sábado, 16 de janeiro de 2016

SIMPLESMENTE, Mr. LIRA


Wendell Lira tem 27 anos, é natural de Goiânia e atualmente joga como atacante no Vila Nova, que neste ano vai disputar a Série B do Campeonato Brasileiro.
Um jogador comum, como 90% dos que ganham a vida dentro das quatro linhas. Não é um gênio com a bola nos pés, não é dotado de um poder superior que o faça jogar como um Lionel Messi, por exemplo. Mas Lira chegou ao Olimpo do futebol. Seu gol na vitória do Goianésia por 2 x 1 sobre o Atlético-GO, pelo Campeonato Goiano de 2015, foi eleito pela FIFA o mais bonito do ano em todo o planeta.
E por isso mesmo sua conquista é tão fascinante. Porque Wendell Lira é o "David" tupiniquim derrotando os badalados "Golias" do idolatrado futebol europeu.
Lira nos mostra em sua humildade e integridade que sim, é possível. O brasileiro se vê como ele e respira o sopro de esperança que o atacante do Vila Nova ofereceu à todos que já comeram ou comem o pão que o diabo amassou.
É a vitória do cara que, quando fez o gol mais bonito do mundo, recebia R$ 3 mil mensais e tinha dificuldade para fechar as contas do mês, assim como a esmagadora maioria de seu povo. O golaço do ex-jogador do Goianésia é a vitória dos despretensiosos, dos modestos, dos que aceitam sua verdade a cada dia que saem para trabalhar, dos que têm senso da realidade.
Porque Lira é o tipo do cara que sobe no palco sob os holofotes e flashes do mundo inteiro, com o troféu Puskás nas mãos, e em nenhum momento subestima ou supervaloriza seu feito, nem os fatos, pessoas ou a si mesmo.
Daqui para frente, ele não será mais um jogador desconhecido. Mas tampouco se tornará um craque. Certamente dará autógrafos e entrevistas. De tabela, também colocará Goianésia no mapa do mundo. Mas acima de tudo, será sim o exemplo para muita gente que, assim como ele, jogam por uma bola na vida e sabem que não podem errar na cara do gol. Lira não hesitou, foi pra cima, arriscou e pegou certo na bola, na veia.
Wendell Lira nos mostrou que para fazer o gol mais bonito do mundo não é preciso jogar no Bayern de Munique, ou dentro do Camp Nou lotado, ou ser um gênio da bola. Pode ser um jogador da Chapecoense, do Mirassol ou do Goianésia, dentro do "Joaquinzão" e diante de pouco mais de 300 torcedores.
Por essas e outras tantas razões, o futebol é tão apaixonante. E, muitas vezes, imita a vida exatamente como ela é, de verdade.

2 comentários:

Unknown disse...

Falou tudo! Muito bom texto e Parabéns Wendell Lira pelo golaço!

Anderson

Alessandro disse...

Obrigado. O gol famoso mundialmente já mudou a vida do goiano Lira e só por isso o futebol já é encantador.