domingo, 29 de setembro de 2013

FRASE

" - A gente tem que juntar os cacos, porque realmente o time está em cacos (...) Alguma coisa tem que ser feita. O mais incrível nesses momentos é o que a gente venha a falar só serve como desculpa.  O momento chegou em um ponto agudo. É hora de uma remontagem por um tiro final."
(Alex, meia do Coritiba, sobre a decadência de sua equipe no Campeonato Brasileiro).

O BRASILEIRÃO DOS CAVALOS PARAGUAIOS É O MAIS COMPETITIVO

O Campeonato Brasileiro se afirma, a cada temporada que passa, como o mais difícil e competitivo do planeta. Estou falando "competitivo" e não o melhor, diga-se de passagem. Muitos dizem que o Campeonato Inglês é o melhor, no que eu posso até concordar, pela organização, pela qualidade técnica das equipes e pela visibilidade. Aliás, visibilidade que torneios nacionais como o Francês e o Alemão estão longe de ter. Que o diga o atacante Lucas, que saiu do São Paulo seduzido pelo glamour e o dinheiro dos árabes e foi parar no Paris-Saint-Germain-FRA. Do jeito que as coisas andam por lá, Lucas corre o sério risco de não ser lembrado pelo técnico Felipão para a Copa do Mundo do ano que vem. E só faltam oito meses para o Mundial.
Outro torneio nacional modorrento é o Espanhol. No Brasil, seria um Campeonato Brasiliense com grife, por causa da presença de Real Madrid e Barcelona. Nada mais do que isso. Os dois clubes espanhóis, que possuem os melhores jogadores do mundo, estão anos-luz a frente de seus concorrentes. E o Italiano? Um campeonato sem graça, que vive da nostalgia de décadas passadas, quando era o sonho de consumo e a grande vitrine  do futebol internacional.
No Brasil a coisa é diferente. São pelo menos dez times em condições reais de conquistar o troféu.
E ainda existem os famosos "cavalos paraguaios" que nunca chegam a lugar nenhum, mas que sempre atrapalham os reais candidatos ao título e, com isso, conferem ainda mais equilíbrio no decorrer do torneio. Olha o Botafogo e o Coritiba, por exemplo. Geralmente se destacam no começo, permanecem por um certo tempo na parte de cima da tabela, seus torcedores já se imaginam pelo menos na Copa Libertadores e, de repente, engatam uma marcha-a-ré a 100 Km/h e despencam. Vamos incluir também nesse quesito os dois Atléticos, o paranaense e o mineiro, pedras no sapato de vários times, porém no máximo ambiciosos, nada mais. Neste ano, o Atlético-MG ainda teve um pouco mais de status devido à conquista da Copa Libertadores, mas rapidamente voltou à sua realidade no cenário nacional. Se forçarmos um pouco, quem sabe não adicionamos também a este grupo o Goiás? Pode ser. Esses clubes terminam o campeonato na faixa intermediária e, quando muito, na "primeira página" da tabela de classificação. Também não podemos desprezar o protagonismo das equipes que permanecem o tempo todo no rodapé da tabela, mas que sempre roubam pontos importantes de quem está próximo do topo. Fora times considerados grandes que chegam a disputar a 2ª divisão com certa frequência, como é o caso do Palmeiras, por exemplo. Nos últimos 10 anos, o clube paulista (que é octocampeão nacional)  foi rebaixado duas vezes para a Segundona.
Por essas e outras, pelos altos e baixos, e pela capacidade de inversão das equipes na tabela de classificação de forma constante, é que o Brasileirão é de longe o torneio de clubes mais competitivo do futebol mundial.
Por aqui, o grande favorito pode ficar ameaçado de rebaixamento, não é Corinthians? E desnecessário citar o São Paulo, que passou praticamente o 1º turno inteiro na zona da degola.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

FRASES

" - Vamos fazer um jogo da verdade. Teu problema hoje não é físico. Você está com um problema técnico. Não é que tenha jogado tão mal no Corinthians. Ainda você não alcançou tecnicamente a expectativa da grande torcida do Corinthians, grande investimento que o time fez. Você está com problemas técnicos assim que pareciam impensáveis para você, de ficar cara a cara e chutar a bola fora do Pacaembu (...) Você está contente com as suas atuações?"
(Marco Antônio Rodrigues, comentarista esportivo, durante o programa "Bem, Amigos!" do canal Sportv, questionando o atacante corintiano Alexandre Pato sobre suas atuações recentes).

" - Estou feliz que estou 100% fisicamente, vim jogar no Brasil, ver como eu estava, Não posso falar feliz errando gol. Posso falar que estou ajudando, marcando, trabalhando para o time, isso que é o importante para mim."
(Alexandre Pato, atacante do Corinthians, respondendo à declaração de Marco Antônio Rodrigues).

AUTUORI, CLAUDINEI OLIVEIRA, NEY FRANCO, MURICY E TITE

Ney Franco, Milton Cruz, Paulo Autuori e agora Muricy Ramalho foram os treinadores do São Paulo somente nessa temporada de 2013. Todos técnicos renomados, com bagagem, já ganharam títulos importantes, Ney Franco chegou até a permanecer, por um bom tempo, como técnico das categorias inferiores da seleção brasileira. Aliás, com bons resultados e a conquista de um Mundial Sub-20 disputado na Colômbia. Só não foi dirigir a seleção olímpica em Londres devido a mais uma atitude infeliz dos dirigentes da CBF que, surpreendentemente, resolveram de última hora que Mano Menezes, então na seleção principal, seria também o treinador na Olimpíada. Ney Franco, claro, pegou o seu banquinho e saiu de mansinho. E a seleção olímpica naufragou na Inglaterra nas mãos de Mano Menezes.
Pois bem, uso o exemplo acima para fazer a seguinte indagação: - A culpa é mesmo sempre do treinador?
Não considero Paulo Autuori um treinador tão brilhante como dizem. Acredito que ele só conseguiu ter êxito com boas equipes. Mas no São Paulo de 2013 ele teve tempo para implantar seu conceito? Foi dele a idéia supersticiosa de colocar sal grosso na escada do vestiário do Morumbi? Será que Ney Franco teve material humano bom o suficiente para conseguir os resultados esperados? E a diretoria? Fez seu trabalho com, no mínimo, competência? Só para constar, o São Paulo, de clube-modelo até há pouco tempo atrás, passou a ser motivo de chacota dos rivais graças ao esforço constante de seu presidente, literalmente.
No Santos, a diretoria fez bem em dispensar Muricy Ramalho, que só se manteve por mais de dois anos no clube devido à presença e ao desempenho de Neymar. Sim, Muricy dependia bastante do sucesso de Neymar, mais do que o time em si. E mesmo com o melhor jogador da América em campo, ele foi dispensado por um motivo justo: decréscimo de resultados. Depois da conquista da Copa Libertadores em 2011, o time caiu muito de produção, perdendo uma semifinal de Libertadores e o inédito Tetracampeonato Paulista para o rival Corinthians. Correto. Porém, sem o seu maior patrimônio dos últimos anos (Neymar) e sem nenhuma reposição decente feita, o posto de técnico ainda foi entregue a um estagiário, com um time de nível médio, em formação, com vários jogadores que foram alçados "urgentemente" da base. O quê aconteceu? O decréscimo de resultados continua. O time atual do Santos passa a maior parte deste Brasileirão na faixa intermediária da tabela, sem nenhuma pretensão, cheio de altos e baixos. Culpa do técnico? Não. Claudinei Oliveira pode ser um bom técnico para a base, como sempre foi, mas não para o time principal.
E o caso mais gritante é de Adenor, o Tite. Em dois anos, o técnico foi campeão brasileiro, campeão da Libertadores, campeão mundial e campeão paulista... No ano passado, por exemplo, teve corintiano pedindo para o cara ser efetivado como "técnico vitalício" do clube. Mas agora, depois de 4 partidas sem vencer e diante de um futebol fraco, fora e dentro de casa, já tem gente pedindo a cabeça do Tite no Parque São Jorge. Mas e o alto investimento feito por Pato, que perde gols imperdíveis? E a decadência do futebol de Emerson Sheik? E a indisciplina de Jorge Henrique? E as falhas do goleiro Cássio? As bolas perdidas de Guerreiro? Será que Tite não é mais o motivador, estrategista e agregador de antes? Ou foi o time que de fato decaiu? O tal do "elenco mais forte" do Brasil não está funcionando?
Só culpo diretamente o treinador quando ele próprio monta o time e a diretoria lhe dá os nomes e os recursos, como foi o caso de Luiz Felipe Scolari que rebaixou o Palmeiras pela segunda vez para a 2ª divisão em 2012.
O São Paulo tem atrativos atualmente para convencer um treinador expressivo e rico como Muricy Ramalho a aceitar assumir o comando de uma equipe na porta da degola? Não? Então por quê Muricy aceitou essa pedreira?
Por amor ao clube. Simples assim. E depois, se o time por acaso for rebaixado, a "culpa" será eternamente dele.

domingo, 1 de setembro de 2013

O FUTEBOL DO POVO ESTÁ ACABANDO

Estádios novos e modernos, porém com arquibancadas vazias

Nenhum esporte consegue despertar tanta paixão como o futebol. E nenhum esporte consegue ser tão homogêneo socialmente. Na arquibancada, todos fazem parte do mesmo ambiente, da mesma classe, da mesma turma, da mesma tribo. Quando sai o gol, a massa explode, grita, pula, vibra. Torcedores se abraçam sem nunca terem se visto antes. Um empresário abraça um gari, um médico abraça um servente de pedreiro, não importa o nível ou a classe social.  Faça chuva ou faça sol, todos estão ali, reunidos pelo mesmo objetivo e desejando a mesma coisa. Ninguém pede referências à ninguém. Todos são iguais perante o jogo, todos são devotos do time que está vestindo aquela camisa, tão imaculada no coração de seus torcedores. Naquele momento não há distinções, não há discriminação social. E todos são treinadores, todos entendem de táticas simples ou mirabolantes e sempre unidos por um bem comum: a vitória daquele time que os representa dentro de campo.
Mas o politicamente correto parece querer fazer do futebol mais uma de suas vítimas. Quer extinguir as provocações, quer acabar com as rivalidades e até afastar as pessoas mais simples dos estádios. Quer elitizar o esporte mais popular do planeta. Por quê de nada adianta construir suntuosas arenas multiuso e cobrar um valor elevado de ingresso para os padrões do futebol brasileiro. O que se vê hoje são estádios bonitos e modernos, porém vazios. A taxa de ocupação média nas arquibancadas neste Campeonato Brasileiro está em 40%. Isso significa que, a cada 50 mil lugares disponíveis, aproximadamente 30 mil ficam vazios. No jogo Fluminense x Santos, por exemplo, disputado num sábado a noite no novo e belo Maracanã, o público pagante foi de pouco mais de 8 mil pessoas. Atrás dos gols, onde os ingressos são mais baratos, sempre se vê mais público. A parte central, onde é mais caro (e bem mais caro), está sempre vazia. Como era bonito ver um jogo no bom e velho Maracanã lotado.
O futebol não é apaixonante somente dentro de campo, mas são as pessoas que o deixam ainda mais cativante e contagiante. De nada adianta construir belas e modernas arenas multiuso, nos moldes do padrão "FIFA", e afastar os torcedores comuns, os verdadeiros torcedores, aqueles que sempre estiveram presentes. O Flamengo, por exemplo, tem jogado no novíssimo estádio Mané Garrincha, em Brasília. Os cofres do clube talvez agradeçam, pois os ingressos são caros e deve valer a pena a relação custo x benefício. Mas e o torcedor carioca? E o flamenguista autêntico, "da gema", acostumado a extravasar sua alegria todo domingo a tarde no Maracanã? Esse torcedor fiel, apaixonado, "roxo", que sempre gerou receitas, não merece ter seu direito de torcer privado por um sistema caça-níqueis.
Diz a música que "o Brasil está vazio na tarde de domingo, olha o sambão, isso aqui é o país do futebol..." Atualmente não. As arquibancadas que estão vazias, sem a presença do torcedor comum, do verdadeiro amante do futebol. E o genuíno futebol brasileiro, com suas rivalidades, suas tradições, suas provocações, está acabando.
Daqui a algum tempo, será proibido gritar gol nas arquibancadas para não "provocar" o torcedor rival. A torcida que o fizer vai penalizar seu time com a perda de mando de campo, por exemplo. Caçoar do rival, nem pensar. Isso é futebol? 
Com tudo isso o Brasil está deixando de ser, definitivamente, o país do futebol. E o futebol por aqui será somente mais uma opção de lazer para os mais favorecidos da sociedade.