segunda-feira, 24 de novembro de 2014

A SUPREMACIA DO CRUZEIRO, BI-CAMPEÃO BRASILEIRO

O Cruzeiro comprovou o óbvio: é o clube mais planejado e organizado do Brasil há pelo menos duas temporadas. Em 2014, campeão mineiro, bi-campeão brasileiro e com possibilidade da tríplice coroa, se for também campeão da Copa do Brasil, revivendo uma façanha já alcançada por ele mesmo em 2003.
Nem sempre brilhante em campo, mas eficiente e seguro. Esse foi o time que mais pontuou, mais venceu, teve o melhor ataque com o melhor saldo de gols entre os 20 clubes participantes. Quando perdeu foi para times de quase o mesmo nível, mas acumulava gordura atropelando as equipes inferiores, enquanto seus adversários diretos tropeçavam.
Ainda deu chance para o azar em alguns momentos, como nos empates diante de Botafogo e Palmeiras. Prova disso é que o título brasileiro de 2014 veio “apenas” com duas rodadas de antecedência, ao contrário do ano passado, conquistado a quatro rodadas do fim.
A partida contra o Grêmio, em Porto Alegre, foi a mais “decisiva” de todas (porque a mídia insistiu em tentar rechear o torneio de “decisões” em várias rodadas). A vitória marcante por 2 x 1 de virada sobre o time do zangado Felipão mostrou o Cruzeiro como ele é, uma equipe com extrema determinação e capacidade de um futebol bem jogado. Muita gente foi à Arena Grêmio e viu de perto o envolvente time mineiro resolver o campeonato em mais ou menos 15 minutos. Mais: confirmou que o time do técnico Marcelo Oliveira só não conseguiu comemorar rodadas antes porque abusou do piloto automático na reta final.
O Cruzeiro não se tornou bi-campeão jogando contra o Goiás, no Mineirão. Foi absoluto desde o ano passado. E sacramentou mais uma conquista dando um bico naqueles que não privilegiam a competência.
É um time frio, calculista, quase mecânico sem ser burocrata. Um time agressivo, porém controlado. Que joga bonito, para frente, sem vaidades, sem cair na tentação das jogadas de efeito ou dos dribles a mais. É um time solidário, virtuoso, que envolve o adversário no toque de bola e espera sempre o momento certo. Dono de um generoso futebol coletivo.
Enfim, o Cruzeiro é um time que possui uma finalidade. Um objetivo. Aquele time irritantemente auto-suficiente que parece ter a certeza de que vai fazer um gol a qualquer momento. E que, na grande maioria das vezes, fez.
É um enorme desafio, são torneios de fórmulas distintas, o mata-mata da Copa do Brasil não tem a lógica dos pontos corridos, contudo, de tanto que sobrou nas duas últimas temporadas, seria justo se os Deuses do Futebol premiassem o Cruzeiro com mais essa tríplice coroa.
Mas por tudo o que já fez no torneio deste ano, quem merece a Copa do Brasil é justamente o arqui-rival Atlético-MG. Coisas do futebol. E é bom que seja assim. A bola é caprichosa e não gosta somente dos "bons moços".
De qualquer maneira, a hegemonia do futebol brasileiro continuará em Minas Gerais pelo segundo ano seguido. Em todos os níveis e modelos de competição: Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro e Libertadores da América.

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