quarta-feira, 12 de março de 2014

O PÚBLICO SE DIVORCIOU DO FUTEBOL QUE NÃO VALE NADA

Os números dos estaduais de fato não empolgam. Não existe mais a competitividade e o charme de décadas passadas. O Paulistão, por exemplo, não existe mais. Faz tempo. Hoje temos o Paulistinha. Tão diminutivo quanto o que se tornou há anos e o que se vê dentro de campo e nas arquibancadas. E até mesmo diante da TV nas tardes noites de quarta-feira.
Mas vamos dar exemplos de outro torneio estadual também reconhecido por seu charme de outrora: o Carioca. E vamos falar do time considerado de maior torcida do Brasil, o Flamengo.
Pela 9ª rodada da Taça Guanabara, como é conhecido o 1º turno no Rio, o atual time campeão da Copa do Brasil (e que faz boa campanha na Copa Libertadores da América) jogou no péssimo gramado do estádio de Moça Bonita contra o Boavista. Mesmo sobre um campo que mais parecia um terrão daqueles de várzea, o Flamengo goleou por 5 x 2 diante de um público de 991 espectadores. Dias depois, o mesmo Flamengo protagonizou o pior público do estádio do Maracanã desde que foi reinaugurado para a Copa do Mundo: 2.487 pessoas pagaram para ver o time do técnico Jayme de Almeida contra o Madureira. Na quarta-feira de cinzas, outro vexame: Em Volta Redonda, apenas 375 pagantes viram o Flamengo vencer o Bonsucesso por 2 x 0. A renda foi de pouco mais de R$ 11 mil e o clube rubro-negro teve de arcar com um prejuízo de mais de R$ 63 mil devido aos custos da realização da partida, sem incluir despesas com transporte e hospedagem do elenco.
Em São Paulo, o público médio no Campeonato Paulista, de longe o mais competitivo do país, é de 4.884 pagantes por partida e a taxa média de ocupação nos estádios é de 22%. Baixa. O desinteresse do torcedor é tão notório que o Santos, time de melhor campanha até agora no torneio, possui público médio de 6.134 pessoas como mandante, atrás de São Bernardo e Botafogo-SP. O São Bernardo, inclusive, tem média de público de 9.082 pessoas por partida no ABC paulista, em 3º lugar no ranking e na frente do São Paulo, por exemplo, que tem média de 8.412 torcedores.
Para se ter uma idéia da enorme falta de interesse do torcedor pelo Paulistinha, apenas 32 pessoas pagaram ingresso para assistir Oeste 1 x 2 Ituano, pela 7ª rodada.
Aliás, a torcida de Itápolis está de parabéns no esforço para não comparecer ao estádio. Nada menos que os 5 piores públicos do campeonato pertencem ao Oeste. Se somar os públicos dessas 5 partidas chega-se a 1.313 espectadores, média de 262 pessoas por jogo.
Estudo feito pela "Pluri Consultoria" em 2013 mostra que somente 30 cidades no Brasil concentram 84% do público do futebol no país. E essas mesmas 30 cidades detém 90% da renda do futebol. Isso mostra o quanto o "país do futebol" está na prática distante de seus apaixonados torcedores, que se desligaram dos jogos inexpressivos.
É preciso repensar urgentemente o calendário de acordo com o que há de realmente mais atrativo e importante na temporada. O torcedor sabe distinguir o que de fato importa. Se for para se locomover utilizando um transporte público precário tarde da noite num dia de semana e pagar caro pelo ingresso, em estádios desconfortáveis e lidando com a falta de segurança, que seja pelo menos por jogos que teoricamente valham a pena.
Isso chama-se bom senso.

fonte: sites Terra Esportes http://migre.me/ihQ9M e Globo Esporte http://migre.me/ihQgh - http://migre.me/iirqn

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