quinta-feira, 29 de novembro de 2012

COM FELIPÃO, UM REGRESSO DE 15 ANOS


Após a dispensa inesperada de Mano Menezes, quando eu já tinha quase certeza de que nada neste mundo tiraria mais o técnico da seleção até 2014 (só para valer mais uma vez aquela coisa do "vamos pagar pra ver"), eis que o sr José Maria Marin anuncia Felipão e Parreira para o comando técnico da seleção nacional, a menos de 2 anos para o Mundial. Concordo com o nome de Carlos Alberto Parreira para coordenador-técnico. Aliás, acredito que Parreira seja o nome mais correto para presidir a CBF no lugar do próprio Marin. Mas não concordo com o nome de Luiz Felipe Scolari como treinador. Com ele, a seleção tem um retrocesso de pelo menos uns 15 anos. Uma regressão de conceito de futebol, de padrão de jogo, de esquema tático. Experiência? Sim, ajuda bastante. Mas não se ganha somente com experiência. Havia a experiência de Parreira na Copa da Alemanha de 2006 e, mesmo assim, Parreira não conseguiu domar a ostentação de um elenco composto não somente por jogadores de futebol, mas por estrelas da mídia, que treinavam falando ao celular.
É preciso treinar futebol, baseado num padrão de jogo muito bem definido, com estratégias, com alternativas, com dinâmica e também com planos A, B e C, para todas as eventualidades no decorrer de uma partida. É preciso agregar, motivar, animar. É preciso saber convocar. É preciso saber lidar com as pessoas em volta. É preciso ser simpático com todos os outros profissionais de futebol, especialmente os da imprensa. É preciso saber xingar na hora certa e sorrir até nas horas incertas. É preciso transmitir segurança, firmeza, confiança. É preciso saber falar com os árbitros. Porque a Copa do Mundo será no Brasil. A responsabilidade vai pesar. Será preciso administrar a pressão que virá de todos os lados. E ter o elenco nas mãos. Ter a torcida sempre ao lado.
Não creio que, hoje, Felipão tenha todos esses ingredientes, como tinha a "Família Scolari" de 2002. A verdade é que desde 2002 muita coisa mudou para o Felipão. O futebol de 2012 não é o mesmo dos anos 90. A seleção brasileira de 2012 não é a mesma de 2002. Nem o Felipão. Em comum, apenas o bigode.

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