UM ARGENTINO COM A LENDÁRIA CAMISA 10 SANTISTA

Walter Montillo, 28 anos, argentino, foi finalmente anunciado como novo jogador do Santos, depois de uma extensa negociação com o Cruzeiro que durou mais de 40 dias. Meia ágil, habilidoso, técnico, que chega bem na frente e finaliza com categoria. E o principal: está com os joelhos em condições de atuar, já que seu antecessor da camisa 10 santista passava mais tempo no departamento médico do que dentro de campo. Revelado pelo San Lorenzo-ARG, Montillo está jogando no Brasil desde 2010, pelo Cruzeiro. Teve seu auge na temporada de 2011, quando o time do técnico Cuca brilhou na etapa inicial da Copa Libertadores, sobretudo com atuações primorosas do meia argentino. No começo de 2012, o craque foi pretendido pelo Corinthians, cujos valores de negociação chegaram a 15 milhões de euros, rejeitados pelo clube mineiro. Dessa vez, numa negociação que começou ainda em novembro passado, o desejo do argentino de deixar o Cruzeiro falou mais alto e os dirigentes mineiros não tiveram como segurá-lo. O Santos contratou o meia por três temporadas ao valor de 6 milhões de euros, o equivalente a menos da metade da proposta feita pelo Corinthians 10 meses antes. O meia se desvalorizou? Sim. Não fez um ano tão bom como em 2011, a exemplo de seu próprio time que naufragou nos torneios que disputou, especialmente no Campeonato Brasileiro. Bem diferente do rival Atlético-MG, que fez ótima campanha e se classificou para a Libertadores. E diferente também de Robinho, ídolo santista é verdade, mas que pede muito alto para retornar à Vila Belmiro, mais de R$ 1 milhão mensais. Montillo deve receber mensalmente metade desse valor. E o fato de jogar ao lado de Neymar, maior jogador da América do Sul na atualidade, também seduziu bastante o argentino.
A verdade é que o Santos precisava de um meia ao estilo de Montillo. Desde que Ganso saiu, há meses, a função de armador da equipe estava a cargo do esforçado, porém ainda inexperiente Felipe Anderson. Até o veterano lateral Léo chegou a atuar como meia. Muita vontade, muita garra, mas pouca técnica.
Pita, Giovanni, Diego, Zé Roberto e Paulo Henrique Ganso já representaram muito bem a lendária camisa 10 do Santos, marca registrada do Rei do Futebol. Agora essa honra passa a ser de um argentino. Mas de grande potencial. É tudo o que o Santos precisa.