sábado, 30 de novembro de 2013

FRASE

" - Uma coisa é certa. A Copa do Mundo sem mim não é nada para se assistir. Então nem vale a pena ficar esperando pela Copa."
(Zlatan Ibrahimovic, atacante do Paris Saint Germain-FRA e da seleção sueca, sobre a eliminação de seu país da Copa do Mundo do Brasil de 2014).

FRASE

" - Jayme de Almeida fez do amargo limão, deixado por Mano Menezes, uma doce limonada."
(Renato Maurício Prado, comentarista do canal Fox Sports Brasil e colunista de "O Globo", sobre a conquista da Copa do Brasil pelo Flamengo).

FRASE

" - A verdade é que ninguém acreditava no time. Todo mundo dizia que eram fracos e ninguém jogava nada. Hoje em dia, você vai à rua e vê a torcida feliz, confiante. Foram os jogadores que mudaram isso, com muita postura e vontade (...) Não pensei em renovação ainda. Só quis saber de curtir esse peso que sai das costas. Tomei chope quinta, uns três; Que chope gostoso [risos], desceu bem. Fiquei bem mais leve."
(Jayme de Almeida, técnico do Flamengo, sobre o crescimento do time e a conquista da Copa do Brasil).

PONTE PRETA "SOBERANA" NA COPA SULAMERICANA



O tiro saiu pela culatra.
A tentativa do São Paulo de tentar intimidar a Ponte Preta não teve o desfecho que a turma do Juvenal esperava. Afinal, por quê não jogar no estádio Moisés Lucarelli se o São Paulo perdeu a vaga para as finais dentro do "suntuoso" estádio do Morumbi? Todos os jogos com mando da Ponte Preta sempre foram realizados em seu estádio, em Campinas, seja no Campeonato Paulista ou no Campeonato Brasileiro. E de repente o São Paulo resolve apelar à Conmebol para que fosse alterado o local da partida para "cumprimento" do regulamento. O mesmo São Paulo já havia feito isso há 8 anos, quando o Atlético-PR teve que jogar a final da Copa Libertadores de 2005 em Porto Alegre, no estádio Beira Rio, a mais de 700 Km de distância da Arena da Baixada, em Curitiba. E o estádio do Atlético-PR já era na época um dos mais modernos do Brasil.
Mas dessa vez estavam preocupados com a Ponte Preta? Que já está rebaixada para a 2ª Divisão do Campeonato Brasileiro?
A Ponte tentou jogar em seu estádio, mas a força política do adversário a impediu e o 2º jogo das semifinais foi para Mogi Mirim (que, diga-se de passagem, num estádio inferior ao "Majestoso", em Campinas). E os Deuses do Futebol resolveram interferir. Resultado? Literalmente tudo foi por água abaixo já no primeiro jogo das semifinais, já que os mais de 50 mil são-paulinos estavam sob um dilúvio no Morumbi. E essa mesma chuva lavou a alma dos pontepretanos, pela primeira vez disputando um torneio sulamericano em 113 anos de existência.
Mostrando uma superioridade absurda, a Ponte Preta venceu o "Soberano" por 3 x 1 com direito a olé. Os torcedores do time de Campinas, em bem menor número, simplesmente silenciaram o Morumbi molhado e lotado. Antes, o time do técnico Jorginho, muito mal das pernas no Brasileirão, já havia conseguido um feito histórico ao despachar com propriedade o temido Velez Sarsfield, empatando em Campinas e vencendo em Buenos Aires por 2 x 0, algo então considerado quase impossível.
No 2º jogo diante do enfraquecido São Paulo em Mogi Mirim, a Ponte Preta jogou, dessa vez, com o regulamento debaixo do braço, o mesmo regulamento que lhe impediu de jogar em sua cidade. Empatou em 1 x 1 e está nas finais contra outro time argentino, também cascudo, o Lanús.
O São Paulo tinha tudo a seu favor. Mais time, mais treinador, mais tradição, mais torcida, mais chances, experiência em torneios internacionais, disputaria um mata-mata contra uma equipe rebaixada no Campeonato Brasileiro e que sequer jogaria a partida de volta em sua casa. Só faltou uma coisa, a principal delas: em nenhum momento mostrou mais futebol ou pelo menos mais disposição dentro de campo.
O São Paulo sempre será o favorito contra a Ponte Preta, jogando em Campinas, em São Paulo ou em Quissamã. Mas precisa ter, no mínimo, vontade de vencer. E começou a ser eliminado quando fez a Ponte sair de Campinas para jogar em outra cidade.
E se o time de Muricy voltasse a jogar novamente hoje contra o time de Jorginho, perderia. De novo.
Eis a pergunta: A Ponte Preta pode ser campeã da Copa Sulamericana e ser o único representante paulista na Copa Libertadores de 2014? Sim. Por quê? Porque a Ponte da Sulamericana não é a Ponte do Brasileirão. O Velez Sarsfield e o São Paulo que o digam.

FLAMENGO, TRICAMPEÃO DA COPA DO BRASIL

Paulo Baier foi o ídolo de Mano Menezes por um dia e uma noite.
O veterano jogador do Atlético-PR, que nessa temporada chegou ao centésimo gol em edições de Brasileiros por pontos corridos, era talvez a grande esperança do ex-técnico da seleção brasileira para não ser "tão lembrado" pelos flamenguistas no lotado estádio do Maracanã.
Em vão. A emoção superou a razão. Por que no futebol é assim, tem que ser assim.
O Atlético-PR tem um bom conjunto, um time bem montado, entrosado, faz uma ótima campanha no Campeonato Brasileiro, assim como fez na própria Copa do Brasil. Deve se classificar para a Copa Libertadores de 2014. Mas encontrou na final da Copa do Brasil um Flamengo que cresceu na segunda metade do torneio. De um time assustado e desacreditado, com Mano Menezes, passou a ser um time confiante e determinado, com Jayme de Almeida. Da prepotência e austeridade de Mano Menezes à humildade e carisma de um autêntico boleiro na beira do campo. E com um fator a mais: o empurrão da torcida, que fez a diferença nos mata-matas.
Os dois rubro-negros chegaram às finais. Cada um com seus méritos. O Atlético-PR tinha somente o 1º jogo das finais para fazer a lição de casa e sonhar com o título. O empate de 1 x 1 acabou com as chances de ser campeão. Porque no Maracanã suas chances seriam remotas. E o placar de 2 x 0 para o Flamengo, no Rio, coroou a festa do futebol. Uma festa que vem da energia das arquibancadas, razão de ser desse esporte.
Quando saiu da Gávea, Mano Menezes argumentou que "não conseguiu transmitir seus conceitos de futebol àquele grupo de jogadores". Certamente o próprio treinador precisa agora repensar os seus conceitos de futebol, já que nem os melhores jogadores do país conseguiram assimilar, uma vez que Mano também teve passagem recente e frustrada pela seleção brasileira.
Jayme por sua vez conseguiu repassar seus conhecimentos de futebol ao mesmo grupo de jogadores até com certa facilidade e o Flamengo de tanta gente foi campeão da Copa do Brasil, aliás tricampeão, e está garantido muito provavelmente como o único representante carioca na Copa Libertadores de 2014. O atual treinador, que cativou a confiança do elenco desde que entrou no lugar de Mano e com a sombra de Abel Braga, não fez nenhum milagre para o Flamengo ser campeão. Simplesmente deixou a boleirada a vontade e procurou não atrapalhar.
E a caminhada não foi nada simples. Passou por equipes que estão no topo da tabela do Brasileirão, como Cruzeiro (o campeão brasileiro), Botafogo e Goiás. E, por último, pelo Atlético-PR. Todos esses times estão há muitas rodadas nas primeiras posições do Brasileirão.
E a final diante de um Maracanã lotado mostrou que, no Rio de Janeiro e no Brasil, o rubro-negro legítimo, de raça, amor e paixão, continua sendo o Flamengo. Uma vez e sempre, como diz o hino.

foto: di_rj do Instagram

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

FRASE

" - Falaram que a camisa era para homenagear o Pelé, mas eu me lembrei também do melhor jogador que eu vi atuando com a 10, que foi o Raí."
(Rogério Ceni, goleiro e capitão do São Paulo, sobre seu jogo de número 1.117 com a camisa são-paulina, superando o recorde de Pelé que atuou 1.116 vezes com a camisa do Santos. O goleiro e ídolo são-paulino recebeu um troféu do presidente Juvenal Juvêncio pelo feito histórico e jogou com a camisa 10 no empate por 1 x 1 contra o Botafogo, pela 36ª rodada do Brasileirão, no estádio do Morumbi).

FRASE

" - Às vezes, a CBF se faz de boba. Se quem manda não está pensando, nós estamos fazendo a nossa parte. Se continuar com esse descaso, não sei onde isso vai parar (...) Estamos tentando. É legal o torcedor entender e apoiar o movimento, é algo que traz benefícios a ele. Não estamos reivindicando salário ou folga, mas sim um calendário mais justo. Os jogadores que estão no interior dos Estados deveriam dar uma força."
(Rogério Ceni, goleiro e capitão do São Paulo, um dos líderes do Movimento Bom Senso FC, sobre os protestos realizados pelos jogadores antes das partidas do Campeonato Brasileiro).

NARRADOR PORTUGUÊS ENLOUQUECE COM OS 3 GOLS DE CRISTIANO RONALDO



"É Ronaldo, é Ronaldo!! É Brasil, é Brasil!!".. Narração mais do que entusiasmada do locutor português pela Rádio Pública Portuguesa, na vitória de Portugal sobre a Suécia pelo placar de 3 x 2, em partida válida pela repescagem das Eliminatórias Européias para a Copa do Mundo do Brasil de 2014. O craque português Cristiano Ronaldo faz os 3 gols que classificam sua seleção para o Mundial e levam à loucura o narrador lusitano.

domingo, 24 de novembro de 2013

FRASE

" - A gente (ele e Cris) estava discutindo. Ele falou: ‘pô, amacia aí'. E eu disse: ‘vai lá e faz o terceiro'. As pessoas podem interpretar de outra forma, que a gente queria ‘amaciar', mas isso não aconteceu em momento algum. Indignado com a polêmica."
(Julio Baptista, atacante do Cruzeiro, sobre a polêmica imagem flagrada por uma câmera de TV que insinua, em leitura labial, que seu time poderia estar "entregando" o jogo para o Vasco, que teria de vencer a partida disputada no estádio do Maracanã para escapar da zona de rebaixamento do Brasileirão).

FRASE

" - Nós não gostamos do tema do fantasma, pois não é isso que pensamos a respeito da nossa seleção (...) Alguns ficaram irritados com o vídeo. O importante é sempre ir com humildade a todos os lugares e isso não nos ajuda a ficar mais humildes."
(Diego Lugano, zagueiro e capitão da seleção uruguaia, desaprovando o "Fantasma do Maracanazo", video promocional feito pela Puma, companhia que fornece material esportivo para sua seleção).

sábado, 23 de novembro de 2013

O "FANTASMA DO MARACANAZO" ESTÁ NO BRASIL



A Puma, empresa que fornece material esportivo para a seleção do Uruguai, criou um video promocional que provoca os brasileiros. A propaganda mostra o "Fantasma do Maracanazo". Trata-se de um suposto fantasma que retorna ao Brasil para amedrontar as pessoas nos principais pontos turísticos do Rio de Janeiro, em alusão ao episódio que ficou conhecido como "Maracanazo", quando a seleção brasileira foi derrotada pelos uruguaios na final da Copa do Mundo de 1950, no estádio do Maracanã, diante de aproximadamente 200 mil torcedores. Com a classificação do Uruguai para a Copa de 2014 que novamente será realizada no Brasil, a Puma não perdeu a oportunidade de brincar com a situação. Futebol é isso. Gozação, rivalidade, de forma saudável e divertida.

JUNINHO, TORCEDOR DE UM TIME SÓ, SILENCIOU O MORUMBI.


Diferentemente de boa parte das coisas da vida, futebol é uma opção. É você quem escolhe o time que deseja torcer. Por exemplo, se antes de nascer, algum anjo viesse até você e lhe perguntasse:
“ – Você quer ser pobre ou rico?”
Imagine como seria bom se todos tivessem essa opção. A esmagadora maioria, claro, responderia:
“ – Rico!!”
Porém, as coisas da vida não são assim.
Com exceção do futebol. Porque você escolhe seu time.
E por quê cargas d’água você vai escolher um time pequeno, do interior, que pouca gente conhece a história, que será eternamente a “zebra”, já que você pretende amá-lo para o resto de sua vida, faça chuva ou faça sol, na alegria ou na tristeza? Vai querer sofrer para quê?
Não. Óbvio que não.
Juninho pensava assim. Aos 9 anos, quase sempre acompanhava o pai ao estádio nas tardes de domingo. Gostava de jogar bola e, como a maioria dos garotos de sua idade, guardava o sonho de um dia se tornar jogador de futebol, apesar de ser repreendido pela mãe, que desejava ver o filho se formando médico ou advogado. Afinal, naquela época, o futebol era algo romântico, não era ainda uma fábrica de dinheiro como nos dias de hoje.
Juninho se esforçava para torcer pelo mesmo time do pai, até se comovia com a paixão que o pai demonstrava. Mas havia uma dúvida cruel. O time do pai não ganhava títulos, poucas vezes seus jogadores davam entrevistas para a televisão, não aparecia no “Fantástico”, sequer no videoteipe de domingo a noite. As vezes eles iam passar o domingo na cidade vizinha, visitando os parentes. Como todos gostavam de futebol, certa vez acompanhou o tio no jogo do time dessa outra cidade. E ficou espantado. O jogo era contra um time grande da capital, do qual todos falavam e que aparecia bastante na televisão. Viu algo que o intrigou: havia mais torcedores desse time da capital do que do time da cidade que seu tio morava. Até no espaço onde ficava a torcida local, haviam muitos torcedores com a camisa desse time grande. E até de outros times grandes que jogavam a quilômetros e quilômetros dali. Entendeu menos ainda quando seu tio vibrou bastante no momento em que o sistema de som daquele acanhado estádio (o "Majestoso" de sua cidade era bem mais bonito) anunciou um gol de um outro time grande da capital. Seu tio torcia para qual time? Não era aquele que estava em campo, que representava sua cidade? E comprovou que seu tio era bem diferente de seu pai.
Jamais seu pai colocaria a camisa de um time que não fosse aquela alvinegra, com a faixa branca na diagonal. Certa vez percebeu que um time carioca, o Vasco da Gama, também usava um uniforme igualzinho, porém o pai sempre lhe disse que “o nosso time é o mais antigo do Brasil, foram eles que nos imitaram”. E jamais colocou a camisa de outro time que não fosse aquele alvinegro que nasceu na mesma cidade que ele.
Juninho foi crescendo e percebeu que em sua cidade os times grandes não eram "tão grandes" assim. Percebeu que ali só haviam dois times para torcer, ao contrário de todas as cidades vizinhas que ele conhecia. O outro era um time de verde, que seu pai nem gostava de falar o nome. Um nome de tribo indígena. Diversas vezes presenciou discussões acaloradas entre o pai e o vizinho da esquina, que se provocavam mutuamente. Aquele time de verde era o único rival de verdade do time de seu pai. Os times considerados grandes, dos craques da televisão, simplesmente faziam parte do resto. E o resto é o resto.
Juninho cresceu. E desde a infância decidiu torcer para o time do pai, o time de sua cidade, que nem ficava tão longe da capital. E desde sempre torcia somente para esse time, mantendo os princípios de um torcedor genuíno, autêntico, inclusive também alimentando uma antipatia e uma rivalidade enorme por aquele time de verde que dividia a população da cidade.
O pai, mesmo adoecido, passou seus últimos domingos de vida com o radinho de pilha grudado no ouvido, acompanhando os jogos desse time carinhosamente apelidado de “macaca” ou “nêga véia”. Acabou falecendo sem ver um título.
Neste ano, mesmo sendo rebaixada para a 2ª divisão do Brasileiro, a "nêga véia" certamente enche de orgulho seu pai, agora torcedor em outra dimensão. E faz reviver os áureos tempos de Carlos, Oscar, Dicá, Polozzi e companhia. Jogadores que ele via vestindo o "manto" ao lado do pai quando ainda era criança.
Agora o time está ali, na sua frente e na televisão, disputando pela primeira vez um torneio sulamericano, a um passo de chegar às finais. Para isso, desbancou o temido Velez Sarsfield, da Argentina, vencendo os hermanos por 2 x 0 em terras portenhas. E agora, nas semifinais, acaba de vencer o São Paulo por 3 x 1 em pleno estádio lotado do Morumbi. Seu tio, aquele mesmo que o levou ao estádio acanhado quando menino, deve estar muito bravo. Onde já se viu seu poderoso São Paulo perder um jogo decisivo para um time do interior por 3 x 1 dentro do Morumbi? Seu pai adoraria ver a cara dele, debochando, claro. O tio sempre foi alvo de gozação por ser um “torcedor misto”, que acompanhava o time da cidade em que morava, mas torcia mesmo de verdade para o time grande da capital. Em Campinas não há torcida mista. Ou se é alvinegro ou se é verde.
E Juninho entendeu de vez que fez a escolha certa quando, dentro do Morumbi naquela noite, encharcado de tanta chuva, pôde ver a torcida do time genuinamente de sua cidade, em muito menor número, silenciar aquele estádio enorme lotado de são-paulinos. O coro de vozes se misturava aos seus gritos e ao seu choro de alegria. E com o coração fez uma discagem direta interestelar ao pai, que por um instante sentiu bem do seu lado, o abraçando, também chorando de alegria por aquele momento que já é inesquecível.
E agradeceu ao pai por lhe mostrar, um dia, que o futebol era uma opção.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

TABELA COMPLETA DO PAULISTÃO 2014

A Federação Paulista de Futebol divulgou a tabela do Campeonato Paulista da série A1 de 2014, que começa no dia 19 de janeiro e terá 15 rodadas na etapa classificatória. Serão quatro grupos com cinco equipes cada um, totalizando os 20 clubes que disputam a Série A1. Os quatro times grandes do Estado, Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo, serão os cabeças-de-chave. Os dois melhores de cada grupo avançarão para as quartas-de-final. Nas quartas, o primeiro e o segundo colocados de cada chave vão se enfrentar em um jogo único para definir quem vai avançar à semifinal, etapa que também vai ser jogada em partida única. As quatro piores equipes no geral serão rebaixadas para a série A2 de 2015. A decisão do torneio será realizada em duas partidas.

Clique no link abaixo para ver a tabela completa:

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

O QUÊ MUDA COM A SAÍDA DO TITE E A CHEGADA DO MANO?

Em pouco mais de três anos no Parque São Jorge, Tite conquistou 5 títulos pelo Corinthians: um Paulista, um Brasileiro, uma Libertadores, um Mundial e uma Recopa-Sulamericana. Um deles, a Copa Libertadores da América de 2012, foi uma conquista inédita nos 103 anos de existência do clube, que encerrou com a quase eterna gozação dos rivais. Em qualquer parte do planeta, neste momento o contrato de Tite seria renovado por, pelo menos, mais duas temporadas. Ao contrário do que o profissionalismo sugere, Tite e o presidente do Corinthians, Mario Gobbi, concederam entrevista coletiva na sexta-feira 15/11 para anunciar “o fim do ciclo” da chamada “Era Tite” no time que consagrou e que o consagrou. Mesmo com o dirigente corintiano fazendo questão de afirmar o tempo todo que a saída do treinador é apenas um "até breve", é claro que seu desligamento deve ter criado algum tipo de mal estar. É natural, afinal, quem não ficaria pelo menos chateado em ser dispensado por um clube mesmo depois de 5 títulos ganhos em 3 anos e meio de trabalho? E títulos expressivos, internacionais, como a Copa Libertadores e o Mundial de Clubes, por exemplo.
Só para se ter uma idéia do quanto significaram tais títulos, no começo da temporada de 2013 e após a volta do Japão com o troféu do Mundial a tiracolo, muitos corintianos pediram à diretoria que Tite fosse efetivado de forma vitalícia no posto de treinador. Nunca um técnico foi tão ovacionado por uma torcida, mesmo jogando um futebol feio, sem brilho, sem plástica, sem graça, porém eficiente. O futebol feio e de extrema marcação praticado pelo Corinthians, que priorizava o resultado, era sinônimo da “Titebilidade". Uma filosofia que o treinador procurava explicar com esquemas táticos, termos técnicos e até um certo exagero na busca por palavras difíceis, utilizando de certo modo uma linguagem até culta demais para a torcida do chamado “time do povão”. Mas a tal “Titebilidade” engrenava e fazia o time passar de fases, fazia o time se sobressair, conquistava títulos. Jogos que terminavam em 0 x 0, 1 x 1, e com vitórias magras, geralmente por 1 x 0 ou 2 x 1. Isso não importa. O resultado final sempre era o mais precioso. Até que no 2º semestre de 2013 veio a síndrome do "Empatite", o famoso trocadilho utilizado para mostrar o grande número de empates da equipe.
Contrariando todas as otimistas apostas de grande parte da mídia, o time de Tite desandou neste Brasileirão. De largamente cotado a favorito para erguer o troféu, o Corinthians fez uma campanha bem abaixo da média e do que se esperava do “campeão do mundo”, empatando demais, sem conseguir fazer gols e perdendo jogos bobos, mesmo dentro do Pacaembu. E não apenas não conseguiu sequer vaga para a Copa Libertadores de 2014, como também somente conseguiu se livrar do risco de rebaixamento a quatro rodadas do fim do campeonato. Nada mais funcionou neste Brasileirão como funcionava antes. E até jogadores antes idolatrados pela torcida, como Danilo e Emerson Sheik, foram duramente questionados pelo mau desempenho neste 2º semestre.
Tite perdeu o comando que sempre teve sobre o elenco. Talvez tenha perdido também o "vestiário", um ambiente sagrado para os jogadores, tão vital no mundo do futebol para manter a harmonia entre comandante e comandados. Em 2013 também houve desentendimentos nos bastidores, como no episódio que culminou com a saída de Jorge Henrique, por exemplo. Algo que nunca acontecera antes.
E ficou complicado para Tite cobrar os jogadores a cada rodada, depois dos importantes títulos conquistados recentemente. A desconfiança surge e os argumentos vão acabando. Esvaziam-se. Motivar um elenco vitorioso se torna um desafio, algumas vezes inglório para o comandante, que sabe que um trabalho somente sobrevive de resultados positivos.
Tite sentiu a pressão. Não aquela pressão da derrota vergonhosa para o Tolima, na Pré-Libertadores de 2011. Mas a pressão voltou. A torcida apoiou treinador e jogadores mesmo após a eliminação para o Boca Juniors nas oitavas-de-final da Libertadores deste ano. Contudo, passou a cobrá-los com o rendimento ruim no Brasileirão, vendo a vaga no torneio sulamericano ficando cada vez mais distante e a zona de descenso cada vez mais próxima.
Sem conseguir criar algo novo e motivador para melhorar a situação do time, Tite teve que aceitar a não-renovação de seu contrato. Fez até juras de amor ao Corinthians, afirmando que "no Brasil não dirige mais nenhum outro time". Será mesmo, Adenor? Ou só o tempo dirá? Na entrevista coletiva ao lado do presidente Mario Gobbi (que beirou a hipocrisia), apenas agradeceu a torcida e o clube pela gestão em conjunto.
Mesmo com Tite ainda no comando até dezembro, o clube já fechou com Mano Menezes para 2014, técnico que devolveu o Corinthians para a 1ª Divisão em 2008. Mas cabem aqui as perguntas: o quê Mano Menezes tem de diferente em relação à Tite? Por quê acreditar que, com Mano, o time vai voltar a render? O quê Mano vai acrescentar na continuidade de um projeto que Tite teve êxito? Ambos são mais ou menos equivalentes no jeito de pensar o futebol (leia-se retranqueiros de ofício). E certamente Tite até se sobressai em relação à eficiência de padrão de jogo.
Mano Menezes também é bastante querido no Parque São Jorge, mas vem de passagens frustradas por seleção brasileira e Flamengo. Nada ou quase nada pode ou deve mudar na maneira de jogar do Corinthians para a próxima temporada. Resta apenas aos corintianos a esperança de que o novo técnico consiga "motivar" mais o elenco do que seu antecessor. Porque tanto Mano quanto o time do Corinthians precisam de uma boa dose de injeção de ânimo para a próxima temporada. Porém, a sombra de Tite estará sempre pairando no Centro de Treinamento, especialmente nas derrotas.
Enfim, tecnicamente não vejo nenhuma reformulação a vista.

domingo, 17 de novembro de 2013

FRASE

" - Brinquei com o presidente e com os jogadores, vai que a gente classifique para a Libertadores e eu me agarro naquele mastro e não saio de jeito nenhum."
(Tite, técnico do Corinthians, que vai permanecer no comando do time somente até dezembro de 2013 depois de 3 anos e meio como treinador, brincando sobre uma possível classificação para a Copa Libertadores de 2014 a quatro rodadas do fim do Brasileirão).

sábado, 16 de novembro de 2013

UM POUCO MAIS SOBRE TITE, O MAIOR TREINADOR DA HISTÓRIA DO CORINTHIANS


Adenor Leonardo Bachi, gaúcho, 52 anos, mais conhecido como Tite. Ex-jogador  e atualmente técnico de futebol há 23 anos. Como jogador, teve uma carreira sem brilho, atuando por times como Caxias, Esportivo, Portuguesa e Guarani. Uma carreira curta, de 11 anos, que terminou em 1989 devido a sérias lesões no joelho. Como treinador, também começou de forma apagada, em times inexpressivos do sul do país, até chegar ao Grêmio, em 2001, o que lhe abriu as portas para o grande mercado do futebol em nível nacional: desde então, dirigiu ( além do Grêmio)  São Caetano, Atlético-MG, Palmeiras e  Internacional, mais duas passagens pelo futebol árabe e, finalmente, o Corinthians, também pela segunda vez, a  primeira em 2004 e agora desde 2010.
A ida de Tite para o Grêmio em 2001 foi marcada por um fato histórico no ano anterior, que chamou a atenção dos gremistas. O Caxias, então comandado por  Tite, fez a final do Campeonato Gaúcho de 2000 justamente contra o favoritíssimo Grêmio, de Claudio Pitbull e Ronaldinho Gaúcho. No primeiro jogo das finais, dentro de casa, o Caxias venceu com propriedade o Grêmio pelo placar surpreendente de 3  x 0. Na grande final, disputada no lotado estádio Olímpico, o empate de 0 x 0 dava ao clube do interior o título gaúcho, desbancando Ronaldinho e cia. Foi o primeiro grande triunfo do técnico Tite.
No Grêmio, Tite conquistou o Campeonato Gaúcho e a Copa do Brasil de 2001. Foi para o São Caetano, então um time que encantava o país na época, e em 2004 chegou ao Parque São Jorge, encontrando um Corinthians quase na zona de rebaixamento do Brasileirão. Com Tite,  o time reagiu e terminou  em 5º lugar na tabela. De temperamento forte, o treinador desentendeu-se com o iraniano Kia Joorabchian, que investia muito dinheiro no clube através da “misteriosa” MSI, responsável pela formação de um elenco milionário, liderado pelo craque argentino Carlitos Tevez. Tite foi demitido por Kia, que contratou o também argentino Daniel Passarella para treinar a equipe “galáctica” que ganhou o Brasileirão de 2005, conhecido pelo escândalo da manipulação de resultados pela arbitragem  (2 anos depois, com fortes suspeitas de  lavagem de dinheiro, os investidores deixaram o Corinthians e o clube foi rebaixado para a 2ª divisão).
Tite teve passagens apagadas por Atlético-MG e Palmeiras, inclusive com o rebaixamento do clube mineiro em 2005.
Foi então para o milionário futebol árabe e , em 2008, voltou ao Brasil para comandar o Internacional.  Novamente no sul, conquistou a Copa Sulamericana daquele ano e o Campeonato Gaúcho de 2009, além de ser vice-campeão da Copa do Brasil de 2009, perdendo a final para o Corinthians, de Ronaldo Fenômeno.
Volta para o futebol árabe e, com a demissão de Adilson Batista e a liberação do Sheik, retorna ao Corinthians. Pela 2ª vez no Parque São Jorge, conheceu o Inferno para depois chegar ao Paraíso. A eliminação na Pré-Libertadores de 2011 para o modesto Deportes Tolima-COL, foi o momento de maior tensão e pressão sobre Tite. Desconfiada, a torcida hostilizava o time, o que culminou com as saídas de Roberto Carlos, Bruno Cesar, Jucilei, Dentinho e a aposentadoria de Ronaldo Fenômeno. O Corinthians também perdeu o título paulista daquele ano para o Santos, de Neymar e Ganso. Em frangalhos e sob forte pressão, coube  a Tite a reformulação do elenco e do padrão de jogo. Com Liedson, Ramirez e Adriano “Imperador”, mais um esquema tático de gosto “duvidoso”, porém eficiente, Tite começava seu ciclo vitorioso e histórico dentro do Corinthians.  Veio o Campeonato Brasileiro de 2011, conquistado na última rodada. Em 2012, o auge do Corinthians e de Tite. As maiores conquistas do clube e também do treinador. Pela primeira vez em sua história de 102 anos, o Corinthians é campeão da Copa Libertadores da América, superando o temido Boca Juniors nas finais. Seis meses depois, Tite e Corinthians são campeões mundiais no Japão, passando pelo britânico Chelsea, de Fernando Torres e Oscar.
Mais dois títulos em 2013 sacramentaram a belíssima história de Tite no Parque São Jorge: o título paulista dentro da Vila Belmiro (evitando o tetracampeonato seguido do Santos) e a Recopa Sulamericana, sobre o São Paulo.
Com 5 títulos em dois anos e meio, ficou complicado para o treinador continuar motivando o tempo todo uma equipe acostumada com as benesses das vitórias e os holofotes da mídia, então ainda mais direcionados para o Corinthians. Com a perda de Paulinho para o futebol europeu (a maior referência do time), mais as apostas mal-sucedidas em jogadores como Alexandre Pato, Renato Augusto, Ibson e Maldonado (um ex-jogador em atividade), o time comandado por Tite desandou no 2º semestre de 2013 e, mesmo apontado no início do torneio  como o grande favorito para ser campeão, somente se livrou do risco de rebaixamento a 4 rodadas do fim do Brasileirão. Com a escassez de resultados, a pressão ressurgiu e Tite foi então dispensado pelo clube para a chegada de Mano Menezes, técnico que devolveu o Corinthians à 1ª divisão em 2008.
Em qualquer país do futebol europeu, Tite certamente renovaria seu contrato por mais, pelo menos, dois anos. Não no Brasil, onde o reconhecimento é apenas instantâneo, imediatamente após as conquistas. Por causa de 6 meses sem os resultados esperados, Tite saiu e agora terá que recomeçar do zero, com a vantagem de que agora, ao invés de procurar, poderá  escolher outro lugar para trabalhar, e ao que tudo indica, em terras asiáticas, onde o dinheiro é bom, mas o futebol é fraco.
Mesmo com todas as conquistas, Tite também é contestado por praticar um futebol feio (que inclusive é também a opinião desse que vos escreve), o chamado  “futebol de resultados”, que nem parece futebol, que é retrancado, sem talento, sem arte, sem plástica e por que não sem graça. Mas foi com essa filosofia do gaúcho Adenor que o Corinthians conheceu o prestígio, que a América e o mundo  foram revelados ao clube paulista. Por causa dessa filosofia que a gozação acabou,  afinal o “time do povo” agora tem uma Libertadores. E também um Mundial, conquistado do outro lado da Terra, com direito a passaporte de verdade e não o “genérico” do metrô, então o único até 2011.
Com Tite,  o Corinthians ganhou ainda mais visibilidade e dinheiro. Mais patrocínios, melhores cotas de televisão, veio ainda o tão sonhado estádio próprio, que deve ser um  dos mais modernos do país,  e que  será até palco de abertura de Copa do Mundo.
Tite foi o maior treinador da história do Corinthians. Conquistou os maiores feitos da camisa corintiana nos 103 anos de existência do clube. Foi deixado de lado por causa de um único semestre sem resultados, depois de dar a volta por cima após a trágica derrota para o Tolima. Foi vítima de um semestre fruto do mau planejamento dos dirigentes. Foi dispensado por uma diretoria que já fechou com outro treinador, enquanto Tite sequer encerrou a sua passagem tão vitoriosa e emblemática. Mas o seu ciclo acabou.
A Tite resta apenas o reconhecimento da torcida. Diante de como é conduzido o futebol brasileiro, isso pode ser, talvez,  o mais importante.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

PAULO BAIER FAZ 100º GOL NA ERA DOS PONTOS CORRIDOS



O veterano Paulo Baier fez história ao marcar o gol do Atlético-PR na derrota por 2 x 1 para o Criciúma, pela 34ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2013. O jogador, que fez seu 1º gol justamente com a camisa do Criciúma em 2003, anotou seu 100º gol na era dos pontos corridos do torneio nacional. Aliás, num belíssimo chute de fora da área. Indefensável.

FRASE

" - Na Copa das Confederações, ele já tinha demonstrado seu nível. Ele é um menino muito inteligente, que vê o futebol muito bem. Não perde bolas, se adapta ao jogo, entende a filosofia do Barça e irá além."
(Xavier "Xavi" Hernández i Creus, meia do Barcelona, sobre o bom desempenho do atacante brasileiro Neymar, seu companheiro de equipe desde agosto de 2013).

ATLÉTICO-MG PROVOCA. E O CRUZEIRO REBATE.

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"O Campeão das Américas saúda os campeões nacionais". Essa frase, juntamente com uma imagem dos jogadores atleticanos erguendo o troféu da Copa Libertadores da América, foi publicada nos principais jornais do Estado de Minas Gerais, provocando e ironizando a conquista do título brasileiro pelo arquirrival Cruzeiro. Como não poderia deixar de ser, o time celeste tratou rapidamente de rebater a provocação publicando em seu site oficial foto com os dois troféus da Copa Libertadores conquistados em 1976 e 1997, mais a seguinte frase: "O Bicampeão das Américas agradece a todos que se curvaram à nossa conquista".
Isso é o futebol. Sem violência, claro. Mas com provocação, gozação, rivalidade. Senão perde toda a graça.

FRASES

" - Muitas vezes mudei a minha forma de pensar, tendo em vista a opinião dos meus diretores. Eu trabalho ouvindo, dialogando, para me convencer de todas as formas (...) Eu raramente apareço. Só venho quando a coisa está realmente ruim. Não vou no vestiário quando ganha ou empata, só quando perde. Essa decisão foi tomada em conjunto com a diretoria de futebol."
(Mário Gobbi, presidente do Corinthians, em entrevista coletiva para anunciar a saída do técnico Tite).

" - Quero que eu tenha a mesma sensação de ir para casa, colocar a cabeça no travesseiro e ficar em paz (...) Talvez nenhuma gestão tenha tido tanto sucesso em três anos e pouco."
(Tite, ex-técnico do Corinthians, sobre sua saída do clube).

CRUZEIRO, CAMPEÃO BRASILEIRO. ABSOLUTO.


O Cruzeiro deitou e rolou no Campeonato Brasileiro de 2013. Foi absoluto. Campeão já na metade do 2º turno, quando nem o imponderável estaria mais presente para tentar atrapalhar sua conquista. Por que o imponderável só existe nos mata-matas. Nos pontos corridos, o que manda é a regularidade, a sequência, o planejamento, a qualidade, o acerto. É quase uma ciência exata. O time do competente técnico Marcelo Oliveira não é imbatível. Perdeu jogos considerados "imperdíveis". Mas se recuperava facilmente dentro de um torneio longo e nivelado por baixo.
Atlético-MG, Internacional e Corinthians eram os grandes favoritos para levantar o troféu. O primeiro por conquistar um título expressivo depois de décadas de ostracismo. O segundo por ter talvez, no papel, o melhor elenco do país. E o terceiro por ser o mais querido da mídia e pelo histórico recente de conquistas inéditas, como a Copa Libertadores e o Mundial de Clubes, na temporada de 2012. O Atlético-MG naufragou em sua ressaca pós-Libertadores e demorou a engrenar nos longos pontos corridos do Brasileirão. O Internacional foi "estragado" pelo rabugento Dunga, um projeto inacabado de treinador. E o terceiro caiu na armadilha do comodismo depois dos holofotes. Tal situação culminou até mesmo com a dispensa do técnico Tite, para mim o maior responsável pelos feitos históricos do Corinthians nos últimos dois anos. Ainda colaboraram com o Cruzeiro a apatia do Santos, fragilizado nessa temporada por uma diretoria incompetente (e inconsequente), e a incapacidade do São Paulo, que passou boa parte do campeonato assustando seu torcedor na zona de rebaixamento. Concorrendo com cavalos paraguaios tradicionais, como Botafogo, Goiás e Coritiba, o caminho para o título nacional foi ficando cada vez mais facilitado e, de certa forma, mais antecipado. O Grêmio até chegou a suspirar por um possível duelo com o Cruzeiro, porém esbarrou na decadência de Vanderlei Luxemburgo e depois na prepotência de Renato Gaúcho. E o Fluminense, o campeão de 2012, se manteve ocupado em se esconder e agora está até ameaçado de ter que pagar sua conta na 2ª divisão.
Por essas e outras razões, e claro, potencializado com o elenco forte de padrão de jogo muito bem acertado, o Cruzeiro foi o campeão brasileiro absoluto, "oficialmente" a quatro rodadas do fim, porém "anunciado" com várias rodadas de antecedência.
Foram 23 vitórias e apenas 6 derrotas. Fez história ao ser o único time campeão brasileiro que venceu todos os adversários, seja no turno ou no returno. Ou seja, todas as outras 19 equipes do torneio de 2013 foram batidas pelo Cruzeiro. São 42 gols de saldo e 72,5% de aproveitamento. E ainda restam quatro partidas. Mas o quê interessa? O Cruzeiro já mostra, pelos números e estatísticas até aqui mostrados, que é o campeão absoluto deste Brasileirão. De fato e há tempos.

sábado, 9 de novembro de 2013

FRASE

" - Meu salário é pequeno, moro em lugar simples, procuro ser honesto sempre. Não trabalho por dinheiro, eu trabalho para dar oportunidades aos pobres, a conseguirem o sonho de entrar no futebol. O que o Santos me deu não é nem 1% do que eu ajudei o clube. Tem estrutura milionária que não consegue descobrir os jogadores que eu descobri."
(Betinho, olheiro que descobriu Robinho e Neymar, sobre sua provável saída das categorias de base do Santos).

DESCOBRIDOR DE ROBINHO E NEYMAR SERÁ DISPENSADO DO SANTOS?



Roberto Antonio dos Santos, ou simplesmente Betinho, tem o Santos até no nome. Apaixonado pelo clube, ele é considerado um dos maiores reveladores de talentos do futebol brasileiro. Já concedeu entrevistas para vários programas na televisão, já foi destaque em documentário da Nike e tema de matérias do gênero na internet.
Lançou para o Santos e para o futebol internacional nada menos do que Robinho e Neymar, dois ícones da bola na última década. Um já esteve em duas Copas do Mundo e o outro caminha para a consagração na próxima Copa a ser disputada no Brasil em 2014. Ambos têm uma coisa em comum: começaram no futebol de salão, antes dos 10 anos de idade, franzinos, atrevidos, irreverentes, descobertos na Baixada Santista por um homem simples e humilde, que possui o dom de enxergar além do que os olhos vêem. Que consegue distinguir o jogador do craque. O mais do mesmo pelo talento.
Robinho e Neymar jogam e brilham hoje no futebol europeu, mas sabem que, sem o olhar aguçado de Betinho, poderiam não ter tido a mesma sorte, a mesma oportunidade. Porque tantos outros moleques não tiveram um Betinho em suas vidas.
Nessa semana surgiu a notícia de que o departamento das categorias de base do Santos está implantando uma nova filosofia de trabalho e que, com isso, pretende reduzir os custos com a dispensa de olheiros. Oficialmente o clube não informou detalhes nem citou o nome de Betinho, porém ele diz que sabe que seu nome está incluído na lista. E, claro, está bastante magoado com essa decisão. Acredito que todos os santistas e as pessoas que gostam de futebol lamentam profundamente essa decisão do clube. Se realmente Betinho for dispensado da Vila Belmiro, quem perde é o futebol, em sua forma mais autêntica de ser, mais original, mais moleque, mais alegre. Betinho jamais será recompensado à altura por ter revelado jóias para o futebol. E para o Santos. Talvez sua maior recompensa será a lembrança e o reconhecimento de Robinho e Neymar. Um reconhecimento que talvez os atuais dirigentes do Santos não tenham, infelizmente. Futebol não é isso. E isso não faz parte do DNA santista.

fonte: Esporte IG http://migre.me/gDMXo

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

FLAMENGO x ATLÉTICO-PR. EMOÇÃO x RAZÃO.

Dois rubro-negros na final da Copa do Brasil

Dois rubro-negros vão decidir o título da Copa do Brasil de 2013.
A trajetória do rubro-negro paranaense foi marcada pelo planejamento. O time liderado pelo veterano Paulo Baier e pelo artilheiro Ederson se abdicou de disputar o campeonato estadual no começo do ano para garantir sua pré-temporada, visando um melhor desempenho nos torneios mais expressivos, como o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil. Conseguiu. Comandada pelo técnico Vagner  Mancini, é mais uma daquelas equipes sem medalhões ou destaques individuais, mas que ganhou força e confiança pelo bom conjunto e, justamente talvez, pela ausência de vaidades pessoais no elenco. "Vacinado", o Atlético-PR desbancou times fortes e copeiros pelo caminho, como Internacional e Grêmio, e chega confiante nas finais do torneio que, pela terceira vez seguida, terá um time paranaense para decidir o título. No Brasileirão, o Atlético-PR ocupa a vice-liderança, com aproveitamento de 57%. A diferença para o Cruzeiro, virtual campeão brasileiro, é grande, de 13 pontos. Porém, o time mineiro foi eliminado nas oitavas-de-final da Copa do Brasil, enquanto que o clube do Paraná chegou às finais, o que significa que disputou até aqui duas competições nacionais ao mesmo tempo, desgastando sim o elenco e contribuindo para um perda de rendimento em algumas rodadas do Brasileirão. De qualquer maneira, a classificação para a Copa Libertadores de 2014 já está garantida.
Do outro lado, está o esforçado Flamengo, que possui um time menos qualificado do que seu rival também rubro-negro. Teve a seu favor para conseguir chegar às finais da Copa do Brasil o fator imponderável dos mata-matas. Por que se o Flamengo jogar seis vezes contra o Cruzeiro vai perder quatro, empatar uma e vencer outra. No caso da Copa do Brasil, o time carioca perdeu em Minas Gerais e venceu no Rio de Janeiro com gol salvador nos acréscimos, eliminando o virtual e favorito campeão brasileiro nas oitavas-de-final e, com isso, ganhando enorme confiança para seguir adiante e chegar onde chegou. Enfrentou o Botafogo, que mais uma vez foi mais do mesmo, goleando o time de Seedorf na 2ª partida das quartas-de-final. E depois passou até com certa facilidade pelo atrevido time do Goiás, que sem poder contar com seu "maestro" e goleador Walter, sucumbiu à tradição da camisa rubro-negra e à pressão do Maracanã lotado. No placar agregado, o Flamengo despachou com propriedade o Goiás por 4 x 2.
Porém, no Brasileirão, o Flamengo está bem aquém de seu rival das finais da Copa do Brasil. Enquanto o Atlético-PR está na 2ª posição, o time do artilheiro Hernane (maior goleador do novo Maracanã) ocupa apenas a 10ª colocação com aproveitamento mediano de 45,8%. Bem diferente da campanha regular do adversário.
O Atlético-PR, conquistando ou não a Copa do Brasil, já está na Libertadores do ano que vem. O Flamengo precisa do título para também  conseguir uma vaga no torneio sulamericano, já que no Brasileirão ainda corre até certo risco de rebaixamento. Em padrão de jogo e eficiência, os cariocas perdem para os paranaenses. Mas têm a seu favor a tradição da camisa e a pressão de sua torcida dentro de um Maracanã lotado. O Flamengo representa a "emoção" dos mata-matas, enquanto o Atlético-PR reflete a "razão" dos pontos corridos.
Se perder, o Atlético-PR fará o Estado do Paraná ficar sem o troféu da Copa do Brasil pela terceira vez consecutiva. Se ganhar, vai coroar sua temporada e mostrará que, com bom planejamento e visão de excelência, se obtém ótimos e merecidos resultados.
Meu palpite? Vence a tradição, o peso da camisa e a força da torcida no Maracanã, e o Flamengo será o campeão. Porque o mata-mata definitivamente não é uma ciência exata. Os pontos corridos sim.