quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

O MOMENTO DE EUFORIA DO CAMPEÃO PALMEIRAS


Quando os jogadores do Palmeiras posam para a foto de campeão da Copa do Brasil imitando a "careta" de Ricardo Oliveira, devolvendo a "provocação" feita pelo artilheiro santista em jogos anteriores, comprova-se que o futebol é puramente apaixonante simplesmente pela rivalidade. Como tem de ser.
Não que a "cara feia" de um jogador adversário depois de marcar um gol ou que a veiculação antecipada de um pôster de campeão publicado por uma editora oportunista de plantão façam um time como o Palmeiras jogar mais. É claro que o futebol de cada jogador é o mesmo. Mas certamente fez o jogador do Palmeiras acreditar que podia mais. E transformou o clássico do "tudo ou nada" para Santos e Palmeiras no momento de euforia dos palmeirenses.
Provocações são inerentes e necessárias ao futebol, que está cada dia mais chato como quase tudo neste mundo. Mas tais provocações não fazem um Dudu se tornar um Didi ou transformam um Robinho num Ademir da Guia. Por outro lado, se não aumentam a capacidade de jogar futebol de uma equipe, fazem os jogadores se entregarem mais, brigarem mais, sentirem-se mais confiantes.
O Santos sucumbiu à pressão do favoritismo. Não à pressão de um Allianz Parque lotado, mas à pressão da conquista quase iminente. Na decisão, o time de Dorival Júnior sentiu todo o peso do mundo em suas costas depois de ter eliminado rivais como Corinthians e São Paulo de forma inquestionável, jogando bem e bonito. E chegar (quem diria!) ao G4 na reta final do Campeonato Brasileiro. Engana-se quem afirma que o clube se perdeu na escolha, pois é bem claro que o Santos priorizou a Copa do Brasil ao escalar um fraco time reserva nas últimas quatro rodadas do Brasileiro. Ambos os torneios poderiam lhe dar a vaga para a Copa Libertadores do ano que vem, algo inimaginável até para o mais otimista dos santistas no nebuloso início da temporada, onde muita gente já colocava o Santos na segunda divisão de 2016.
O Palmeiras era o franco-atirador que olhava quieto o enorme favoritismo do Santos, algo que mexeu com o brio e o orgulho ferido de seu elenco. Enquanto jogadores como Dudu, João Pedro e Lucas Barrios se desdobravam por dois em campo no confronto final, os principais jogadores santistas jogavam muito aquém do que fizeram em toda a Copa do Brasil. Ricardo Oliveira, o artilheiro do ano, desapareceu. Lucas Lima pouco ou nada fez. Marquinhos Gabriel parecia ter voltado a ser o jogador nota 6 de seis meses atrás. Gabriel, David Braz e Thiago Maia se lesionaram antes de jogar de fato a final.
O Santos foi muito mais brilhante que o Palmeiras em todo o torneio até o primeiro jogo das finais, na Vila Belmiro, onde poderia já ter decidido o título em razão da quantidade de gols perdidos. Mas o Palmeiras foi muito superior ao Santos e a si mesmo na partida mais importante do ano. O gol de Ricardo Oliveira quase no fim do 2º tempo só não foi mais desesperador que o choro angustiante de Dudu, autor dos dois gols palmeirenses. No placar agregado, o 2 x 1 para o Palmeiras igualava o 1 x 0 do Santos no primeiro jogo e tudo seria decidido então nas penalidades. Em prantos após o apito final do árbitro, Dudu temia uma nova perda de um título para o Santos, como aconteceu no Campeonato Paulista, porém dessa vez dentro de sua casa e diante de sua torcida. Mas não era dia do Santos. Era dia da euforia e da bravura do Palmeiras que, por 4 x 3 nos pênaltis, conquistou a Copa do Brasil pela terceira vez. Se o campeonato foi injusto com o Santos, a bola foi justa e caprichosa com o Palmeiras na decisão por pênaltis. E quem compreende os mistérios da bola?
Depois de tanta lamentação dos adoradores de "fair-play", finalmente veio à luz que o futebol é rivalidade e, acima de tudo, diversão. Em campo junto com o troféu e diante dos flashes e holofotes, os palmeirenses resolveram homenagear Ricardo Oliveira com máscaras e o mesmo gesto "provocativo". Que tenham entendido também o quanto fez bem ao time campeão a tal provocação do jogador santista. Afinal, futebol também é isso.

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