sábado, 15 de dezembro de 2012

SÃO PAULO x TIGRE: FINAL TÍPICA DE VÁRZEA


São Paulo e Tigre fizeram a final da Copa Sulamericana de 2012. Um torneio que, até há alguns anos, nem despertava interesse. Times brasileiros, por exemplo, sequer colocavam em campo seus jogadores considerados titulares. Um mero torneio caça-níqueis. Mas daí os homens do futebol perceberam isso e resolveram que o campeão do torneio teria uma vaga na Copa Libertadores do ano seguinte. Excelente idéia. Depois disso, todos os times querem disputar e a televisão ganhou bem mais audiência. Bom para ambas as partes. Mas neste ano um fato inusitado gerou repercussão internacional de forma negativa em mais um torneio organizado pela Conmebol.
Depois de um empate em 0 x 0 no jogo de ida, disputado em La Bombonera (já que o estádio do Tigre não atendia as exigências), a final no Morumbi só teve um tempo de jogo. Apenas 45 minutos selaram o título de campeão para o São Paulo, que vencia parcialmente por 2 x 0.
O "finalista" Tigre pode ser comparado a um time da 2ª ou 3ª divisão do Campeonato Paulista. No máximo, um São Caetano, por exemplo. E se não tinha condições de vencer dentro de campo, tentou conturbar o máximo fora de campo. Os argentinos entraram pilhados no jogo, diante da pressão de 67 mil são-paulinos no Morumbi (eles levaram somente 15 mil torcedores no "caldeirão" do Boca Juniors), e apelaram para aquilo que mais sabem fazer: violência. O atacante Lucas foi o mais "visado". Sofreu com faltas desleais, cotovelada no nariz e pisão nas costas. Com o placar desfavorável, bater forte era a única coisa que sobrou para o Tigre, pois sabiam que não tinham bola suficiente para sequer empatar o jogo. No intervalo a coisa esquentou ainda mais, confusão geral, pancadaria no vestiário dos argentinos. E então eles optaram pela vergonha de não mais voltar a campo para o 2º tempo. Se acovardaram, fugiram, um Tigre que virou gatinho. Em vez de defender esse episódio lamentável, a imprensa argentina deveria estar envergonhada. Num ano em que sua estrela maior, Lionel Messi, bate recordes atrás de recordes e se consolida como o maior jogador dos últimos anos, um timeco de seu país foge do campo de jogo para não levar uma sacolada histórica numa final de campeonato. Um desrespeito principalmente aos torcedores que pagaram ingresso para assistir uma final vergonhosa.
Mas o São Paulo também teve seu lado "pequeno" na final. Além do ônibus do Tigre ser apedrejado no caminho para o Morumbi, talvez por falta de segurança, os são-paulinos não permitiram que os adversários entrassem no gramado para fazer aquecimento. Isso é coisa de time pequeno, é algo desnecessário, que não cabe mais no futebol atual. Não vale a pena, o time do técnico Ney Franco não precisava fazer isso. E a confusão no vestiário, que tinha até marcas de sangue, se tornou caso de polícia depois da partida. Por causa disso, o clube pode até perder seu mando de campo no Morumbi para os jogos da próxima Libertadores.
Ao Tigre, a vergonha. Ao São Paulo, o título de uma final que não acabou. À Conmebol, um alerta para que trate de forma mais séria as competições que organiza.
A Copa Sulamericana deste ano teve uma final típica de várzea.

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