sábado, 22 de novembro de 2014

O ÊXTASE E A AGONIA DO PALMEIRAS


Cair quando se está em pé geralmente é doloroso. Mas cair quando se está deitando é bem menos sofrido. É uma queda previsível, bem menos traumática, amortecida.
Essa é a conclusão depois de ouvir alguns palmeirenses após a última derrota do time para o Sport por 2 x 0, justamente na inauguração oficial do Allianz Parque, cujas cortinas se abriram para um espetáculo bem aquém de sua beleza e modernidade (culpa dos dirigentes, que poderiam fazer um jogo festivo depois, fora do olho do furacão que é a zona de descenso do Campeonato Brasileiro).
" - O Palmeiras será rebaixado?", foi a pergunta feita. Dos quatro palmeirenses, apenas um respondeu que "não". Os outros três disseram que "sim", mesmo com o time ainda fora da zona da degola e com nove pontos a serem disputados até o fim do torneio.
Podemos chamar isso de "conformismo". O palmeirense não confia mais em seu time e o terceiro rebaixamento parece algo comum, até digamos "esperado". Não desperta mais o temor, a indignação de anos anteriores.
Hoje o palmeirense até fala menos de futebol. Parece estar desacreditado que dias melhores virão. Resultado da desconfiança dos torcedores em administrações fracassadas. Pois se não deu certo com Luiz Gonzaga Belluzo e Paulo Nobre, como vai ser daqui em diante? E o reflexo disso tudo vai para dentro de campo. Muricy Ramalho, Vanderlei Luxemburgo, Luiz Felipe Scolari, Gilson Kleina, Ricardo Gareca e Dorival Júnior. Nenhum deles conseguiu fazer o time jogar nos últimos anos. Por que? Os dirigentes cumpriram suas obrigações e promessas? Montaram equipes à altura da grandeza do Palmeiras? E a campanha no ano do centenário poderia ser bem diferente. Ou pelo menos sem sustos.
Por essas e outras razões, dentro e fora de campo, o torcedor já aceita o deboche dos rivais pela iminência de mais um rebaixamento sem a mesma revolta do passado. Talvez o palmeirense até acredite ainda em alguma coisa, principalmente agora com a nova e bela arena. Mas a cada temporada impõe limites para sua paixão.
Como diz o hino do clube, a "imponência" do Allianz Parque contrasta com o "alviverde imponente" atual.
O êxtase e a agonia. De mãos dadas.

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