quinta-feira, 9 de maio de 2019

GUARANÁ ANTARCTICA LANÇA CAMPANHA POR APOIO AO FUTEBOL FEMININO

Divulgação/ CBF

Patrocinadora da seleção brasileira masculina e feminina há 18 anos, o Guaraná Antarctica decidiu criar um movimento para apoiar o futebol feminino no Brasil.
A marca de refrigerantes quer aproveitar a Copa do Mundo de futebol feminino, que terá início daqui a 30 dias na França, para incentivar outras empresas a dar mais destaque em propaganda para as jogadoras brasileiras, segundo informa reportagem publicada pelo "Lance!".
A própria patrocinadora admite na publicação da matéria que até hoje utilizou pouco as esportistas em suas peças publicitárias. E entende que, se o futebol é o esporte mais amado pelos brasileiros, não existe outro momento para mostrar que a seleção feminina é também “orgulho da nação”.
“Ou você ainda acha que as mulheres não sabem jogar ou até mesmo participar de uma propaganda?”, questiona o Guaraná Antarctica.
Ainda é comum enxergar no futebol uma valorização maior dos homens em relação às mulheres, diz a reportagem do site. E ressalta que, se a Copa do Mundo deste ano fosse a masculina, a quantidade de propaganda na mídia com os atletas homens seria bem maior do que se vê com as jogadoras da equipe feminina.
O movimento criado pelo Guaraná Antarctica busca assegurar que as jogadoras, além de talentosas dentro de campo, podem simbolizar e representar qualquer marca perante o público.
Assista ao vídeo da campanha:

As jogadoras Cristiane, Andressinha e Fabi, da seleção brasileira, ainda participaram de um ensaio fotográfico que simula a presença em publicidade de produtos e serviços ligados à moda, beleza, variedades esportivas e cartões de crédito, entre outros temas.
O objetivo é que o material do ensaio seja negociado com empresas interessadas. Todo o valor a ser obtido com a venda será dividido entre as atletas e o “Joga Miga”, projeto sem fins lucrativos destinado à mulheres que desejam ser jogadoras.
É sempre muito importante quando uma marca abre espaço para o futebol feminino no Brasil. Mesmo com todo o sucesso nos últimos anos, ainda não existe muito espaço para as jogadoras. Com essa iniciativa, esperamos que essa situação mude”, relatou a atacante Cristiane ao “Lance!”.
Para ingressar na campanha, qualquer empresa pode escolher as imagens postadas no Instagram do Guaraná Antarctica e entrar em contato com a companhia de refrigerantes, até mesmo pelas redes sociais.
Neste ano, o Guaraná Antarctica tem a proposta de valorizar tudo o que o Brasil tem de bom (...) E uma das coisas boas do país é o futebol feminino. Queremos mostrar para as pessoas todo o potencial dessas meninas”, declarou ao “Lance!” o gerente de marketing da patrocinadora da seleção, Daniel Silber.

Adriano Oliveira

quarta-feira, 1 de maio de 2019

AYRTON SENNA. ALÉM DA IMAGINAÇÃO.

Pascal Rondeau/ Getty Images

Me lembro perfeitamente daquele domingo de 25 anos atrás.
Era mais um domingo de Fórmula 1, o começo de uma temporada que prometia. Afinal, Ayrton Senna finalmente estava a bordo do carro que tanto queria pilotar. Era o melhor carro da categoria com o melhor piloto.


A combinação perfeita.

Me lembro da tal curva Tamburello, uma batida forte a mais de 300 Km/h. Do capacete amarelo se mexendo, talvez o último suspiro. Me lembro do almoço mais sem graça que um domingo já teve. Dos olhos lacrimejados de meu pai, triste, angustiado, como raras vezes eu vi. Daquela vinheta do "plantão" da TV Globo invadindo o começo da tarde, e o repórter Roberto Cabrini dando aos brasileiros a notícia que ele jamais gostaria de dar. Me lembro da maior comoção coletiva deste país. E me lembro que, naquele domingo, acabava o encanto da Fórmula 1.


Ayrton Senna se foi há exatos 25 anos. E, com ele, um pouco da alegria das manhãs de domingo. Com ele se foi a esperança e a certeza de um Brasil que dava certo ou que poderia dar certo. De um Brasil que era invejado no mundo inteiro, e não aquele Brasil cheio de árvores e gente dizendo "adeus". A cada vitória nas pistas (e foram tantas), Senna fazia questão de erguer a bandeira de seu país. Para mostrar ao mundo que, acima de todos os problemas e mazelas, aquele era também um país vencedor. O país do futuro.


Senna sentia orgulho de seu gesto e os brasileiros sentiam orgulho de Senna. Há 25 anos, a Fórmula 1 nunca mais foi a mesma, sem o encanto daquele capacete amarelo. Pelo menos não mais para a grande maioria dos brasileiros. Porque Senna era muito mais do que meras corridas de carros.


Michael King/ Getty Images

A maioria dos brasileiros não sabia a diferença entre um motor Renault, um Mercedes-Benz ou um Honda. Mas tinha a certeza de que Ayrton estava acima de qualquer motor, de qualquer equipe, de qualquer piloto. Talvez a maior sinergia entre ídolo e torcida que já existiu.

Outros pilotos já foram tricampeões mundiais como ele foi. Tantos outros foram campeões. E outros mais podem vir a conquistar sete, oito, nove, dez títulos da Fórmula 1. Mas e daí?


A certeza que fica é que jamais algum outro piloto vai ganhar uma só corrida como Ayrton Senna ganhou. Pilotar como ele? Jamais. Fazer o que ele fez? Nunca mais.
Me perdoem o trocadilho fácil, mas Senna nunca estará fora de cena. Porque Ayrton Senna foi além da imaginação.


Foi o ídolo dos Joãos, dos Antonios, das Marias, das Lurdes, dos Zés, dos Martins, dos Souza, dos Oliveira, dos Santos, dos Silva... O Ayrton Senna do Brasil. Para sempre.



Adriano Oliveira