O atacante William foi o jogador da base que mais deu lucro aos cofres do Parque São Jorge. Revelado pelo Corinthians, em 2007 o meia foi vendido para o futebol ucraniano onde permaneceu por seis temporadas, até ser contratado pelo Chelsea em 2013 por pouco mais de € 37 milhões. Porém, pouco fez e pouca gente se lembra de William jogando com a camisa corintiana. Outra "grande revelação" do Corinthians nos últimos tempos foi Lulinha que, aos 17 anos, subiu para o elenco profissional como o maior artilheiro da base na história do clube com 297 gols marcados. Convocado então pela seleção brasileira sub-17, surpreendeu ao fazer 16 gols em 16 partidas, o que despertou o interesse de clubes europeus como Chelsea e Barcelona. O Corinthians então tratou de aumentar em dez vezes o valor de sua multa rescisória, passando de US$ 5 milhões para US$ 50 milhões. Na época, Lulinha era tido como a "salvação" do time principal que tentava desesperadamente fugir do rebaixamento no Campeonato Brasileiro. Sem sucesso, o menino não rendeu o suficiente e o clube amargou o descenso para a Segunda Divisão. No ano seguinte, Lulinha novamente não brilhou e perdeu espaço para Dentinho nas graças da torcida. Caindo ano a ano de produção, Lulinha, hoje aos 25 anos, acaba de assinar contrato com o Red Bull Brasil para a disputa do Campeonato Paulista de 2015.
Neste ano, após vencer na final o Botafogo-SP por 1 x 0 no Pacaembu, o Corinthians foi campeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior pela nona vez, se consolidando como o maior vencedor do torneio considerado o mais importante da categoria e que abre o calendário do futebol brasileiro há 46 anos. Uma bela campanha: 8 vitórias em 8 jogos, saldo de 22 gols. Mas o que, de fato, representarão esses números no futuro de cada jogador campeão para o Corinthians?
As categorias de base a cada temporada se tornam balcões de negócios e atendem aos interesses do mercado de países com futebol ainda inexpressivo, como no Leste Europeu, na Ásia ou na Rússia, mas que pagam muito bem e rápido. O jovem habilidoso, ousado, que se destaca nos torneios de juniores pelo Brasil e que deveria ser lapidado, cuidado e valorizado em seus times, certamente deixará o país rumo ao exterior antes de dar alegria à sua própria torcida e resultados dentro de campo a quem os revela.
As categorias de base a cada temporada se tornam balcões de negócios e atendem aos interesses do mercado de países com futebol ainda inexpressivo, como no Leste Europeu, na Ásia ou na Rússia, mas que pagam muito bem e rápido. O jovem habilidoso, ousado, que se destaca nos torneios de juniores pelo Brasil e que deveria ser lapidado, cuidado e valorizado em seus times, certamente deixará o país rumo ao exterior antes de dar alegria à sua própria torcida e resultados dentro de campo a quem os revela.
Hoje se projetam talentos para o mercado. E os chamados "pratas-da-casa" se tornam cada vez mais raros dentro dos clubes.
Além de William, Lulinha e Dentinho, outros jogadores como Edu Gaspar, Kleber, Fernando Baiano, Jô e Abuda saíram do chamado "terrão" do Corinthians e também conquistaram a Copa São Paulo. Mas nenhum que surgiu da base esteve presente como titular nas campanhas dos dois principais títulos corintianos, a Copa Libertadores da América e o Mundial de Clubes.
Há rumores na mídia de que o atacante João Paulo, artilheiro e destaque do rival São Paulo na Copinha deste ano, está sendo pretendido pelo Corinthians. Mas no time campeão do torneio não há uma promessa de mesmo nivel? É preciso mesmo olhar para o quintal do vizinho? Contrariando o discurso de quase todos os treinadores e dirigentes, o Corinthians joga a Copa São Paulo para primordialmente revelar atletas ou simplesmente para ser campeão da categoria?
Por isso fica a pergunta: qual jogador revelado nesta Copinha pelo campeão Corinthians estará num eventual pôster de campeão da equipe principal?
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