domingo, 27 de janeiro de 2013

CAMPEÃO DA COPA SP E REVELANDO CRAQUES


O São Paulo inaugurou, há anos, seu centro de excelência para formação de jogadores, o conhecido CT de Cotia. Não conheço tão bem assim, mas parece que lá o glamour impera. Parece ter tudo do melhor, seja em hospedagem, alimentação e preparação. Mas será que funciona? Tirando Kaká e agora o Lucas, qual foi o outro jogador expressivo revelado recentemente pelo time do Morumbi? Será que tanto glamour nas categorias de base não geram enorme pressão nos garotos na busca por resultados? Na Copa São Paulo de 2012 o São Paulo foi eliminado na 1ª fase, o que rendeu sonora bronca do presidente Juvenal Juvêncio. Inconformado, o dirigente são-paulino chegou a declarar na época que "não admitia seu time perder para um time juntado do Nordeste". É dessa pressão que estou falando. Quanto mais investimento, maior a cobrança. E muitos jogadores juniores não precisam somente de apoio técnico, mas também de apoio emocional, psicológico. Muitas vezes, é exatamente isso que faz a diferença para um novato vingar ou não na carreira.
Diferentemente do que faz o Santos. A estrutura das categorias de base santistas não deve nada para outros times. Um centro de treinamento exclusivo, com três campos, mais investimentos de valor considerável e agora um projeto de um novo CT para a base a ser construído na Grande São Paulo. Mas o trabalho do Santos começa bem antes de um garoto se tornar junior. Existem departamentos nas categorias mirim, juvenil e junior. Garotos com menos de 10 anos que já tem no Santos todo o acompanhamento e treinamento específico para se desenvolverem. Assimilam a "identidade" do clube ao mesmo tempo que crescem preparados para se consolidar no futuro.
Para o Santos, não basta apenas conquistar troféus na base. Isso não é o mais importante. Para o Santos, o mais importante é revelar bons jogadores e com o famoso DNA santista, com vocação ofensiva, irreverentes, atrevidos. E todos os meninos sabem que podem ter suas chances, que podem ser promovidos, que podem jogar no time profissional. Por que o clube lhes dá essa oportunidade não só pelos resultados, mas sim pelo talento e pela cultura de se jogar bonito.
O Corinthians foi campeão da Copa São Paulo de 2012, com média de 3.7 gols por partida. E qual foi o jogador revelado pelo clube que estava nas conquistas da Libertadores e do Mundial? Nenhum. Nos dois torneios não havia sequer um jogador que foi revelado pelo Corinthians. Alguém se lembra de algum jogador revelado pelo Palmeiras nos últimos 10 anos? Somente o Vágner Love, que surgiu durante a campanha do time na 2ª divisão de 2003.
Mas e o Santos? Todo mundo sabe que Diego, Robinho, Renato, Alex, Elano, Wesley, Ganso, André, Rafael e Neymar saíram das categorias de base e foram campeões pelo time principal. Estavam nas fotos dos pôsteres. E no time que acaba de ser campeão da Copa São Paulo de 2013 existem pelo menos três ou quatro ótimos jogadores que podem e devem subir para a equipe profissional. Candidatos a craques, como Neílton, Citadini e Giva. E o bom Gabriel, o "Gabigol", que com 17 anos já deixou a base e está treinando no time do técnico Muricy Ramalho. E o menino possui multa rescisória de R$ 135 milhões.
Por isso que mais importante do que conquistar títulos nas divisões inferiores é revelar craques. É dar opções ao treinador do time principal.
O que faz o Santos ser uma fábrica de craques não é tanto os recursos ou a estrutura. É a filosofia.
Certo, Juvenal??...

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