segunda-feira, 23 de novembro de 2015

SEIS RAZÕES PARA UM INDOLENTE 6 x 1


O São Paulo foi impiedosamente goleado pelo rival e campeão Corinthians por 6 x 1, no Itaquerão, a três rodadas do fim do Campeonato Brasileiro. Poderíamos citar pelo menos seis razões que justificariam tamanha derrota.
1) Pesadelo - O São Paulo viveu um pesadelo nos clássicos em 2015. O time treinado por Muricy Ramalho, Juan Carlos Osório, Doriva e Milton Cruz conseguiu a proeza de levar 31 gols de seus rivais estaduais e marcar somente 11 vezes, um saldo negativo de 20 gols. Em 14 clássicos, o time do Morumbi venceu apenas dois, empatou três e perdeu nove vezes.
2) Carrascos - O São Paulo enfrentou o Santos seis vezes na atual temporada. Perdeu quatro e foi eliminado pelo rival em dois torneios de mata-mata: o Campeonato Paulista e a Copa do Brasil. Mas apesar das eliminações para o Santos e do acachapante revés sofrido para o Corinthians, foi o Palmeiras o maior carrasco dos são-paulinos em 2015. Em três partidas, o time do Allianz Parque venceu duas vezes, por 3 x 0 e 4 x 0 (essa a maior goleada do Palmeiras sobre o São Paulo na história do Campeonato Brasileiro). O tricolor empatou uma das três partidas, 1 x 1, porém novamente com amargo sabor de derrota: após falha grosseira do goleiro Rogério Ceni na reposição de bola, o meia palmeirense Robinho fez o gol de empate nos acréscimos do 2º tempo.
3) Desordem - O desempenho do time dentro de campo, nos jogos decisivos e mais importantes, era o reflexo das atitudes de seus dirigentes nos bastidores. Uma delas, a polêmica contratação de um lateral desconhecido por R$ 2 milhões após o jogador ter rescindido contrato com seu clube anterior por... R$ 800 mil.
4) Brigas - A renúncia do ex-presidente Carlos Miguel Aidar, em meio à denúncias de corrupção de sua gestão com direito a soco na cara em praça pública de seu então vice-presidente de futebol.
5) Tensão - Jogadores visivelmente nervosos e rebeldes que reclamam bastante de substituições e pedem silêncio à torcida dentro de casa.
6) Aposta Frustrada - A chegada de um treinador colombiano dito como "revolucionário", mas que trabalhou em sete clubes nos últimos oito anos. Em quatro meses, adotou esquemas táticos audaciosos, porém controversos e duvidosos para o elenco que tinha em mãos. Teve atritos públicos com a diretoria e sentiu-se "maior" que o maior clube que já treinou na vida. Uma das contratações solicitadas pelo então técnico e atendida pelos dirigentes são-paulinos chama-se Wilder Guisao, o que talvez explique bastante coisa. Milton Cruz, o "salvador da pátria" interino há 20 anos, também teve um ano para se esquecer: sob seu comando, o São Paulo foi eliminado do Campeonato Paulista, da Copa Libertadores da América e humilhado pelo Corinthians.
No entanto, a melhor explicação para a goleada de 6 x 1 do time reserva do Corinthians sobre os titulares do São Paulo é simples e uma só:
O Corinthians de hoje é o São Paulo de ontem. Atualmente, os dois rivais são antagônicos fora e dentro de campo. Possuem modelos de gestão (quem diria!) e conceitos de jogo bem diferentes. Isso tudo mais a motivação extra de um time considerado reserva resultou num placar merecido e inquestionável de 6 x 1 para o campeão brasileiro, dono do melhor e mais eficiente elenco do campeonato.
Mais justo (e mais fácil) enaltecer todos os méritos do time de Tite em uma única razão do que ofuscar a goleada histórica falando dos muitos erros do São Paulo na temporada. Afinal, a principal razão para o que se viu na tarde de domingo no Itaquerão foi, acima de tudo, o Corinthians, seja com os reservas ou titulares. E o 6 x 1 se tornou até indolente para um São Paulo que tanto sofreu diante dos rivais em 2015. E para si próprio.

Nenhum comentário: