segunda-feira, 9 de novembro de 2015

SEJA CONTRA O GUARANI OU O VILLAREAL

Um gol antológico. Mais um.
Desses que só enriquecem a extensa galeria dos "gols mais bonitos de Neymar".
Dessa vez a bola veio dos pés de Luiz Suárez, fazendo curva, a meia-altura. Neymar entrava na área em velocidade. Caprichosamente a bola quica no gramado no momento do arremate, só para confundir o craque, só para tentar atrapalhar. Neymar amortece a bola com a barriga e, de costas, aplica um chapéu sobre si próprio e sobre o lateral Jaume Costa, do Villareal. Sem deixá-la cair, o camisa 11 do Barcelona vira rapidamente e bate com precisão, de primeira, a bola rasteira no canto do goleiro Areola que, incrédulo, nada pôde ou conseguiu fazer.
O Camp Nou aplaude de pé a pintura de Neymar. O mundo reverencia o craque.
O jornal espanhol "Mundo Deportivo" classificou o gol como "o maior espetáculo do mundo". O argentino "Olé" chamou o atacante brasileiro de "fenomenal" e lembrou que ele ainda fez mais um gol na vitória do Barcelona por 3 x 0. O "As" o definiu como "descomunal". E o "Marca" citou que o craque "inventou uma acrobacia" no lance do gol.

O golaço de Neymar contra o Villarreal, aos olhos dos europeus, é mais do que uma "obra de arte". É uma justa homenagem àqueles que diziam anos atrás que o então jogador do Santos só fazia gols assim contra Mogi Mirim e Naviraiense. Que ele só fazia jogadas assim contra os pobres zagueiros brasileiros desprovidos de técnica e que, na Europa, diante dos melhores jogadores do mundo, ele não teria nenhuma chance e não passaria de um mero coadjuvante. O golaço feito contra o Villareal aconteceu no Camp Nou, como poderia ter acontecido na Vila Belmiro ou na Rua Javari. Jogadas "acrobáticas" como essa era o "feijão com arroz" dos santistas a cada quarta e domingo. Mas apesar dos dribles desconcertantes, dos belos gols e das jogadas geniais, Neymar era o "mascarado", o "folgado" e o "exibido".
Neymar joga até hoje como se ainda fosse um moleque correndo na praia, atrevido, irreverente. Seu jeito de jogar bola é inconsequente, muitas vezes irresponsável, o que o leva a fazer gols antológicos como esse ou dar carretilhas nos adversários mesmo nos tão badalados torneios europeus. Neymar é assim, seja contra o Bragantino ou o Real Madrid.
Só faltou ser argentino. Porque daí sim ele seria reverenciado também pelos tantos milhões de brasileiros que se incomodam com seu talento e seu sucesso.


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