesar desse surto recente, o povo brasileiro é o menos patriota, politizado e ideológico da América Latina. Veja o esporte como exemplo.
O Brasil possui esportistas que se tornaram ídolos no mundo inteiro e que, por aqui, são pouco reverenciados ou até lembrados. Ayrton Senna, por exemplo, finalmente neste ano foi homenageado por uma escola de samba de ponta do Rio de Janeiro. Mas acabou? E antes disso? Na Europa, certamente o maior piloto de Fórmula 1 de todos os tempos é bem mais reverenciado do que por aqui. Isso existe em todos os esportes onde o Brasil se destaca pelo mundo, sendo que o exemplo mais gritante está no futebol. O maior jogador de todos, o Rei do Futebol, é lembrado e querido no tal do “país do futebol”? Basta fazer uma comparação com nossos vizinhos hermanos, tão apaixonados por futebol quanto os brasileiros. Lá, Diego Maradona é simplesmente idolatrado. Não como ídolo, mas como um Deus, um ícone genuíno que está acima do bem e do mal, e pouco importa a sua conduta fora de campo. Até para quem não gosta de futebol. A rivalidade também é deixada de lado, pois Maradona é como se fosse um máximo denominador comum entre os argentinos. Sejam eles torcedores do Boca Juniors, do River Plate, do Velez Sarsfield, do Independiente, do San Lorenzo, de qualquer um. Maradona é “Díos” em terras portenhas. Nos jogos da seleção argentina, o que mais se vê nas arquibancadas de qualquer estádio do país são faixas e bandeiras com frases e imagens celebrando e homenageando Dom Diego, além de outros craques, como Batistuta, Passarella, Caniggia, Kempes, Messi e até Palermo. E no Brasil? Alguém se lembra de ter visto alguma vez uma única faixa em alusão à Garrincha, Zico, Falcão, Junior, Vavá, Romário, Rivelino, Ronaldo, Sócrates, Cafu, Nilton Santos, Gylmar, Alex, Ademir da Guia, Tostão, Bebeto, entre tantos outros craques do passado ou do presente, em algum jogo da seleção brasileira? Não. Nem Pelé, O Rei do Futebol, estimado em todo o planeta, possui em seu país o status e o reconhecimento que Maradona possui na vizinha Argentina, longe disso. Pelé, por exemplo, não é unanimidade sequer entre os atuais boleiros, o que dirá para o torcedor que alimenta uma rivalidade travestida de recalque e inveja e que lhe fecha os olhos para admirar e reconhecer ídolos de times rivais? O brasileiro parece não gostar de Pelé ou de quem se destaca demais na mídia. Como dizia Tom Jobim, "No Brasil o sucesso incomoda".
Se os nossos "gênios" tivessem nascido em outro lugar seriam mais queridos. Mais um exemplo? se o Papa fosse brasileiro e revelasse seu time do coração (como o Papa argentino fez), muita gente por aqui provavelmente não iria gostar dele só por causa disso. Sem contar que sobrariam "piadinhas" a respeito em redes sociais.
E é bastante comum se ver por aqui brasileiros desfilando nas ruas vestindo camisas da seleção argentina com o nome de "Messi" nas costas. Será que existem argentinos com camisas da seleção brasileira estampadas com "Neymar" nas costas? Então. Coisas do Brasil e dos brasileiros. E não se surpreenda se, caso tivermos um Brasil x Argentina durante a Copa (e será ótimo para o futebol se isso acontecer), você ver uma multidão de pessoas apostando na seleção de Messi, Higuaín, Agüero e companhia. Até gente que você conhece.

FRASE, POR ZINEDINE ZIDANE

" - O vejo treinando todos os dias. Chega antes da hora, sai depois dos últimos, duas horas depois de terminar o treinamento. O vejo trabalhando e posso dizer que não tem limite. Quer mais e mais e mais. É um competidor nato, um exemplo para todos, para seus companheiros, para os madridistas e para os rivais."
(Zinedine Zidane, ex-jogador da seleção francesa e atual auxiliar-técnico do Real Madrid, elogiando o craque português Cristiano Ronaldo).

sexta-feira, 7 de março de 2014

NILTON BATATA, O PRIMEIRO GRANDE ÍDOLO


16 de novembro de 1980, 122.209 torcedores lotavam o estádio do Morumbi para assistir Santos x São Paulo, o 1º jogo das finais do Campeonato Paulista que havia começado seis meses antes, em maio.
Era a primeira vez daquele garoto num estádio de futebol, levado pelo pai. A princípio, ficou assustado com tanta gente, com o trânsito congestionado nas redondezas, as enormes filas para tudo, o pai preocupado com a multidão e o protegendo o tempo todo. Num lugar da arquibancada onde estavam três pessoas, na verdade só cabia uma. Mas estava tudo certo. A emoção de estar ali pela primeira vez compensava o aperto, a sede, a fome, o tumulto. Não via a hora de contar para os amigos, no dia seguinte no campinho de terra perto de sua casa, como tinha sido sua primeira tarde no Morumbi, e ainda na final do campeonato.
Ele estava devidamente uniformizado. Meias, short e uma camisa imaculadamente branca. E, claro, calçando um kichute preto novinho, cadarço amarrado na canela. Como mandava o figurino. Quando os times finalmente entraram em campo, ele e o pai já estavam ali esprimidos há quase uma hora. Mas foi uma festa. Pela TV era bonito ver as bandeiras tremulando, o papel picado, o grito da torcida e tudo mais. Mas ali, de tão perto, de dentro do estádio, era algo indescritível. Inesquecível. Inigualável. Uma torcida tentando gritar mais alto que a outra. Pela primeira vez ele sentiu na pele arrepiada o que o futebol era capaz de fazer com tanta gente.
Os times perfilados em campo e a decisão ia começar. Rapidamente os olhos ávidos do garoto passaram a procurar um certo jogador. Aquele jogador. Daquele time de branco, claro. Nem tão alto, cabelo tigelinha ao melhor estilo “Beatles”. Encontrou. E passou a acompanhá-lo em cada centímetro do gramado. O time todo era bom, ele sabia de cor e salteado o nome de todos os jogadores. Tinha o Pita, que jogava demais e que o pai dizia que era o melhor da equipe. Mas não era. Tinha o João Paulo, que era baixinho, mas muito rápido, dificilmente o jogador adversário o alcançava em disparada. Tinha o Miro, que era grandão, cara de bravo e que desarmava todas as jogadas do outro time com facilidade. Mas tinha ele. Rápido, habilidoso, driblador. Era ele a sua inspiração de todas as tardes no campinho. Ele queria ser jogador de futebol e jogar igual a ele. Quando ele fazia um gol, não era um simples gol, era diferente. Era o gol de Nilton Batata. Esse sim era o cara, o melhor. Jogava com a camisa 7, era o ponta-direita. Mas batia com a esquerda também, as vezes.
Seu nome real era Nilton Pinheiro da Silva e jogava um futebol que praticamente não existe mais nos dias de hoje. Aliás, nem o ponta-direita existe mais. Hoje em dia inventaram o chamado “ala” para fazer menos o que Nilton Batata fazia. E fazia muito bem. Aquele ataque dos “meninos da vila” desconsertava os “zagueiros durões” e pouco preparados para a velocidade e o ímpeto daqueles jovens atacantes de branco.
Naquela tarde, Nilton Batata não fez gol e o seu time perdeu por 1 x 0, gol de um tal de Chulapa já no finalzinho do jogo. Aliás, como aquele cara fazia gols. Sorte que anos mais tarde esse mesmo Chulapa também faria muitos gols por seu time.
É claro que o garoto estava doido pra ver toda aquela torcida vestida de branco gritar "gol" junto com ele. Mas tudo bem, o placar daquele jogo nem importava tanto assim. E o título, que também não veio, idem. Afinal, aquele dia havia se tornado inesquecível. Não era nem tanto pelo jogo em si, era mais pelas pessoas, pela atmosfera daquele ambiente.

E naquele dia inesquecível ele viu seu ídolo jogar de muito perto. Ficou triste quando Nilton Batata saiu do seu time para jogar no México. Mas aprendeu desde cedo com o pai que o futebol é assim. Teve outros ídolos depois. Mas aquele ponta-direita habilidoso, esperto, veloz, que corria o campo inteiro, que fazia gols bonitos e de cabelo tigelinha, ficou eternizado como seu primeiro grande ídolo no futebol. E nunca mais foi esquecido.
Uma preciosidade: o cartão do chiclete Ping-Pong com a ficha do camisa 7, que ficou guardado a sete chaves pelo garoto.


Na foto acima, o time do Santos vice-campeão paulista de 1980: Nelsinho Baptista, Márcio Rossini, Marolla, Joãozinho, Washington e Miro; Nilton Batata, Toninho Vieira, Claudinho, Pita e João Paulo. O técnico era Pepe. (Nilton Batata é o primeiro agachado da esquerda para a direita). Esse foi o primeiro time do Santos que eu vi jogar no estádio, em 16.11.80.

FRASE, POR LIONEL MESSI

" - O senhor Faus é uma pessoa que não sabe nada de futebol. Quer conduzir o Barcelona como uma empresa, mas o clube não é uma. O Barcelona é um das maiores equipes do mundo e merece ser representada pelos melhores dirigentes também."
(Lionel Messi, atacante do Barcelona e da seleção argentina, rebatendo a declaração de Javier Faus, vice-presidente do clube, que disse que o craque argentino não merecia aumento de salário por já ter renovado contrato em 2013).

quarta-feira, 5 de março de 2014

POR QUANTO TEMPO MESSI AINDA VAI BRILHAR?


Lionel Messi, aos 26 anos, já entrou para a história do futebol. É atualmente a grande estrela e o maior artilheiro dos 115 anos do Barcelona, com 340 gols marcados. Para se ter uma idéia do que isso significa para o torcedor catalão, o 2º maior artilheiro do clube é César Rodriguez, que atuou por 16 anos com a camisa azul-grená (entre 1939 e 1955) e contabiliza “apenas” 232 gols, ou seja, 108 gols a menos que Messi. Em mais de 400 jogos pelo Barcelona, o atacante argentino tem a incrível marca de 0,82 gols por partida.
Pela seleção argentina, Messi fez 37 gols em 83 jogos, média de um gol a cada duas partidas e meia. Nada mal. Ao contrário de uns anos atrás, a maior esperança dos hermanos para a Copa tem feito grandes partidas vestindo a camisa de seu país, especialmente nos jogos das últimas Eliminatórias, onde a Argentina navegou em águas mansas e obteve o passaporte para a Copa no Brasil de forma tranqüila.
Em janeiro deste ano, Messi declarou que “2014 pode ser o ano da Argentina”. Concordo parcialmente. Em todas as Copas, a seleção argentina entra como favorita pela disputa do título, é claro que em menor ou maior grau de confiança. O mesmo se pode dizer da Alemanha, da Itália e do Brasil. São seleções tradicionais e, mesmo quando atravessam fases negativas, sempre serão respeitadas. A Argentina não é e nunca foi uma seleção coadjuvante, como eram França e Espanha, por exemplo, até pouco tempo atrás.
A declaração de Messi pode ser repensada da seguinte forma: “2014 pode ser o ano da Argentina campeã se for a Copa de Messi”. Daí sim eu concordo. Se a Argentina for tricampeã mundial e Messi for o protagonista dessa conquista, assim como foi seu compatriota Diego Maradona na Copa do México de 1986, ele será definitivamente consagrado como o maior jogador do século 21 até aqui.
Messi está a frente de Ronaldinho Gaúcho, Cristiano Ronaldo, Wayne Rooney, Ibrahimovic, Drogba, Neymar, Schweinsteiger, Bale, Franck Ribéry, Sneijder, Robben, Van Basten, Balotelli e tantos outros craques. E pode ser que esteja no mesmo patamar de Zico ou Johan Cruyff, por exemplo. Mas ainda está um degrau abaixo de jogadores como Garrincha, Zidane, Ronaldo, Romário, Bobby Charlton, Beckenbauer, Matthäus, Nilton Santos, Pelé, é claro, e de seu compatriota Diego Maradona. Por quê? Porque esses conquistaram Copas do Mundo levando nas costas suas seleções nacionais. Foram protagonistas de Copas do Mundo e por isso tornaram-se gênios com certificados de excelência. Maradona e Zico, por exemplo, foram os melhores jogadores que eu vi jogar. E considero uma das maiores injustiças do futebol o fato de Zico nunca ter conquistado uma Copa do Mundo. O maior camisa 10 brasileiro depois de Pelé não conseguiu tal façanha. Assim como Messi, por enquanto, já que o argentino tem muito caminho pela frente.
A questão é até quando Messi vai jogar em alto nível, como tem feito nos últimos anos, sendo eleito quatro vezes seguidas o melhor do planeta? Será que Messi já está vivendo hoje o seu auge no futebol? Será que na Copa de 2018 Messi ainda vai estar desfilando em campo o mesmo talento brilhante de hoje?
Os grandes craques têm um período de esplendor que geralmente não dura por muito tempo. Ronaldinho Gaúcho, que também brilhou pelo mesmo Barcelona de 2004 a 2006, talvez seja o melhor exemplo disso.
Por quanto tempo Lionel Messi ainda vai brilhar em alto nível? Por isso acredito que essa deveria ser, para ele, a sua Copa do Mundo. Se Messi conseguir esse feito, já poderá ocupar seu posto no seleto grupo dos gênios da bola. Sim, pois o mundo do futebol diferencia os gênios dos craques.
Além disso, os gênios são decisivos. Especialmente para as suas seleções.