segunda-feira, 15 de setembro de 2014

KAKÁ, O DONO DO QUARTETO


Ricardo Izecson, 32 anos, bem mais conhecido como Kaká, é mais um craque veterano que resolveu repatriar-se, a exemplo de Ronaldinho Gaúcho, Alex e Robinho. Dono de um troféu de melhor jogador do mundo na bagagem recheada de partidas memoráveis na Europa com a camisa do Milan, já esteve em três Copas do Mundo defendendo a seleção brasileira. Há quase dois meses, retornou ao São Paulo por empréstimo junto ao Orlando City-EUA para jogar o restante da temporada pelo clube que o revelou e onde é ídolo da torcida.
Já disputou nove partidas no Campeonato Brasileiro, balançou a rede uma única vez e de seus pés quase não saíram assistências que culminaram em gols. Mas o futebol não é matemática, tampouco uma ciência exata, e a grande verdade é que

o quarteto são-paulino só começou a funcionar depois de sua chegada. Experiente, Kaká organiza o time dentro de campo, mais até do que o técnico Muricy Ramalho. Não erra passes, cadencia o jogo, orienta os jogadores o tempo inteiro. É um líder nato.
Está mais robusto fisicamente que aquele rapaz franzino do início de carreira e também mais “malicioso”, aprendeu a catimbar e até pilhar o adversário dentro de campo. Mais: exerce uma forte influência sobre todos os companheiros ao ser obediente taticamente. Afinal, quem dentro do elenco vai contestar uma instrução de Muricy Ramalho se até o Kaká cumpre fielmente as ordens do treinador?
O fôlego normalmente acaba no decorrer do 2º tempo. Porém, se o meia não consegue mais ter a mesma velocidade das arrancadas dos bons tempos de Milan, e não possui a mesma resistência de anos atrás, a compensação vem com a técnica de um futebol que faz o jogo fluir, sem correria, com inteligência, fazendo a bola chegar exatamente onde tem de chegar.
Kaká é o exemplo que Muricy queria e precisava na equipe, dentro e fora de campo. Se estivesse no time há mais tempo, o São Paulo não seria eliminado pelo Bragantino na Copa do Brasil, em pleno Morumbi. O ídolo de 32 anos fez o time evoluir e, mesmo não sendo brilhante, ser bastante eficiente na caça ao Cruzeiro, que lidera o torneio desde a 4ª rodada.
Kaká não tem o estilo boleiro de Luis Fabiano. Longe disso. Mas o torcedor sabe distinguir a importância de ambos, reverencia os dois e não consegue mais enxergar o time sem ele. É um atleta, profissional, disciplinado, sabe “falar direitinho e tem todos os dentes na boca”, segundo seus dirigentes.
Pato e Kardec fazem gols, Ganso tem seus lampejos de genialidade. Mas os três precisam do futebol cerebral de Kaká para jogar.

O veterano craque que jogará nos Estados Unidos a partir de janeiro tem sido peça fundamental na arrancada de seu time, o que finalmente deu mais graça ao campeonato, que antes parecia já estar fadado ao bicampeonato do Cruzeiro.
Kaká é a engrenagem principal do meio para frente no time de Muricy. O dono do quarteto.

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