domingo, 24 de junho de 2018

ENTREVISTA: RICA PERRONE, DOENTE POR FUTEBOL E SEM PAPAS NA LÍNGUA

Rica Perrone é jornalista e blogueiro, mas gosta de frisar que é mais blogueiro que jornalista. Ama, escreve e fala sobre futebol e outros assuntos com seu estilo próprio, inconfundível e bem-humorado. O cara que se orgulha de "ter peitado o óbvio e ter feito do seu jeito"escolheu a internet para se fazer notar, enxerga o futebol como puro entretenimento e jamais deixa de lado a paixão do torcedor.
Rica, o paulistano mais carioca do Brasil, orgulhoso de ser o que é, apaixonado pelo seu país e sem nenhum complexo de vira-lata, concedeu a entrevista abaixo ao AL MANAK FC.


- Como surgiu seu interesse e quando você começou a trabalhar com futebol? Quais os projetos e veículos em que trabalhou?
Eu sempre amei futebol, Fórmula 1, vôlei, MotoGP...
Queria ficar perto do esporte. Mas não sabia jogar nada, aí virei jornalista, que nada mais é do que um atleta frustrado. Passei por poucos veículos. Fui logo pra criar os meus mesmos. Não concordo com a forma que a imprensa vê futebol, não quero ser parte dela.


- Como surgiu a ideia do canal do Youtube "Cara a Tapa"? Quanto tempo leva a preparação de uma entrevista?
Faz 3 anos. Eu queria fazer algo simples, curto e grosso. Errei na elaboração. Demorava 10 dias para organizar uma entrevista e 3 dias para editar. Agora eu convido num dia, gravo no outro e edito em 3 horas. Era muito bem feito. Não precisava tanto.


- Como foi estar frente a frente para entrevistar um de seus maiores ídolos, o Zico?
Eu já tinha estado com ele muitas vezes. Ele é uma pessoa incrível. Foi um sonho entrevistá-lo.


- Em algum momento de sua vida, você sonhou em ser jogador de futebol?

Quem não?

- Muito provavelmente você foi o primeiro jornalista fora da televisão a se tornar famoso na mídia. Mesmo assim, você já pensou em trabalhar na televisão? Aceitaria um convite para ser comentarista no canal ESPN, por exemplo?
Não. Já tive diversos convites no passado. Mas quanto mais eu me posiciono contra a mídia tradicional mais me afasto disso. Só aceitaria se fosse algo meu. Escrito por mim. No que tem hoje, nem pensar.

domingo, 3 de junho de 2018

O SONHO DO FUTEBOL VALE A PENA?


Vinicius José Paixão de Oliveira Junior, mais conhecido como Vinicius Junior.
O menino que saiu de São Gonçalo, subúrbio do Rio de Janeiro, foi destaque e artilheiro da Copa São Paulo de Futebol Júnior, e que rapidamente subiu para o time principal do Flamengo.
Depois de apenas 24 minutos atuando em duas partidas pelos profissionais, o então menino de 16 anos entrou para o noticiário esportivo internacional como a segunda maior venda de um jogador de futebol brasileiro, atrás apenas de Neymar. Por € 45 milhões, ele foi vendido pelo Flamengo ao poderoso Real Madrid, a maior transação já feita no Brasil por um jogador com menos de 19 anos de idade. Com exímia qualidade técnica desde os cinco anos de idade, Vinicius poderá vestir a camisa do atual tricampeão europeu a partir de julho, quando completará 18 anos e terá permissão legal para ser registrado pelo clube espanhol.



Rodrygo Silva de Goes, ou simplesmente Rodrygo, entrou para as categorias de base do Santos aos 10 anos de idade. Rapidamente chamou a atenção de todos no clube, devido à enorme facilidade para driblar e fazer gols. Aos 11 anos, o menino se tornou o mais jovem jogador brasileiro a assinar contrato de patrocínio com a Nike.
Em outubro de 2017, o "Raio", como é chamado na Vila Belmiro, foi alçado ao time profissional do Santos, depois de também ter passado por todas as categorias inferiores da seleção brasileira. Destaque do Santos em 2018, Rodrygo, 17 anos, já fez 9 gols em 28 jogos e despertou o interesse de grandes clubes da Europa. Entre eles, o mesmo Real Madrid de Vinicius Junior, que ofereceu os mesmos € 45 milhões já acertados com o atacante flamenguista. Porém, devido à cotação atual do euro, Rodrygo pode se tornar a maior transação da história do futebol brasileiro, ultrapassando os R$ 200 milhões.

E é por causa de Vinicius Junior, de Neymar, de Philippe Coutinho e de Rodrygo, que tantos adolescentes  vislumbram um dia ser um jogador profissional de futebol. Quantos “inhos” por aí tentam aparecer e ter a sorte grande de, através do futebol, tentar ser alguém na vida? São os Zezinhos, Luizinhos, Joãozinhos, Jairzinhos, Ricardinhos, Robinhos, Romarinhos, Pelezinhos, Rodriguinhos e uma infinidade de outros “inhos”, que viajam dias dentro de um ônibus barulhento e desconfortável, com ou sem rumo definido, num calor quase insuportável que entra pelas janelas e por onde se vê a paisagem rude que faz manter na lembrança de cada menino a vida sofrida que esperam poder deixar para trás. Eles saem dos rincões pelo interior do país para as grandes cidades, onde estão os times grandes da televisão, e se espelham em jogadores famosos que, assim como eles, acreditaram um dia que o futebol era talvez a única chance de sonhar com uma vida melhor ou, pelo menos, mais digna.

sexta-feira, 1 de junho de 2018

O MORUMBI ESTAVA ALI. MAS A "MELHOR SOLUÇÃO" FOI CONSTRUIR UMA ARENA EM ITAQUERA.

São Paulo, 6 de junho de 2014.
Como se não bastasse a greve dos metroviários que estava em seu segundo dia, uma chuva torrencial tomou conta da capital em plena sexta-feira a tarde.

Portanto, a chegada ao estádio do Morumbi foi caótica.
Quem foi de carro enfrentou enormes congestionamentos. Não havia vagas nas ruas próximas e flanelinhas cobravam até R$ 150 por um espaço qualquer. Os bloqueios feitos pela polícia mais atrapalhavam do que ajudavam. E a 20 minutos do início da partida, milhares de pessoas ainda aguardavam para entrar em filas enormes do lado de fora, debaixo de chuva.
Mas um jogo numa sexta-feira a tarde e com tantos problemas na capital?
Sim. Brasil x Sérvia fizeram nesse dia o último amistoso da seleção de Luiz Felipe Scolari antes da estreia na Copa do Mundo de 2014. Nada menos que 67.042 espectadores compareceram ao Morumbi para presenciar a vitória brasileira por 1 x 0, gol de Fred aos 13 minutos do 2º tempo.
Mas peraí... Tanta gente assim com chuva e sem metrô na cidade? E aquela história de que o acesso ao Morumbi é ruim e que o estádio não é moderno?
Pois é.


Exatamente quatro anos depois e às vésperas da abertura da Copa do Mundo na Rússia, o ex-presidente da Fifa, Joseph Sepp Blatter, declarou em entrevista ao site de "O Estado de S. Paulo", que não partiu da entidade a decisão de vetar o Morumbi e substituí-lo pelo Itaquerão. O dirigente diz que apenas acatou uma decisão tomada pelo então comitê organizador local da Copa Mundo do Brasil.