quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

A PERFEIÇÃO NÃO EXISTE? A HISTÓRIA DE GIGANTES

*por Priscila Ruiz

Olá amores, tudo bem com vocês?

Em minhas incursões ao mundo da leitura, encontrei uma crônica do irresistível Nelson Rodrigues, datada de 25 de março de 1958 e escrita após um Santos 5 x 3 América pelo Torneio Rio-São Paulo, a qual, sem dúvida, me inspirou a conceber esse novo texto.
Messi foi legitimado de volta ao topo do mundo na eleição da Bola de Ouro, como todos acompanharam exaustivamente no início dessa semana. Generalizando em relação ao futebol: Tem politicagem? Sim. Tem um monte de coisas erradas? Sim. Mas, tem que ser muito blasé para se prender somente a isso e não encher os olhos por esse esporte que nos faz morrer de amores.


Voltando ao prêmio, o fato é que o reconhecimento é justo. Messi não brigou apenas contra marcadores ou contra Cristiano Ronaldo e Neymar, mas tem sido eficiente para enfrentar a mudança na produtividade coletiva do Barcelona que vem acontecendo nos últimos tempos e acima de tudo foi valente diante das lesões que o afastaram dos campos em 2015.
O argentino, sob a gestão de Luis Enrique, se mostra cada vez mais de volta à sua posição de origem, ou seja, joga como gosta, em velocidade pelo meio, ao lado de Neymar e nas costas de Luisito. Por isso, o trio MSN tem nos rendido lances tão brilhantes e levou o Barça a números incontestáveis no ano passado.Sem contar que por meio disso também, Neymar e Suárez assumiram funções protagonistas, cada um à sua maneira e deram uma chacoalhada no time que balançou no fim de 2014 e início de 2015 em momentos de quase crise. Messi acolheu as novas estrelas da constelação barcelonista e passou por cima de possíveis rusgas com Luis Enrique em prol do sucesso do clube.
Em um dos meus textos passados, escrevi sobre a conquista da última Champions League. O Barcelona passou pelos times dos países mais competitivos do continente e Messi inegavelmente foi brilhante nessa campanha.
Pelé ou Maradona? CR7 ou Messi? Ninguém merece essas perguntas. Não sou dada às comparações, mesmo com excesso de argumentos, penso que cada um tem a sua importâcia, momento e qualidade. É óbvio que há quem goste e torça por Cristiano, há também aquele que possa sentir a ausência de Suárez e Iniesta.
Não é preciso amar Messi ou ser seu fã incondicional. Basta que aquele que goste verdadeiramente de futebol, esteja desprovido de clubismos e gostos pessoais para reconhecer o prazer que é vê-lo jogar. Para mim sempre fica a sensação do que se pode esperar dele. E é sempre uma versão melhor de si mesmo.
Messi não intimida apenas adversários, mas intimida a bola. Messi faz soltar o grito culé orgulhoso, mas cala e ainda arranca sorrisos secretos de massas adversárias estupefatas com o seu estado da arte. Messi, do alto dos seus 1, 70 cm se apoia nos ombros de gigantes e joga para os seus. E como bem disse o saudoso Nelson, com quem tenho uma relação muito próxima em meus devaneios, o que nós chamamos de realeza é, acima de tudo, um estado de alma.
E por falar em alma e caminhar para o fim do meu texto, afinal vocês já não me aguentam mais... eis que finalmente algo dentro de mim e talvez na maioria de vocês, começa a quebrar o paradigma do 7 x 1.
Ladies and Gentlemen, se trata do Senhor Wendell Lira, que, como costumo dizer, nos presenteou com mais uma história que vai para a prateleira da nossa memória afetiva do futebol.
E reproduzo aqui com as minhas palavras algo que li e marejou os meus olhos: Enlouquecemos por nossos times, invadimos aeroportos por um ídolo, mobilizamos festas monumentais para despedidas míticas, nos despencamos para terras longínquas por um jogo, conhecemos estádios pelo mundo, nos arrepiamos com os acordes do hino da Champions League, pintamos a cara na Copa do Mundo, mas, esperamos mesmo, por um lance desses. Simples e glorioso.
Que os deuses do futebol nos agraciem com mais Wendells. Porque o futebol é isso e a perfeição existe, sim.


Um beijo e até a próxima!



* Priscila Ruiz é advogada, especializada em Segurança e Direitos Humanos. E para ela "la vida es aquello que sucede cuando no hay fútbol". Ou seja, sim, ela é loucamente apaixonada pelo esporte bretão. Contribui com o AL MANAK FC através de sua opinião inteligente e analítica.

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