sábado, 23 de fevereiro de 2013

FUTEBOL TEM A VER COM ALEGRIA. NÃO COM LUTO.

Mais do que lamentável o ocorrido no meio de semana em Oruro, na Bolívia, no jogo de estréia do Corinthians pela Copa Libertadores de 2013. Mais uma vez a barbárie tirou a vida de uma pessoa, de um adolescente, que como tantos outros milhões de adolescentes espalhados pelo mundo, também gostava de futebol. Um garoto de apenas 14 anos, fanático por seu time, o San José. Dá para se imaginar o quanto esse garoto esperou para um dia ver seu time jogar pelo torneio mais importante da América do Sul? Dá para se ter uma idéia de quantos sonhos haviam em seu coração? Não dá. E o futebol, que é pura emoção, fazia parte da vida desse garoto. Futebol que é entretenimento, que é paixão, que tem tudo a ver com alegria, não com luto, não com tristeza. Mas um ato desumano tirou a vida desse menino dentro de um estádio.
Nenhuma punição vai pagar o preço de uma vida. Mas todo crime contra a vida tem que ser punido com rigor. Principalmente quem disparou o sinalizador em direção à torcida adversária. E quem permitiu que um sinalizador de navio estivesse na arquibancada de um estádio de futebol. Um sinalizador marítimo potente cujo cilindro tem 20cm de comprimento e atinge 300m em 3 segundos, suficiente para atravessar o crânio e causar a morte instantânea. Exatamente o que aconteceu na Bolívia com o garoto torcedor do San José.
Punir o Corinthians obrigando o time a jogar com os portões fechados pelo restante da Copa Libertadores não está certo. O clube não pode pagar pelo ato de uma pessoa covarde. Por que quem disparou o sinalizador não é torcedor. Não é nada, nem ninguém. E é ele quem deve ser punido rigorosamente, assim como quem permitiu que o sujeito entrasse para dentro de um estádio com um artefato tão perigoso e desnecessário.
Punir a torcida corintiana de ver seu time nos estádios é também punir o torcedor do bem, o torcedor verdadeiro, aquele que vibra, que chora pelo time, que vai ao estádio para se divertir, que é consciente, que é ser humano, que não gosta de violência e que vai ao campo para simplesmente torcer e assistir uma partida de futebol.
Futebol que é rivalidade, que é tiração de sarro, que é gozação, claro. Mas dentro dos limites, com civilidade e responsabilidade sempre.
Não costumo falar sobre violência entre torcidas neste Blog. Acredito que isso não seja inerente ao futebol e sim casos de noticiário policial. Mas o garoto que infelizmente veio a falecer dentro de um estádio e de maneira tão bruta poderia ser meu filho, que diversas vezes me acompanha em jogos nos estádios. E que tem apenas um ano a menos de idade.
Que mais essa tragédia sirva de mais um alerta para que o futebol se livre de gente que só representa a violência.

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