Títulos ou os cofres do clube cheios de grana?
Títulos ou uma estrutura bem montada, com recursos e um CT bem equipado?
Títulos ou a camisa repleta de patrocinadores?
Títulos ou a certidão negativa de débitos do clube?
Claro que todos os tópicos citados são vitais para a manutenção de um clube, porém é mais do que claro que, na realidade, o torcedor quer mesmo é comemorar títulos.
De que adianta o São Paulo, por exemplo, possuir o famoso CT de Cotia, considerado um centro de excelência na formação de novos jogadores, sendo que na prática não revela nenhum novo talento para o time profissional? Pior: uma fraca relação custo-benefício, já que não há sequer títulos conquistados nos torneios juniores durante a temporada.
O Santos, maior revelador de novos talentos do futebol brasileiro, que vendeu para a Europa o melhor jogador da América dos últimos tempos a preço de banana e passou em branco a temporada de 2013?
O Flamengo, "dono da maior torcida do mundo", mas que não consegue reverter isso em benefício para seus cofres e montar uma estrutura decente que lhe permita conquistar títulos importantes com frequência?
E o Corinthians? Finalmente terá o Itaquerão, um belo e moderno estádio próprio depois de 103 anos de existência, padrão FIFA, palco da abertura da Copa do Mundo do Brasil de 2014. Uma mega-obra que, oficialmente, já consumiu mais de R$ 900 milhões. O Itaquerão é importante para os corintianos? Sim, pode ser. Mas até hoje o clube sempre conquistou seus títulos no Pacaembu, no Morumbi e até no Japão. Precisou de estádio próprio para isso? O Cruzeiro precisa? O Atlético-MG? O Fluminense?
Agora surge a notícia de que, em 2013, o Corinthians se tornou o 16º clube mais rico do planeta, segundo a conceituada revista norte-americana Forbes. É o único clube sulamericano na lista dos 20 times mais ricos do mundo, com patrimônio avaliado em aproximadamente R$ 840 milhões.
Fica então a pergunta: - O corintiano trocaria essa posição no ranking da Forbes por uma vaga na Copa Libertadores de 2014?
Imagino que a resposta seja afirmativa para nove em cada dez corintianos.
A Ponte Preta, por exemplo, que provavelmente não deve estar nem entre os 500 times mais ricos do mundo, tem hoje 50% de chances de disputar a próxima Libertadores. E detalhe: A Macaca, clube do interior do Estado de São Paulo, possui estádio próprio há 65 anos, contudo jamais conquistou um título expressivo em sua longínqua história. Está participando de um torneio internacional pela primeira vez em 2013, após 113 anos de fundação. Será que os pontepretanos trocariam o estádio Moisés Lucarelli por uma galeria repleta de troféus, como a do Parque São Jorge? Acredito que a maioria sim.
O que vale e o que importa para o torcedor é comemorar títulos. É vibrar, é sentir a alegria imensurável de ser campeão, de poder caçoar dos rivais, de vestir com orgulho o "manto sagrado" de seu time.
Basta ver a situação do Atlético-MG. O presidente Alexandre Kalil apelou até para a presidente Dilma Rousseff na tentativa de tentar renegociar a dívida do clube junto à Fazenda Nacional. Mesmo num ano histórico para o time mineiro, quando foi campeão pela primeira vez da Copa Libertadores da América, o clube possui dívidas enormes e os jogadores estão viajando para o Marrocos (para disputar o Mundial da FIFA) com os salários atrasados. Porém, se perguntar para qualquer atleticano o que ele prefere, sanar as dívidas do clube ou ser campeão do mundo num provável confronto contra o Bayern de Munique, o quê será que ele vai responder?
Ter estádio, ter dinheiro em caixa e se manter no "azul" é fundamental para qualquer clube, mas o que realmente importa para o torcedor é ver seu time em destaque, disputando torneios importantes (disputar e não apenas "participar"), é ver seu time na elite, derrotando os rivais e finalmente estufar o peito e gritar "É Caaampeããão!", que nada mais é do que a razão de seu time existir.
Ranking da revista Forbes: site Lance!Net http://nolance.net/19eTnvV
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