segunda-feira, 31 de março de 2014

QUEM VAI CONTINUAR RINDO À TOA MESMO SEM VALER NADA?

Um torneio estadual de quase três meses de duração formado por 20 clubes, com 4 grupos de 5 times cada. Os quatro times considerados grandes são cabeças-de-chave. Do total de 20 clubes, após 15 rodadas os 8 melhores se classificam para a fase final. Ou seja, são os quatro grandes mais quatro “coadjuvantes” na etapa decisiva do torneio, certo? Não. A prática complicou a teoria. Somente três grandes passaram para a próxima fase. O Corinthians conseguiu a proeza de sequer ficar entre os 8 melhores da 1ª fase e com isso ficou fora também da etapa onde começava a valer alguma coisa num campeonato preparado para os grandes.
Nas quartas-de-final, sem o “todo-poderoso”, os três grandes fariam seus jogos dentro de casa contra os times do interior. Se antes tudo estava preparado para que tivéssemos dois clássicos nas semi-finais, agora estava tudo devidamente previsto para acontecer pelo menos um clássico, certo? Não. Olha a prática aí brincando de novo com a teoria dos que fazem o regulamento. Dessa vez foi o São Paulo que conseguiu o feito de ser eliminado em pleno Morumbi diante do Penapolense. E não adianta o são-paulino querer imitar o desabafo do corintiano exclamando aos quatro cantos que “o Paulistinha não vale nada”. Verdade, até concordo que não vale tanto na temporada. Mas independentemente do torneio, o São Paulo não pode ser eliminado pelo Penapolense dentro do Morumbi e diante de sua torcida. E se fosse uma partida válida pela fase inicial da Copa do Brasil? Seria mais ou menos feio por causa do nível do torneio? Claro que não. A grandeza do São Paulo não permite tal façanha.
Agora temos as semi-finais sem nenhum clássico. Pelo menos nessa condição os organizadores podem até dizer que “o Paulista é um torneio competitivo, onde os pequenos têm vez.” Será mesmo? Ou é mais pelo demérito dos tais grandes?
O Campeonato Paulista passa a valer alguma coisa pela crise que provoca sobre quem perde ou é eliminado, especialmente por times inexpressivos do interior, onde as folhas de pagamento de todo o elenco geralmente são menores que o salário mensal daquele jogador famoso de um time grande.
Se o Corinthians pretendia reformular a equipe e a maneira de jogar, será que encontrou a fórmula? Ou não quis utilizar o Estadual para isso? Preferiu uma “pré-temporada” forçada por uma eliminação precoce devido a uma campanha medíocre? Onde estão agora os holofotes da mídia nos jogos que valem alguma coisa?
E o São Paulo? Até quando o técnico Muricy Ramalho vai continuar implorando por reforços ao invés de definir um padrão de jogo para, no mínimo, esse time atual vencer o modesto Penapolense dentro do Morumbi?
O Palmeiras mostrou, com a eliminação para o Ituano no Pacaembu lotado, que não possui elenco. Tem um time médio com peças-chave que são fundamentais, mas sem reposição à altura. Sem Alan Kardec, Valdivia e o goleiro Fernando Prass, é uma equipe bastante limitada. E dessa forma será quase uma luta inglória conquistar algum título no ano do centenário.
E assim, muito a contragosto dos organizadores do torneio, não houve na fase final e nem haverá um clássico decidindo o Campeonato Paulista.
Quem vai continuar rindo à toa mesmo sem valer nada?


Nenhum comentário: