QUEM DECIDE O "CAI-CAI" É O ÁRBITRO. E JOGA BOLA, NEYMAR!

Na partida Ituano 0 x 1 Santos, disputada em Itu, no interior paulista, válida pela 4ª rodada do Paulistão, o futebol truncado das duas equipes deu lugar à polêmica extra-campo. Depois de se aborrecer com as faltas assinaladas sobre Neymar, o técnico do Ituano, Roberto Fonseca, começou a discutir verbalmente com o atacante santista. Neymar, visivelmente nervoso, retrucou e o jogo teve que ser paralisado pelo árbitro. O jogador questionou o 4º árbitro por ter ouvido um chamado de "macaco". Roberto Fonseca afirmou não ter xingado o jogador e disse que ele "estava surdo" e o definiu como "cai-cai". Passado o atrito entre ambos, o jogo recomeçou e Neymar não conseguiu jogar como de costume, sem dribles ou jogadas de efeito. E pela primeira vez passou em branco numa rodada, sem fazer gol.

Tenho três modestas opiniões sobre o que aconteceu:

1) O técnico Roberto Fonseca não tem nada que discutir com jogadores do time adversário. Cabe a ele, na beira do gramado, orientar e falar apenas com os seus comandados.

2) Neymar também errou ao retrucar e ficar discutindo com o treinador adversário. Se alguém tivesse que ter feito isso era o técnico do Santos, Muricy Ramalho. E que não o fez. O atacante santista deve se preocupar exclusivamente em jogar seu futebol, ignorando as provocações de torcedores ou quem quer que esteja fora de campo. Imagine se, nos longínquos anos 60, Pelé se incomodasse com as provocações ou xingamentos que sofria dos adversários? E o próprio Rei do Futebol já declarou que isso era uma prática constante nos estádios.

3) Roberto Fonseca e todas as outras pessoas que costumam denominar Neymar como "cai-cai" estão profundamente equivocadas. O árbitro (e somente o árbitro!) deve decidir se marca ou não qualquer tipo de falta sobre um jogador. Ele está em campo exatamente para isso, para marcar faltas, aplicar as regras e coibir o jogo violento. Se Neymar simula uma falta e o juiz apita, ele não tem nada a ver com isso. Esse é um problema da arbitragem e de ninguém mais, muito menos de Neymar. Pelé já declarou também que diversas vezes puxava a própria camisa dentro da área e se atirava no campo, induzindo o árbitro a assinalar pênalti. E muitas vezes conseguia a façanha sabe por quê? Pela malícia que só os craques possuem.

Portanto, assunto encerrado.